Filhas de Deus

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Zípora, esposa de Moisés

Este capítulo é baseado em Êxodo 2.

Quando Moisés fugiu do Egito e foi para a terra de Midiã, ele encontrou Zípora, a filha de Jetro, e casou com ela. FD 22.5

Cedendo ao espírito de descontentamento, Miriã achou motivos de queixa nos acontecimentos que Deus de maneira especial dirigira. O casamento de Moisés lhe fora desagradável. O haver ele escolhido uma mulher de outra nação, em vez de tomar esposa dentre os hebreus, foi uma ofensa à sua família e ao orgulho nacional. Zípora era tratada com mal-disfarçado desprezo. FD 22.6

Embora fosse chamada “mulher cusita” (Números 12:1), a esposa de Moisés era midianita e, assim, descendente de Abraão. Na aparência pessoal ela diferia dos hebreus, tendo a pele de cor um pouco mais escura. Mesmo não sendo israelita, Zípora era adoradora do verdadeiro Deus. Tinha disposição tímida, acanhada, e era gentil, afetuosa, e grandemente sensível à vista do sofrimento. — Patriarcas e Profetas, 383. FD 23.1

Em caminho [para o Egito], quando vinha de Midiã, Moisés recebeu uma advertência assustadora e terrível, a respeito do desagrado do Senhor. Um anjo apareceu-lhe de maneira ameaçadora, como se o fosse imediatamente destruir. Explicação alguma se dera; Moisés, porém, lembrou-se de que havia desatendido um dos mandos de Deus; cedendo à persuasão de sua esposa, negligenciara efetuar o rito da circuncisão em seu filho mais moço. Deixara de satisfazer a condição pela qual seu filho poderia ter direito às bênçãos do concerto de Deus com Israel; e tal negligência por parte do dirigente escolhido de Israel não poderia senão diminuir a força dos preceitos divinos sobre o povo. Zípora, temendo que seu marido fosse morto, efetuou ela mesma o rito, e o anjo então permitiu a Moisés que prosseguisse com a jornada. Em sua missão junto a Faraó, devia Moisés ser colocado em posição de grande perigo; sua vida unicamente podia ser preservada pela proteção dos anjos. Enquanto vivesse, porém, na negligência de um dever conhecido, não estaria livre de perigo; pois não poderia estar protegido pelos anjos de Deus. FD 23.2

No tempo de angústia, precisamente antes da vinda de Cristo, os justos serão preservados pelo ministério de anjos celestiais; não haverá segurança para o transgressor da lei de Deus. Os anjos não poderão proteger, então, aqueles que estão desrespeitando um dos preceitos divinos. — Patriarcas e Profetas, 255, 256. FD 23.3