Filhas de Deus

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Joquebede, mãe de Moisés

Este capítulo é baseado em Êxodo 2.

O rei [egípcio] e seus conselheiros tiveram a esperança de subjugar os israelitas com rude trabalho, e assim diminuir seu número e aniquilar-lhes o espírito independente. Fracassando na realização de seu propósito, recorreram a medidas mais cruéis. Foram expedidas ordens às mulheres cujo emprego lhes dava oportunidade para executar o mandado, a fim de destruírem as crianças hebréias do sexo masculino ao nascerem. Satanás foi o instigador disso. Sabia que um libertador deveria levantar-se entre os israelitas; e, levando o rei a destruir seus filhos, esperava frustrar o propósito divino. As mulheres, porém, temiam a Deus, e não ousavam executar o cruel mandado. O Senhor aprovou o procedimento delas, e prosperou-as. O rei, irado pelo fracasso de seu desígnio, tornou a ordem mais insistente e ampla. A nação inteira foi chamada a dar caça e a matar as suas vítimas indefesas. “Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida”. Êxodo 1:22. FD 20.1

Enquanto esse decreto estava em vigor, um filho foi nascido a Anrão e Joquebede, israelitas devotos da tribo de Levi. A criança era “um menino formoso” (Êxodo 2:2); e os pais, crendo que o tempo da libertação de Israel estava se aproximando, e que Deus levantaria um libertador para Seu povo, resolveram que seu filhinho não fosse sacrificado. A fé em Deus fortalecia o seu coração, “e não temeram o mandamento do rei”. Hebreus 11:23. — Patriarcas e Profetas, 242, 243. FD 20.2

Quando esse cruel decreto estava na sua maior força, nasceu Moisés. Sua mãe o ocultou enquanto podia ter alguma segurança, e então preparou um pequeno cesto de junco, vedando-o com piche, para que nenhuma água entrasse na pequena arca, e colocou-o na água junto à margem enquanto sua irmã ficou ali por perto com aparente indiferença. Vigiava ansiosamente para ver o que aconteceria a seu irmãozinho. FD 20.3

Os anjos também vigiavam, para que nenhum dano ocorresse à indefesa criança, ali colocada por uma amorosa mãe e confiada ao cuidado de Deus por suas ferventes orações entremeadas de lágrimas. E esses anjos guiaram os passos da filha de Faraó para o rio, bem perto de onde fora deixado o pequeno e inocente desconhecido. Sua atenção foi atraída para o pequeno e estranho cesto e ela mandou que uma de suas criadas fosse buscá-lo. Quando removeu a tampa do pequeno cesto singularmente construído, viu um lindo bebê, “e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele”. Êxodo 2:6. Sabia que uma terna mãe hebréia tinha seguido este método peculiar para preservar a vida de seu bem-amado bebê, e decidiu de uma vez que ele seria seu filho. A irmã de Moisés imediatamente veio em sua direção e perguntou: “Irei eu a chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti? E a filha de Faraó disse-lhe: Vai”. V. 7, 8. — História da Redenção, 106, 107. FD 20.4

Joquebede era mulher e escrava. Sua porção na vida era humilde e seus encargos pesados. Mas, com exceção de Maria de Nazaré, por intermédio de nenhuma outra mulher recebeu o mundo maior bênção. Sabendo que seu filho logo deveria sair de sob seus cuidados, para passar aos daqueles que não conheciam a Deus, da maneira mais fervorosa se esforçou ela por unir a sua alma ao Céu. Procurou implantar em seu coração amor e lealdade para com Deus. E fielmente cumpriu esse trabalho. Aqueles princípios da verdade que eram a preocupação do ensino de sua mãe e a lição de sua vida, nenhuma influência posterior poderia induzir Moisés a renunciar. — Educação, 61. FD 21.1