Conselhos sobre Mordomia

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Capítulo 54 — Avançando com fé

Nem sempre deve ser considerado mais sábio o plano de não empreender coisa alguma que exija gastos elevados, sem ter à disposição o dinheiro necessário para terminar o empreendimento. Na edificação de Sua obra, nem sempre esclarece o Senhor todas as coisas para os Seus servos. Fazendo-os avançar pela fé, Ele algumas vezes prova a confiança de Seu povo. Freqüentemente põe-no em situações difíceis e críticas e o manda avançar quando já os seus pés parece tocarem as águas do Mar Vermelho. Em ocasiões tais, quando os Seus servos elevam orações a Ele com ardente fé, é que Ele lhes depara uma solução e os leva a lugares espaçosos. CM 168.1

O Senhor quer que neste tempo o Seu povo creia que por eles Ele fará grandes coisas, como fez pelos filhos de Israel na jornada do Egito para Canaã. Devemos manifestar fé consciente, que não vacile em seguir as instruções do Senhor nos momentos mais difíceis. “Avançai” é a ordem que Deus dá ao Seu povo. CM 168.2

A execução dos planos de Deus exige fé e alegre obediência. Quando Ele indica a necessidade de estabelecer a obra em lugares onde ela poderá exercer influência, deve o povo seguir e trabalhar pela fé. Por seu procedimento piedoso, humildade, orações e esforços fervorosos, deve lutar para induzir os homens a apreciarem a boa obra que o Senhor estabeleceu em seu meio. Deus pretendia que o sanatório de Loma Linda viesse a ser de propriedade de nosso povo; e executou-o num momento em que as torrentes de dificuldades eram impetuosas e transbordavam de seu leito. CM 168.3

A defesa de interesses particulares para alcançar finalidades pessoais é uma coisa. Nisso podem os homens seguir sua própria orientação. Mas o levar avante a obra do Senhor na Terra é assunto totalmente diverso. Ao indicar Ele que a compra de determinada propriedade é necessária para o avançamento de Sua causa e para a edificação de Sua obra, quer se trate de sanatórios, escola, ou outra instituição qualquer, Ele tornará possível a realização desse empreendimento se os que têm experiência mostrarem fé e confiança em Seus planos e agirem com presteza para aproveitar as vantagens que Deus lhes aponta. Embora não devamos buscar arrebatar a propriedade de ninguém, devemos, porém, quando são oferecidas vantagens, estar bem despertos para apreciá-las a fim de podermos fazer planos para a edificação da obra. E ao havermos feito isso, devemos empregar todas as nossas energias para obter do povo de Deus as ofertas voluntárias para a manutenção das novas instituições. — Testemunhos Seletos 3:419, 420. CM 168.4

O perigo do extremismo — É direito tomar dinheiro emprestado para levar avante uma obra que sabemos que Deus deseja ver realizada. Não devemos esperar demais, e tornar o trabalho muito mais árduo, porque não queremos tomar dinheiro emprestado. Têm-se cometido erros ao incorrer em dívida para fazer o que poderia ter esperado até um tempo qualquer no futuro. Mas há perigo em ir ao outro extremo. Não nos devemos colocar numa posição que ponha em perigo a saúde, e torne nosso trabalho fatigante. Devemos agir sensatamente. Devemos fazer o trabalho que precisa ser feito, mesmo que tenhamos de tomar dinheiro emprestado e de pagar juros. — Carta 111, 1903. CM 169.1

Evitar erros de ambos os lados — A questão que agora está diante de nós é: Deveríamos nós procurar conseguir os lugares que parecem desejáveis, tanto no preço como na localização, quando não podemos dizer de onde virá o dinheiro? Os irmãos _____, _____, e outros se opõem ao aumento de dívidas. Mas eu não estou preparada para dizer que não devemos, de modo algum, comprar uma terra para a qual o Senhor parece ter dirigido nossa mente, quando nenhum outro empecilho há senão a questão de dinheiro em mão, e cuja propriedade, na providência de Deus, logo poderíamos pagar. Devemos precaver-nos contra erros de ambos os lados. — Carta 167, 1902. CM 169.2

Um breque nas rodas do progresso — A idéia de que não se deve estabelecer um sanatório a menos que este possa ser iniciado livre de dívidas, tem sido um breque nas rodas do progresso. Ao construirmos casas de culto, temos tido de tomar dinheiro emprestado, para que algo possa ser feito imediatamente. Temos sido obrigados a fazê-lo, a fim de cumprir a orientação de Deus. Pessoas profundamente interessadas no progresso da obra têm tomado dinheiro emprestado e pago os juros dele, para ajudar a estabelecer escolas e sanatórios e para construir casas de culto. As instituições assim estabelecidas e as igrejas assim edificadas, têm sido o meio de ganhar muitos para a verdade. Dessa maneira tem aumentado o dízimo, e obreiros têm sido acrescentados à causa do Senhor. — Carta 211, 1904. CM 169.3

Perda devido à falta de fé—Deus quer que o estandarte seja levantado cada vez mais alto. Não pode a igreja resumir sua tarefa sem negar seu Mestre. Devem-se construir casas de culto em muitos lugares. Será economia deixar de prover, em nossas cidades, lugares de adoração em que o Redentor Se possa encontrar com Seu povo? Não demos a impressão de que achamos ser uma despesa grande demais tomar as devidas providências para a recepção do Hóspede celestial. CM 169.4

Ao delinear planos para a construção, necessitamos da sabedoria de Deus. Não devemos incorrer, desnecessariamente, em dívidas, mas eu diria não ser necessário que, em todos os casos, o dinheiro de que se precisa para completar uma construção esteja nas mãos, antes de começar o trabalho. Freqüentemente, devemos avançar pela fé, trabalhando o mais diligentemente possível. É devido à falta de fé que deixamos de receber o cumprimento das promessas de Deus. Devemos trabalhar, orar e crer. Devemos avançar firme e diligentemente, confiando no Senhor, e dizendo: “Não fracassaremos nem nos desanimaremos”. — The Review and Herald, 7 de Setembro de 1905. CM 170.1