O Sábado e o Domingo nos Primeiros Três Séculos: o Testemunho Completo dos Pais da Igreja

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Testemunho de Lactâncio

Lactâncio nasceu na segunda metade do terceiro século, converteu-se por volta de 315 d.C., e morreu por volta de 325 d.C., em Tréveris. Ele era muito proeminente como professor de retórica, e foi encarregado da educação de Crispo, o filho de Constantino. Os escritos de Lactâncio são bastante extensos; contudo, eles não contêm nenhuma referência ao primeiro dia da semana. Ele fala duas vezes sobre o sábado. No primeiro caso, ele diz que uma das razões alegada pelos judeus para rejeitar a Cristo era, SDS 110.2

que Ele destruiu a obrigação da lei dada por Moisés; isto é, que Ele não descansou no sábado, mas trabalhou pelo bem dos homens, etc. — Divine Institutes [Instituições Divinas], livro 4, cap. 17. SDS 110.3

Não está claro se Lactâncio acreditava que Cristo transgrediu o sábado, nem que Ele dispensou a lei moral ao ensinar a anulação do código cerimonial. Mas ele dá um testemunho mais decisivo em favor da origem do sábado na criação: SDS 110.4

Deus concluiu o mundo e sua admirável obra da natureza no espaço de seis dias (conforme se encontra relatado nos segredos das sagradas Escrituras) e CONSAGROU o sétimo dia no qual descansou de Suas obras. Mas esse é o dia de sábado, que, na linguagem dos hebreus, recebeu esse nome conforme o número, razão pela qual o sétimo é o número legítimo e completo. — Livro 7, cap. 14. SDS 110.5

É certo que Lactâncio não considerava o sábado como o memorial da saída do Egito, mas sim como o memorial da criação dos céus e da terra. Ele também acreditava que os sete dias prefiguravam os sete milênios da história da nossa Terra: SDS 110.6

Portanto, visto que todas as obras de Deus foram concluídas em seis dias, o mundo deve continuar em seu estado atual por seis eras, isto é, seis mil anos. Pois o grande dia de Deus está limitado por um círculo de mil anos, como mostra o profeta, que diz: “Pois mil anos, aos Teus olhos, são como o dia de ontem”. E como Deus trabalhou durante esses seis dias ao criar tão grandes maravilhas, assim Sua religião e Sua verdade devem trabalhar durante esses seis mil anos, enquanto a impiedade prevalece e domina. E novamente, uma vez que Deus, tendo acabado Suas obras, descansou no sétimo dia e o abençoou, no fim dos seis mil anos toda a impiedade deve ser abolida da Terra, e a justiça deve reinar por mil anos; e haverá tranquilidade e descanso dos labores que o mundo longamente tem suportado. — Livro 7, cap. 14. SDS 111.1

Essa era a opinião de Lactâncio. Ele não acreditava na santidade do primeiro dia, e não há evidência clara de que defendia a anulação do sábado. Finalmente, chegamos a um poema de Gênesis, de um autor desconhecido, mas frequentemente atribuído a Cipriano, a Vitorino, a Tertuliano e a outros. SDS 111.2