Temperança

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Capítulo 2 — O corpo, um templo

A responsabilidade do cristão — “Não sabeis vós”, pergunta Paulo, “que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.” O homem é obra das mãos de Deus, Sua obra-prima, criada para elevado e santo desígnio; e em toda parte do tabernáculo humano Deus deseja escrever Sua lei. Todo nervo e músculo, todo dote mental e físico, deve ser conservado puro. Te 142.1

É desígnio de Deus que o corpo seja um templo para Seu Espírito. Quão solene, então, é a responsabilidade que repousa sobre toda alma! ... Quantos há, beneficiados com razão e inteligência, talentos que devem ser empregados para glória de Deus, os quais deliberadamente degradam alma e corpo! Sua existência é contínua série de excitações. Partidas de cricket e futebol e corridas de cavalos, absorvem a atenção. A maldição das bebidas alcoólicas, com seu mundo de desgraças, está contaminando o templo de Deus. ... Pelo uso da bebida e do fumo estão os homens aviltando a vida a eles dada para fins elevados e santos. Seus costumes são representados por madeira, feno, e palha. As faculdades que lhes foram dadas por Deus são pervertidas, degradados seus sentidos, para ministrarem aos desejos da mente carnal. Te 142.2

O ébrio vende-se por um copo de veneno. Satanás toma-lhe posse da razão, das afeições, da consciência. Tal homem está destruindo o templo de Deus. O beber chá ajuda a fazer essa obra. Todavia quantos há que põem em sua mesa elementos destrutivos! Te 142.3

Nenhum direito de prejudicar um órgão da mente ou do corpo — Nenhum homem ou mulher tem qualquer direito de formar hábitos que diminuam a ação saudável de um órgão da mente ou do corpo. Aquele que perverte suas faculdades está contaminando o templo do Espírito Santo. O Senhor não operará um milagre para restaurar à saúde os que continuarem a usar drogas para degradação da alma, da mente e do corpo de modo que as coisas sagradas não sejam apreciadas. Os que se entregam ao uso do fumo e da bebida alcoólica não apreciam seu intelecto. Não avaliam o valor das faculdades que Deus lhes deu. Permitem que elas definhem e decaiam. Te 142.4

Deus deseja que todos os que nEle crêem sintam a necessidade de aperfeiçoamento. Toda faculdade a eles confiada deve ser desenvolvida. Nem uma deve ser negligenciada. Como lavoura e edifício de Deus, acha-se o homem sob Sua supervisão em todo sentido da palavra; e quanto mais ele se relaciona com seu Criador, tanto mais sagrada se tornará a vida em sua estimativa. ... Te 143.1

Deus pede a Seus filhos que vivam uma existência pura e santa. Ele deu Seu Filho a fim de podermos alcançar essa norma. Tomou todas as providências necessárias para habilitar o homem a viver, não para a satisfação animal, como as bestas que perecem, mas para Deus e o Céu. ... Te 143.2

Deus mantém um relato — A penalidade física do menosprezo das leis da natureza aparecerá em forma de doença, estrutura física arruinada, e mesmo a própria morte. Mas um ajuste de contas tem de ser feito também, finalmente, com Deus. Ele mantém um relato de toda obra, quer seja boa quer má, e no dia do juízo cada homem receberá segundo a sua obra. Toda transgressão das leis da vida física é uma transgressão das leis de Deus; e o castigo deve seguir-se e seguir-se-á a toda transgressão dessa espécie. Te 143.3

A habitação humana, o edifício de Deus, requer acurada e vigilante guarda. ... A vida física deve ser cuidadosamente educada, cultivada e desenvolvida, para que por meio de homens e mulheres a natureza divina se revele em sua plenitude. Deus espera que os homens usem o intelecto que Ele lhes deu. Espera que eles empreguem para Ele todo poder de raciocínio. Devem dar à consciência o lugar de supremacia que lhe foi designado. As faculdades físicas e mentais, juntamente com as afeições, devem ser cultivadas de maneira que atinjam a máxima eficiência. — The Review and Herald, 6 de Novembro de 1900. Te 143.4

Quando guiado por uma consciência esclarecida — Escreve o apóstolo Paulo: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de maneira tal que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível.” — The Signs of the Times, 2 de Outubro de 1907. Te 144.1

O apóstolo Paulo menciona aqui as corridas a pé, com as quais os coríntios se achavam familiarizados. Os competidores nas corridas eram submetidos à mais severa disciplina a fim de se adaptarem à prova de sua resistência. Simples era seu regime. Eram proibidos o vinho e as comidas indigestas. Seu alimento era cuidadosamente escolhido. Eles procuravam saber o que era mais apropriado para torná-los sadios e ativos, e comunicar-lhes vigor e resistência físicos, de modo que pudessem exigir o máximo possível de suas forças. Toda satisfação que tendesse a enfraquecer-lhes as faculdades físicas, era-lhes proibida. — The Signs of the Times, 27 de Janeiro de 1909. Te 144.2

Se homens pagãos, que não eram regidos por uma consciência esclarecida, que não tinham o temor de Deus diante de si, submetiam-se à privação e à disciplina do treino, negando-se a si mesmos toda satisfação enfraquecedora meramente por uma coroa de material perecível e os aplausos da multidão, quanto mais devem os que estão correndo a carreira cristã na esperança da imortalidade e da aprovação do Alto Céu ser voluntários em renunciar aos nocivos estimulantes e satisfações que degradam os costumes, enfraquecem o intelecto e põem as faculdades mais elevadas em sujeição aos apetites e paixões animais! Te 144.3

Multidões no mundo estão testemunhando esta partida da vida, o combate cristão. E isto não é tudo. O Monarca do Universo e as miríades de anjos celestes são espectadores dessa corrida, estão observando ansiosamente a ver os que sairão vitoriosos, e hão de ganhar a coroa de glória imarcescível. Com intenso interesse Deus e os anjos celestes assinalam as renúncias, os sacrifícios e os angustiados esforços dos que se empenham na corrida cristã. A recompensa dada a todo homem estará em harmonia com a energia perseverante e a diligência fiel com que ele desempenha sua parte no grande pleito. Te 144.4

Nos aludidos jogos, apenas um tinha assegurado o prêmio. Na corrida cristã, diz o apóstolo: “eu assim corro, não como a coisa incerta.” Não devemos ser decepcionados ao fim da carreira. A todos quantos satisfizerem plenamente as condições indicadas na Palavra de Deus, e tiverem o senso de sua responsabilidade quanto a conservar o vigor e a atividade físicos, a fim de possuírem mente equilibrada e costumes saudáveis, a corrida não é incerta. Todos eles podem ganhar o prêmio, e conquistar e usar a coroa de glória imortal, que não esmaecerá. ... Te 145.1

Promessas ao vencedor — O mundo não deve servir de critério para nós. É segundo a moda satisfazer o apetite quanto às iguarias suculentas e os estimulantes não naturais, fortalecendo as propensões inferiores e prejudicando as faculdades morais em seu desenvolvimento. Não é dado a nenhum filho ou filha de Adão animação alguma no sentido de se poderem eles tornar vencedores na luta cristã, a menos que se decidam a exercer temperança em tudo. Caso assim procedam, não combaterão como batendo no ar. Te 145.2

Se os cristãos guardarem seu corpo em sujeição, e puserem todos os seus apetites e paixões sob o domínio de uma consciência esclarecida, considerando seu dever para com Deus e o próximo obedecer às leis que regem a saúde e a vida, terão a bênção do vigor físico e mental. Terão força moral para empenhar-se na guerra contra Satanás; e em nome dAquele que venceu o apetite em favor deles, serão mais que vencedores em seu próprio benefício. Esta luta é aberta a todos quantos nela se quiserem empenhar. — The Signs of the Times, 2 de Outubro de 1907. Te 145.3