Temperança
Capítulo 5 — O alimento em nossa mesa
A origem da intemperança na sua própria mesa — Muita mãe que deplora a intemperança existente por toda parte, não olha bastante fundo para ver a causa. Demasiadas vezes pode-se buscar a origem dessa intemperança na mesa doméstica. Muita mãe, mesmo entre os que professam ser cristãos, está dia a dia pondo diante de sua família comida suculenta e grandemente temperada, que tenta o apetite e estimula o comer excessivamente. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 75, 76. Te 156.3
Depois de algum tempo, mediante a continuada satisfação do apetite, os órgãos digestivos se enfraquecem, e a comida que é ingerida não satisfaz. Estabelecem-se condições mórbidas, e há imoderado desejo de alimento mais estimulante. O chá, o café e a carne produzem efeito imediato. Sob a influência desses venenos, o sistema nervoso fica excitado, e, em alguns casos, no momento, o intelecto parece ser avigorado e a imaginação se torna mais viva. Em virtude de esses estimulantes produzirem na ocasião esses agradáveis resultados, muitos tiram a conclusão de que necessitam realmente deles, e continuam a usá-los.... Te 157.1
O apetite é educado a ansiar por alguma coisa mais forte que tenha a tendência de manter avivado e aumentar a agradável excitação, até que a condescendência com ele se torna hábito, e há contínua sede de mais fortes estímulos, como o fumo, vinhos e outras bebidas alcoólicas. — Testimonies for the Church 3:487, 488. Te 157.2
Comida saudável, preparada com simplicidade — Toda mãe deve vigiar com cuidado sua mesa, não permitindo que a ela venha qualquer coisa que tenha a mais leve tendência para lançar a base de hábitos de intemperança. O alimento deve ser preparado da maneira mais simples possível, livre de condimentos e especiarias, e mesmo de indevida quantidade de sal. Te 157.3
Vós, que levais a sério o bem de vosso filhos, que desejaríeis vê-los crescer sem gostos e apetites pervertidos, precisais insistir com perseverança em vossa maneira contrária aos sentimentos e práticas populares. Se quereis vê-los preparados para serem úteis na Terra e obterem a recompensa eterna no reino da glória, precisais ensiná-los a obedecer às leis de Deus, tanto as da Natureza como as da Revelação, em vez de seguir os costumes do mundo. Te 157.4
Persistentes esforços, oração e fé, quando unidos a um exemplo correto, não ficarão infrutíferos. Levai vossos filhos a Deus pela fé, e procurai impressionar-lhes a mente susceptível com o senso de suas obrigações para com seu Pai celestial. Isto exigirá lição sobre lição, regra sobre regra, preceito sobre preceito, um pouco aqui, um pouco ali. — The Review and Herald, 6 de Novembro de 1883. Te 157.5
Metade das mães deploravelmente ignorantes — Nem a metade das mães sabem cozinhar ou o que pôr diante de seus filhos. Colocam perante seus filhinhos nervosos essas indigestas substâncias que ardem na garganta e por todo o caminho abaixo até às delicadas membranas do estômago, tornando-o como fogueira a arder, de modo que não reconhece a comida saudável. Os pequeninos chegam à mesa, e não podem comer isto, ou aquilo. Tomam o controle e comem justamente o que querem, seja ou não para benefício seu. Te 158.1
Eu recomendaria deixá-los ficar sem comida pelo menos por três dias, até que sintam fome bastante para tomar o alimento bom e saudável. Arriscaria deixá-los passar fome. Nunca pus em minha mesa comidas de que não permitisse que meus filhos participassem. Punha diante deles só aquilo de que eu própria comia. As crianças comiam isto, e nunca pensavam em pedir aquilo que não se encontrava na mesa. Não devemos condescender com o apetite das crianças, apresentando-lhes essas comidas indigestas. — Manuscrito 3, 1888. Te 158.2
Preparar o caminho para a intemperança — A mesa de nosso povo americano é geralmente preparada de maneira a formar ébrios. — Testimonies for the Church 3:563. Te 158.3
Os que crêem a verdade presente devem recusar-se a beber chá ou café, porque despertam o desejo de estimulantes mais fortes. Devem recusar-se a comer carne porque esta também desperta o desejo de bebidas fortes. Os alimentos sãos, preparados com gosto e perícia, devem constituir agora o nosso regime alimentar. — Evangelismo, 265. Te 158.4
A carne é estimulante — Os resultados imediatos do uso da carne podem ser, na aparência, revigoramento do organismo, mas isto não é razão para ela ser considerada o melhor artigo no regime alimentar. O uso moderado da sidra terá o mesmo efeito momentâneo; uma vez, porém, que passe sua influência excitante, segue-se uma sensação de languidez e debilidade. Os que confiam no alimento simples e nutritivo, relativamente não estimulante em seus efeitos, podem resistir a maior quantidade de trabalho no decorrer de meses e anos, do que o comedor de carne ou o bebedor de bebidas alcoólicas. Os que trabalham ao ar livre sentirão menos dano do uso da carne do que os de hábitos sedentários, pois o Sol e o ar são grandes auxiliares da digestão, e fazem muito em neutralizar o efeito dos hábitos errôneos em comer e beber. Te 158.5
Os efeitos dos estimulantes — Todos os estimulantes apressam demasiado o maquinismo humano, e se bem que, por algum tempo, a atividade e o vigor pareçam aumentar, haverá uma reação proporcional à influência irritante empregada; seguir-se-á uma sensação de enfraquecimento em grau correspondente ao excitamento fora do natural que foi produzido. Te 159.1
Quando é sentida essa debilidade, emprega-se novamente algo para estimular e tonificar o organismo, para dar alívio imediato a essa desagradável languidez. A natureza é gradualmente educada a apoiar-se nesse remédio muitas vezes repetido, até que suas faculdades se enfraquecem por serem com freqüência despertadas para ação fora do natural. Todas as pessoas devem familiarizar-se com as leis de seu corpo. Deve ser importante objeto de estudo — como viver, regular o trabalho, comer e beber com vistas à saúde. Te 159.2
Quanto mais simples e naturalmente vivermos, tanto mais capazes seremos de resistir às epidemias e doenças. Se nossos hábitos forem bons e o organismo não for enfraquecido por ação contrária à natureza, proporcionará todos os estímulos de que necessitamos. ... Te 159.3
O apetite não é guia seguro — A regra que alguns recomendam, é comer sempre que se experimente sensação de languidez, e comer até ficar-se satisfeito. Essa orientação levará à doença e a numerosos males. O apetite, hoje em dia, não é, geralmente, natural; não é portanto índice correto quanto às necessidades do organismo. Ele foi tratado complacentemente e mal dirigido até que se tornou mórbido, não podendo mais ser guia seguro. A natureza foi maltratada, seus esforços entravados pelos hábitos errôneos e a condescendência com as iguarias pecaminosas, de modo que o gosto e o apetite estão igualmente pervertidos. Te 159.4
Não é natural ter um desejo ansioso de alimentos cárneos. Não era assim no começo. O apetite para a carne foi feito e educado pelo homem. Nosso Criador nos forneceu nas verduras, nos cereais e nas frutas, todos os elementos de nutrição necessários à saúde e à resistência. As comidas de carne não faziam parte da alimentação de Adão e Eva antes da queda. Se as frutas, verduras e cereais não eram suficientes para satisfazer às necessidades do homem, então o Criador cometeu um erro ao provê-los para Adão. ... Te 160.1
Para que Israel conservasse a resistência física e moral — Deus não reteve carne dos hebreus no deserto simplesmente para mostrar Sua autoridade, mas para benefício deles, para que conservassem a resistência física e moral. Sabia que o uso de alimento animal fortalece as paixões animais e enfraquece o intelecto. Ele sabia que a satisfação do apetite dos hebreus para os alimentos cárneos, enfraquecer-lhes-ia as faculdades morais, e induziria a tão irritável disposição, que o grande exército ficaria insubordinado, que perderiam o elevado senso de suas obrigações morais, e se recusariam a ser controlados pelas sábias leis de Jeová. Violência e rebelião viriam a existir entre eles, tornando-lhes impossível ser um povo puro e feliz na terra de Canaã. Deus sabia o que era melhor para os filhos de Israel; privou-os portanto, em grande medida, de alimentos cárneos. Te 160.2
Satanás tentou-os a considerar isto injusto e cruel. Fez com que eles cobiçassem as coisas proibidas, pois viu que mediante a condescendência com os apetites pervertidos, tornar-se-iam de espírito carnal e seriam facilmente levados a fazer a vontade dele; fortalecer-se-iam os órgãos inferiores, ao passo que o intelecto e as faculdades morais se enfraqueceriam. Te 160.3
Satanás não é noviço na ocupação de destruir almas. Ele bem sabe que se lhe for possível induzir homens e mulheres a hábitos errôneos no comer e beber, adquiriu, em alto grau, o controle de sua mente e das paixões inferiores. No princípio, o homem comia dos frutos da terra, mas o pecado introduziu o uso da carne de animais mortos como alimento. Este regime opera diretamente em contrário do espírito de genuíno refinamento e de pureza moral. A substância daquilo que é ingerido para o estômago, passa à circulação, e é convertido em carne e sangue. ... Te 161.1
Deus requer que Seu povo seja temperante em tudo. O exemplo de Cristo, durante aquele longo jejum no deserto, deve ensinar Seus seguidores a repelir Satanás quando se aproxima sob o disfarce do apetite. Então terão eles influência para reformar aqueles que foram transviados pela satisfação do apetite, e perderam a força moral para vencer a fraqueza e o pecado que deles tomou posse. Assim podem os cristãos adquirir saúde e felicidade, em uma vida pura e bem ordenada, e numa mente clara e incontaminada diante de Deus. — The Signs of the Times, 6 de Janeiro de 1876. Te 161.2
Reforma à medida que o novo converso a compreende — Ao chegar a mensagem aos que não haviam ouvido a verdade para este tempo, eles vêem que se precisa efetuar uma grande reforma em seu regime alimentar. Vêem que devem abandonar os alimentos cárneos, porque os mesmos suscitam sede de bebidas alcoólicas, e enchem o organismo de moléstias. Pelo comer carne, são enfraquecidas as faculdades físicas, mentais e morais. O homem é constituído por aquilo que come. As paixões animais adquirem domínio em resultado da alimentação cárnea, do uso do fumo e das bebidas alcoólicas. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 268, 269. Te 161.3
Intemperança na variedade de pratos — Vou mais longe. A temperança deve ser observada no preparo do alimento e na variedade de pratos providos, para que seja poupado à mãe todo trabalho possível. Não é essencial à manutenção da vida grande variedade de comidas; ao contrário, isto prejudica os órgãos digestivos, dando lugar a uma guerra no estômago. Com a bênção de Deus, o alimento simples sustentará a vida, e será o melhor para todo o ser. Te 161.4
Poucos compreendem que em geral, é posta no estômago mais comida do que a necessária. Mas o alimento ingerido a mais é uma sobrecarga no estômago, prejudicando toda a estrutura humana. — Manuscrito 50, 1893. Te 162.1
Comer em excesso é intemperança — Verifica-se a intemperança tanto na quantidade como na qualidade do alimento ingerido. — Conselhos Sobre Saúde, 576. Te 162.2
A intemperança abrange muito. Para alguns, ela consiste em comer demasiado de alimentos que, se ingeridos na devida quantidade, nada haveria a objetar. Tudo quanto é ingerido acima da real necessidade do organismo, torna-se elemento perigoso. Fermenta no estômago, e causa dispepsia. Comer demais continuamente, consome as forças vitais, e priva o cérebro de energia para efetuar sua obra. — Manuscrito 155, 1899. Te 162.3
Uma pessoa que condescende largamente com o comer, que sobrecarrega os órgãos digestivos até que se tornam incapazes de digerir devidamente o alimento ingerido, é também intemperante, e verificará que é impossível discernir claramente as coisas espirituais. — Manuscrito 41, 1908. Te 162.4
Nosso Pai celestial quer que usemos com discrição as coisas boas que Ele nos proporcionou. — The Signs of the Times, 27 de Janeiro de 1909. Te 162.5
Importante lugar em nossa salvação — Os que não são reformadores de saúde tratam-se de maneira injusta e insensata. Pela complacência com o apetite infligem-se danos terríveis. Pensarão alguns que a questão do regime alimentar não é suficientemente importante para ser incluída na religião. Mas esses cometem grande erro. Declara a Palavra de Deus: “Quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.” O tema da temperança, em todos os seus aspectos, tem um lugar importante na elaboração de nossa salvação. — Evangelismo, 265. Te 162.6
Se os homens e mulheres viverem perseverantemente de acordo com as leis da vida e da saúde, reconhecerão os benditos resultados de uma completa reforma da saúde. — The Signs of the Times, 6 de Janeiro de 1876. Te 163.1
Todos estão sendo provados — É de grande importância que individualmente desempenhemos bem nossa parte e tenhamos nítida compreensão do que devemos comer ou beber, e de como viver de molde a preservar a saúde. Todos estão sendo provados para que se veja se aceitarão os princípios de reforma da saúde ou seguirão uma conduta de condescendência consigo mesmos. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 34. Te 163.2