Filhas de Deus

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Viuvez

Fazia pouco tempo que Ellen White conhecera a irmã Lons. Tendo sabido do falecimento do Sr. Lons, a Sra. White escreveu à sua nova amiga uma amorosa carta de condolências. FD 178.1

Querida irmã Lons:

Sinto-me feliz por tê-la conhecido, e tenho meu coração ligado ao seu, e também ao da viúva, irmã Brown. Todas nós fomos deixadas na viuvez, e temos sido muito abençoadas por Deus, no sentido de que não nos falhou em nosso tempo de provação. Ele nos tem sido socorro bem presente em todo tempo de necessidade. Em nossa experiência individual, temos sido provadas por Deus — resignação sob aflição, paciência quando a prova é mais severa e confiança humilde e sincera em Deus. FD 178.2

Aprendemos, em meio a sombrias providências, que não é sábio seguir nossa própria vontade e caminho, e lançar suspeitas e desconfianças sobre a divina fidelidade. Sinto que somos aquelas que podem entender e identificar-se uma com a outra. Estamos unidas pela graça de Jesus Cristo e pelos laços dos sentimentos cristãos que se tornam sagrados pelas aflições. FD 178.3

Teremos, se não mais nos encontrarmos na Terra, afetuosas e inesquecíveis lembranças de nossa breve amizade com a família em Long Point. Fico feliz por tê-la conhecido. Creio que, na providência de Deus, está ordenado que você seja membro da família Brown. Através de sua ligação com eles, o Senhor a fez instrumento de justiça, uma bênção, especialmente para a irmã Brown. Tenho sentimentos muito afáveis e ternos por você, e especialmente pela irmã Brown, entendendo a tristeza de sua vida. FD 178.4

As aflições são, com freqüência, misericórdia disfarçada. Não sabemos o que teríamos sido sem elas. Quando Deus, em Sua misteriosa providência, subverte todos os nossos acalentados planos, e recebemos tristeza em lugar de alegria, inclinamo-nos em submissão e dizemos: “Que Tua vontade, ó Deus, se faça.” Devemos cultivar sempre uma calma e devota confiança nAquele que nos ama, que deu Sua vida por nós. “O Senhor, durante o dia, me concede a Sua misericórdia, e à noite comigo está o Seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida. Digo a Deus: “Minha rocha: por que Te olvidaste de mim? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos? [...] Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”. Salmos 42:8, 9, 11. FD 178.5

O Senhor considera nossas aflições. Com Sua graça e discernimento, mede e pesa cada uma. Como refinador da prata, Ele nos observa a cada momento, até que a purificação esteja completa. A fornalha serve para purificar e refinar, não para destruir e consumir. Ele fará com que os que colocam sua confiança nEle cantem sobre misericórdia, em meio a juízos. FD 178.6

Ele está sempre vigilante, para distribuir, quando for mais necessário, novas e revigorantes bênçãos, força na hora da fraqueza, socorro na hora do perigo, amigos na hora da solidão, simpatia, humana e divina, nas horas de tristeza. Estamos a caminho do lar. Aquele que nos amou tanto a ponto de morrer em nosso favor construiu para nós uma cidade. A Nova Jerusalém é nosso lugar de repouso. Não haverá tristeza na Cidade de Deus. Nenhum lamento de tristeza. Nunca mais se ouvirá um canto fúnebre de esperanças esmagadas e afeição sepultada. Deus te abençoe, minha querida e muito respeitada irmã. — Carta 37, 1893. FD 179.1