Liderança Cristã

31/45

Delegando

Delegar responsabilidades a outros — Devem os dirigentes dar responsabilidades aos outros e permitir-lhes planejar, delinear e pôr em execução, para poderem obter experiência. Dêem-lhes uma palavra de conselho, se necessário, mas não tirem o trabalho por pensar que os irmãos estão cometendo erros. Que Deus Se compadeça da causa, quando a mente de um homem e os planos de um homem são seguidos sem questionar. Deus não seria honrado caso existisse um tal estado de coisas. Devem todos os nossos obreiros ter a oportunidade de exercer seu juízo e prudência. Deus tem dado aos homens talentos que Ele quer que usem. Tem-lhes dado a mente, e tem em vista que se tornem pensadores e planejem por si mesmos, em vez de dependerem de que outros pensem por eles. LC 76.1

Penso ter-lhes apresentado muitas vezes essa questão, mas não vejo mudança em suas ações. Desejamos que cada homem que está em responsabilidade delegue responsabilidades aos outros. Coloque-os em um trabalho que os obrigue a planejar e usar o discernimento. Não os eduque a contar com seu discernimento. Devem os jovens ser ensinados a pensar. Meus irmãos, nem por um momento pensem que seu caminho é perfeito e que aqueles que a vocês estão ligados devem ser sua sombra, devem dar eco às suas palavras, repetir-lhes as idéias e executar os seus planos. — Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, 302, 303. LC 76.2

Olhem para Deus e não para o homem — Tive uma longa conversa com o irmão Bell. Eu lhe disse muitas coisas. Tentei colocar diante dele onde houve falha em nossos dirigentes e como retardaram o trabalho que estavam tão ansiosos por fazerem avançar. Cada um pensou que devia assumir todas as responsabilidades, e eles ocuparam tanto terreno deixando de educar outros a pensar, agir, cuidar, suportar fardos porque não lhes deram oportunidades. LC 76.3

Eu lhe disse que não é plano de Deus que assim se proceda. Ele agiu desse modo e colocou sobre si mesmo grande número de fardos que não tinha forças para carregar e não podia fazer justiça a nenhum deles. Deus deu a cada homem um trabalho de acordo com sua habilidade, e quando um homem alimenta a idéia de que pode arcar com todas as responsabilidades porque se julga capaz de desempenhá-las mais perfeitamente do que outro, ele pecou contra si mesmo e contra seus irmãos. Estava educando as pessoas a olharem para ele, a esperarem que todas as coisas viessem através dele, e elas não foram educadas a olhar para Deus e esperar que o Senhor fizesse grandes coisas por elas. Dependeram de outros e confiaram em outros em lugar do Deus vivo; desse modo, muitos não adquiriram a experiência que deviam ter e que os tornaria obreiros eficientes. — Carta 24, 1883, p. 1, 2, (23 de Agosto de 1883, a Willie e Mary White). LC 76.4

Que outros aprendam a assumir responsabilidades — Lamento profundamente pelo seu constante e exaustivo trabalho. Por favor, faça outros trabalharem e você fará muito menos. Deus não quer que você nem o irmão Haskell se sacrifiquem. Ele deseja que você delegue o trabalho e seja mais um planejador, um administrador. Haverá tempo em que seus trabalhos especiais serão positivamente uma necessidade, mas eu protesto contra assumir tanto trabalho. Deus não requer isso de você e não deve fazer isso. Atenderá o conselho? Deixará que outros aprendam a levar as responsabilidades mesmo que cometam graves erros enquanto você está vivo para mostrar-lhes como trabalhar? LC 77.1

Foi-me mostrado que você e o irmão Haskell devem, em sua idade, delegar responsabilidades a outros. Assistam a menos reuniões campais, falem e trabalhem menos em campais e isto forçará outros a tomarem a dianteira e obterem uma experiência que é essencial para eles. Para isso, vocês devem fazer menos e outros mais. Queremos a ajuda de todos os homens experientes, e a obra, como foi-me mostrado, crescerá mais e mais em importância. Queremos esses homens experientes como conselheiros. Não podemos dispensá-los. Essa não é a voz da irmã White, mas uma mensagem vinda de Deus para vocês. Atentarão para ela? Ambos? Serão prudentes? Serão administradores e trabalharão menos? — Carta 117, 1886, p. 6, (25 de Junho de 1886, ao irmão Butler. Idades: Butler, 52; Haskell, 53). LC 77.2

Perigo de exaltação própria — Agora, meu irmão, sinto o mais profundo interesse por você; se assim não fosse, eu não lhe escreveria como tenho feito. Devo ser fiel a mim mesma. Falo dos assuntos tal como são, e embora desejasse todos unidos no Sanatório, em perfeitos laços de união, não desejaria essa união da espécie e qualidade que você seja mente e juízo para cada um deles; e que considerem cada proposta e plano, palavra e ação como sem erro ou falta. Na multidão de conselheiros há segurança. Deus não deseja que muitas mentes sejam a sombra da mente de um homem. O Senhor deu ao homem um cérebro para ser usado, um intelecto a ser cultivado e empregado para Sua glória; e Ele deve ser o único a moldar, controlar e ajustar as mentes segundo Seu próprio cunho. Homens são simplesmente homens seja qual for seu trabalho. Quanto maior a responsabilidade da posição, tanto mais importante é que aquele que a ocupe não receba mais honra ou exaltação do que lhe convém. De fato, as pessoas se arruínam pelo louvor e honra que lhes são conferidos como se fossem infalíveis. Conquanto o devido respeito deva ser dado àqueles a quem Deus confiou talentos mais do que comuns, o homem assim agraciado precisa andar mais perto e mais humildemente diante de Deus à medida que avança. Toda a influência que tais habilidades podem lhe dar, torná-lo-á mais santo, melhor, mais manso e humilde ou o levará a pensar como outros têm pensado: Não sou um homem comum; posso fazer coisas que outros não podem e não será pecado. Isso é um erro comum, porém destrutivo. Esse homem precisa aprender importantes lições diárias do maior Professor que o mundo já conheceu. Cristo deve morar no coração desse homem, assim como o sangue deve estar no corpo e ali circular como um poder vitalizante. Nesse assunto não sou excessivamente insistente. Não posso impressioná-lo suficientemente de modo a não confiar em si mesmo. — Carta 7, 1886, (26 de Abril de 1886, a J. H. Kellogg). LC 78.1

Dever de treinar os outros — Embora lhe pareça difícil desembaraçar-se de responsabilidades que outros não possam assumir, é seu dever treinar outros a ocuparem posições de responsabilidade, para, caso você precise de mudança ou descanso, que é seu direito, você possa tê-lo. Penso que você e sua esposa deveriam visitar a Califórnia. Insisto, você tem trabalhado intensamente sob grande pressão. Deus tem poupado sua vida; porém, você não é imortal e poderá morrer assim como outros morreram, antes de você conseguir viver dois anos em um. LC 78.2

Por vários anos, à medida que os assuntos do Sanatório me eram apresentados, tem-me sido mostrado que você estava se sobrecarregando para dano próprio, privando, desse modo, outros de obterem experiência. Aqueles que estão intimamente ligados a você no Sanatório estão prontos a concordar com cada movimento que você possa fazer e com cada proposta, dizendo: Sim. Não usam, contudo, seu julgamento individual e não esforçam a mente para raciocinar que eles podem ter opiniões confiáveis e idéias claras, não emprestadas, mas próprias. Homens em posição de responsabilidade qualificaram a si mesmos neste sentido pelo processo que você e outros tiveram que passar para se ajustarem a tal trabalho. Agora, se você desobrigar tais pessoas dessa responsabilidade do trabalho, elas serão apenas suas máquinas. Seu cérebro planeja, projeta, faz funcionar, aciona até que parem, para serem acionadas novamente. Esta é uma das razões por que temos tão poucos obreiros pensantes hoje; e esta é a razão por que obreiros pensantes deixam nossas fileiras sendo levados à sepultura, por servirem de cérebro para outros. LC 79.1

Falo-lhe honestamente como mãe a filho, que você cometeu uma falha decisiva aqui. Não posso agora tentar especificar todos esses erros, mas há em você um amor pela supremacia, quer perceba quer não; e se tal amor não fosse cultivado, você teria ao seu lado homens que estariam se desenvolvendo como médicos úteis, homens que estariam constantemente crescendo e com quem você poderia contar. Mas não lhes tem dado todos os benefícios que você mesmo teria reivindicado caso estivesse em seu lugar. Eles precisavam e o caso requeria que, quando chegassem a um certo ponto, você fizesse mais por eles do que fez para aperfeiçoá-los no trabalho. Quer tenha planejado e sabido ou não, você os restringiu para chegarem até ali e não avançarem. Isso não é justo para eles nem para você, tampouco para o Sanatório que tanto depende de um único homem. Tal não deve acontecer em nenhuma de nossas instituições, pois esse não é o método de Deus. — Carta 7, 1886, (26 de Abril de 1886, a J. H. Kellogg). LC 79.2

A sabedoria divina deve ser entrelaçada nas experiências diárias — Com a graça de Cristo na alma, você pode ser poderoso em Deus, combatendo os poderes das trevas. Nenhum poder a não ser a verdade o manterá firme, tendo sempre em vista a glória de Deus. Os que estão intimamente ligados a você têm responsabilidades solenes. Você deposita confiança neles e é dever deles apegarem-se a Deus, visando unicamente Sua glória, agarrando-se firmemente ao braço da Onipotência, não confiando ou contando com qualquer braço humano. Eles devem extrair o máximo proveito das faculdades outorgadas por Deus, pois devem prestar contas das mesmas a Ele; devem crescer constantemente; jamais devem parar de progredir. Mas todos os recursos que podem auxiliá-los como soldados de Jesus nesta santa tarefa devem ser recrutados. Tanto quanto possível, todo conhecimento que o apóstolo reconheceria como ciência verdadeira deve ser adquirido. Tudo o que pode fortalecer ou expandir a mente deve ser individualmente cultivado da melhor forma possível. E embora tudo isso possa ser privilégio dos que estão ligados a você, há poucos, porém, que agora alcançam o padrão, e há perigo de serem iludidos em suas próprias realizações. Eles falharão por não crescerem, e você também estará sob o engano a menos que a sabedoria que vem de Deus seja entrelaçada em sua experiência diária e na deles. LC 80.1

Tenho meditado acerca de seus motivos de não confiar responsabilidades a seus obreiros; mas você não tem se decepcionado tanto como nosso Redentor que tem sido magoado e decepcionado por nosso trabalho malfeito. Mostramos tão pouca fidelidade Àquele que nos comprou com Seu próprio sangue. Alegro-me com toda partícula de interesse demonstrada por você nas coisas religiosas. O caminho para tornar-se importante e nobre é ser semelhante a Jesus, puro, santo e imaculado. A honra que você pode receber de homens importantes e da medicina não é de muito valor aos meus olhos, mas a honra que você recebe do Senhor é a de maior valor. Desejo que não se torne quase vencedor, mas um vencedor, e mais do que vencedor por Aquele que o amou e deu Sua própria vida para salvá-lo da ruína. Você precisa ter diariamente mais e maior confiança em Deus. Desejo que seja o homem mais feliz no Céu. Quero que esteja em paz com Deus aqui, e no futuro alcance o Céu. Deve combater o combate da fé a fim de superar o ceticismo e a infidelidade. — Carta 7, 1886, (26 de Abril de 1886, a J. H. Kellogg). LC 80.2

Conselhos a um líder possessivo — Enquanto você tem muito a fazer, outros têm muito pouco. Você não tem dado a outros a oportunidade de melhorar em eficiência através de experiência prática. Está disposto a ser ajudado e assistido, se os seus auxiliares deixarem a responsabilidade principal repousar sobre você. Você deseja ser colocado acima de todos, especialmente entre seus próprios conterrâneos. LC 81.1

Você não parece ter habilidade para educar jovens e dar-lhes uma oportunidade para fazer com que seus talentos sejam desenvolvidos e tenham oportunidade de aprender. Esse é o trabalho que devia ter sido feito, mas que tem deixado sem fazer. Se fosse altruísta, teria a humildade e mansidão de Cristo, aprenderia como treinar os jovens para serviço útil. ... LC 81.2

Você não procura pacientemente tornar outros familiarizados com todas as partes do trabalho. Isso é porque você deseja ser o primeiro e não quer que outros se familiarizem com os detalhes do trabalho, ou se tornem tão eficientes quanto você. Você tem demasiada autoconfiança, superestima as próprias habilidades. Hoje devia ter ao seu lado um número maior de obreiros inteligentes treinados por você. Você, porém, ajustou as coisas de acordo com suas limitadas concepções, e ainda permanece quase sozinho. ... LC 81.3

É seu dever mudar de atitude. Aprenda a ver e a reconhecer habilidades e talentos em outros, além de si mesmo. Pelo amor de Cristo, não domine sobre Sua herança, mas seja um exemplo para o rebanho. Dê a outros o benefício de todo o conhecimento que o Senhor lhe tem dado. Ele lhe deu esse conhecimento para que possa compartilhá-lo. Ensine a outros tudo o que você sabe, não de modo arbitrário, zombando de seus erros e ridicularizando sua ignorância, mas com um espírito gentil, sentando você mesmo aos pés de Jesus como um aprendiz. Acolha jovens na sede da missão e seja seu instrutor, ensinando-lhes como ensinaria estudantes em uma escola. — Carta 10, 1884, (27 de Outubro de 1884, a J. O. Corliss). LC 81.4

Hoje, em Sua obra, o Senhor Se deleitaria em que aqueles que estão envolvidos em qualquer parte de Seu serviço procurassem guardar-se da tendência de tomar sobre si responsabilidades que não foram chamados a assumir. Alguns de Seus servos devem dirigir assuntos administrativos ligados à Sua obra na Terra; outros devem cuidar de assuntos espirituais. Cada obreiro deve se empenhar em fazer bem a sua parte, deixando para outros os deveres a eles confiados. — The Review and Herald, 5 de Outubro de 1905. LC 82.1

Nenhuma autoridade suprema na IASD — Deus não estabeleceu entre os Adventistas do Sétimo Dia nenhuma autoridade suprema para dirigir toda a corporação, ou qualquer seção da obra. Ele não estipulou que a responsabilidade da liderança recaísse sobre uns poucos homens. As responsabilidades são divididas entre grande número de homens competentes. — Testemunhos Seletos 3:240. LC 82.2