Daniel e Apocalipse
Daniel 10 — A última visão de Daniel
VERSÍCULO 1. No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome é Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; ele entendeu a palavra e teve a inteligência da visão. DAP 181.1
Este versículo nos introduz à última visão registrada do profeta Daniel. Dessa vez, a instrução que ele recebeu continua ao longo dos capítulos 11 e 12, chegando ao fim do livro. O terceiro ano do reinado de Ciro foi 534 a.C. Assim, seis anos haviam se passado desde a visão que Daniel teve dos quatro animais no primeiro ano de Belsazar, em 540 a.C.; quatro anos desde a visão do carneiro, do bode, do chifre pequeno e das 2.300 tardes e manhãs do capítulo 8, no terceiro ano de Belsazar, 538 a.C.; e quatro anos desde a instrução dada a Daniel acerca das setenta semanas, no primeiro ano de Dario, 538 a.C., conforme registrado no capítulo 9. Quando os medos e persas conquistaram o reino de Babilônia em 538 a.C., Dario, por cortesia de seu sobrinho Ciro, recebeu permissão para ocupar o trono. E tal função ele exerceu até sua morte, dois anos depois. Por volta dessa época, Cambises, rei da Pérsia e pai de Ciro, também morreu. Este então se tornou o único monarca do segundo império universal da profecia, em 536 a.C. Contando esse como o primeiro ano, seu terceiro ano de reinado, no qual Daniel recebeu esta visão, seria datado de 534 a.C. Supõe-se que a morte de Daniel ocorreu logo depois disso. De acordo com Prideaux, ele tinha no mínimo 91 anos de idade. DAP 181.2
VERSÍCULO 2. Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. 3. Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras. DAP 181.3
A leitura na margem [da KJV] para “três semanas inteiras” é “semana de dias”, termo usado aqui, segundo a opinião do Dr. Stonard, para diferenciar o tempo referido da semana de anos, a qual recebe destaque no capítulo anterior. DAP 181.4
Com que fim esse idoso servo de Deus se humilhou tanto e afligiu a própria alma? Sem dúvida, com o objetivo de entender mais plenamente o propósito divino acerca de acontecimentos que sobreviriam à igreja de Deus no futuro, pois o mensageiro divino enviado para instruí-lo diz: “desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender” (v. 12). Ainda havia alguma coisa que Daniel não compreendia, mas em relação à qual desejava intensamente obter luz. O que era? Com certeza, algum trecho da visão anterior, a saber, a do capítulo 9; e, por meio dessa, a visão do capítulo 8, da qual o capítulo 9 nada mais era do que uma explicação adicional. Como resultado de sua súplica, recebeu agora mais informações minuciosas a respeito dos eventos incluídos nos grandes esboços das visões anteriores. DAP 181.5
O pranto do profeta deve ter sido acompanhado de jejum; não da abstinência total de alimento, mas do uso apenas das comidas mais simples e naturais. Não comeu nenhum pão apetitoso, nenhuma iguaria ou guloseima. Não ingeriu carne, nem tomou vinho. Também não ungiu a própria cabeça, o sinal exterior de jejum usado pelos judeus. Não sabemos por quanto tempo daria continuidade a esse jejum até receber a resposta à sua oração; mas o fato de ter persistido nessa prática por três semanas inteiras revela que, com a certeza de que seu pedido era legítimo, não tinha o plano de abandonar sua súplica até que ela fosse atendida. DAP 182.1
VERSÍCULO 4. No dia vinte e quatro do primeiro mês, estando eu à borda do grande rio Tigre, 5. levantei os olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho, cujos ombros estavam cingidos de ouro puro de Ufaz; 6. o seu corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente. 7. Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram; não obstante, caiu sobre eles grande temor, e fugiram e se esconderam. 8. Fiquei, pois, eu só e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma. 9. Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo-a, caí sem sentidos, rosto em terra. DAP 182.2
A versão siríaca considera que o rio mencionado no versículo 4 [Hidequel em hebraico e na KJV] é o Eufrates; já a Vulgata, as versões em grego e árabe afirmam corresponder ao Tigre. Por esse motivo, Wintle conclui que o profeta recebeu esta visão no lugar em que esses dois rios se unem, já que não fica distante do Golfo Pérsico. DAP 182.3
Um personagem muito majestoso visitou Daniel nesta ocasião. Sua descrição é quase paralela à de Cristo em Apocalipse 1:14-16; e o efeito de sua presença é semelhante ao que Paulo e seus companheiros vivenciaram quando o Senhor os encontrou no caminho de Damasco (Atos 9:1-7). Mas não era o Senhor, pois este é apresentado como Miguel no versículo 13. Logo, deve ter sido um anjo, mas de caráter incomum. Surge então a pergunta: qual anjo corresponderia a essa descrição com veracidade? Há alguns pontos de contato entre esta e outras passagens, os quais mostram claramente que se trata do anjo Gabriel. Em Daniel 8:16, Gabriel é apresentado pelo nome. Seu encontro com Daniel naquela ocasião provocou exatamente o mesmo efeito sobre o profeta que o descrito na passagem que agora temos diante de nós. Naquele momento, Gabriel recebera a ordem de fazer Daniel entender a visão, e ele próprio prometeu levar o profeta ao conhecimento do que aconteceria no fim do tempo da ira. Tendo dado a Daniel toda a instrução que este era capaz de suportar naquele instante, ele retomou posteriormente essa obra e explicou outro ponto importante da visão, conforme o registro do capítulo 9:20-27. No entanto, o capítulo 10 mostra que ainda havia alguns pontos não explicados para o profeta. E ele se propôs mais uma vez, de todo o coração, com jejum e súplica, a compreender a questão. DAP 182.4
Aparece agora um personagem cuja presença provoca o mesmo efeito sobre Daniel que a aparição de Gabriel provocara da primeira vez; e ele diz ao profeta (v. 14): “vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias”, justamente a informação que Gabriel prometera dar, conforme o registro do capítulo 8:19. Tais fatos levam a uma única e importante conclusão: Daniel estava em busca de mais luz justamente sobre a visão que Gabriel recebera a ordem de fazê-lo compreender. Ele já fizera, no passado, uma visita especial a Daniel a fim de lhe transmitir informações adicionais quando este as buscou com jejum e oração. Agora, quando estava preparado para mais instrução e depois de tê-la buscado da mesma maneira, em referência ao mesmo assunto, seria razoável supor por um só instante que Gabriel desconsideraria a ordem que recebera, perderia de vista sua missão e delegaria a outro anjo a responsabilidade de concluir sua obra inacabada? E a linguagem do versículo 14 identifica claramente o interlocutor com aquele que prometera realizar tal obra no capítulo 8. DAP 183.1
VERSÍCULO 10. Eis que certa mão me tocou, sacudiu-me e me pôs sobre os meus joelhos e as palmas das minhas mãos. 11. Ele me disse: Daniel, homem muito amado, está atento às palavras que te vou dizer; levanta-te sobre os pés, porque eis que te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, eu me pus em pé, tremendo. 12. Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. DAP 183.2
Depois de Daniel desmaiar por causa da aparência majestosa de Gabriel (pois essa é a interpretação geral da expressão “sem sentidos” do versículo 9), o anjo se aproxima, coloca a mão sobre ele a fim de lhe dar confiança para permanecer em sua presença. Então conta a Daniel que ele era muito amado. Que declaração maravilhosa! Um membro da família humana, da mesma raça que nós, ser amado, não no sentido geral de Deus amar o mundo inteiro a ponto de enviar o próprio Filho para morrer por nós, mas amado como indivíduo e em grande medida! Quanta confiança o profeta poderia receber dessa declaração para permanecer até mesmo na presença de Gabriel. O anjo conta também que viera com o propósito de conversar com o profeta e que desejava conduzir a mente dele à melhor condição para compreender suas palavras. Ao ouvir tais palavras, o santo e amado profeta, reconfortado, mas ainda trêmulo, continuou na presença daquele anjo celeste. DAP 183.3
“Não temas, Daniel”, Gabriel continuou. Ele não tinha motivo para temer diante daquele que, embora fosse um ser celestial, havia sido enviado a Daniel porque este era mui amado e em resposta a suas orações fervorosas. De igual modo, o povo de Deus de qualquer era não precisa demonstrar temor servil de qualquer agente enviado para ministrar a sua salvação. Existe, porém, um grande número de pessoas com a mentalidade de que Jesus e Seus anjos são apenas ministros severos da justiça, executores de vingança e retribuição, em vez de seres que trabalham avidamente pela nossa salvação por causa da misericórdia e do amor que sentem por nós. A presença de um anjo, caso um deles surgisse corporalmente na frente de tais pessoas, lhes encheria de terror; e a ideia de que Cristo breve virá, e de que ficarão diante de Sua presença, as aflige e alarma. Recomendamos a tais indivíduos que adotem um ponto de vista mais amistoso sobre a relação do cristão para com Cristo, o cabeça da igreja, e percebam um pouco mais do perfeito amor que lança fora todo medo. DAP 183.4
Bagster faz esta observação pungente a respeito do versículo 12: DAP 184.1
“Daniel, conforme observa o bispo Newton, já era agora bastante avançado em anos; pois o terceiro ano de Ciro era o septuagésimo terceiro de seu cativeiro. Como era jovem quando foi levado cativo, não teria menos do que 90 anos de idade. Por mais idoso que fosse, aplicou “o coração a compreender” as revelações que lhe haviam sido feitas no passado, sobretudo a visão do carneiro e do bode, conforme o restante do texto deixa transparecer. Com esse objetivo, jejuou e orou por três semanas. As orações e o jejum alcançaram o efeito desejado, pois um anjo lhe foi enviado a fim de lhe revelar tais mistérios. Todo aquele que deseja se distinguir no conhecimento divino deve imitar Daniel e se habituar ao estudo, à temperança e à devoção.” DAP 184.2
VERSÍCULO 13. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia. DAP 184.3
Quantas vezes as orações do povo de Deus são ouvidas, mesmo que a resposta não pareça evidente! Esse foi o caso de Daniel. O anjo lhe disse que, desde o primeiro dia em que o profeta aplicara seu coração a compreender, suas palavras foram ouvidas. Contudo, Daniel continuou a afligir a própria alma com jejum e a lutar com Deus por três semanas inteiras, sem ter nenhum indício de que alguma atenção fora dada a sua súplica. Mas qual o motivo da demora? O rei da Pérsia deteve o anjo. A resposta à oração de Daniel envolvia alguma ação da parte desse rei, a qual ele deveria ser influenciado a realizar. Sem dúvida, dizia respeito à parte que ele estava prestes a fazer, e já começara a efetuar, em favor do templo de Jerusalém e dos judeus. O decreto para a reconstrução desse santuário foi o primeiro de uma série que finalmente constituiu a notável ordem para restaurar e edificar Jerusalém, a partir da qual começaria o grande período profético das 2.300 tardes e manhãs. E o anjo fora enviado para influenciá-lo a dar prosseguimento segundo a vontade divina. DAP 184.4
Ah, quão pouco reconhecemos do que se passa no mundo invisível em relação às questões humanas! Aqui, por assim dizer, a cortina se levanta, e passamos a ter um vislumbre dos movimentos nos bastidores. Daniel ora. O Criador do universo escuta. Gabriel recebe a ordem de ir auxiliá-lo. Mas o rei da Pérsia precisava agir antes que a oração de Daniel fosse respondida. Então o anjo se apressa em direção ao monarca persa. Sem dúvida, Satanás reúne suas forças para fazer oposição. Eles se encontram no palácio real da Pérsia. Todos os motivos de interesse egoísta e política terrena que Satanás poderia usar para enganar, ele certamente emprega para vantagem própria, a fim de influenciar o rei contra o cumprimento da vontade de Deus, ao passo que Gabriel procura influenciá-lo na direção contrária. O soberano luta com as emoções conflitantes. Ele hesita; adia. Dia após dia se passa, mas Daniel continua a orar. O rei ainda se recusa a ceder à influência do anjo; três semanas terminam e eis que alguém mais poderoso do que Gabriel assume seu lugar no palácio do rei. Então Gabriel aparece para Daniel a fim de torná-lo ciente da progressão dos acontecimentos. Desde o princípio, disse ele, sua oração foi ouvida; mas, durante essas três semanas que você dedicou à oração e ao jejum, o rei da Pérsia resistiu à minha influência e impediu minha vinda. DAP 184.5
Tamanho é o efeito da oração. E Deus não ergueu barreiras entre Si e Seu povo desde a época de Daniel. Seus filhos continuam a ter o privilégio de fazer uma oração tão fervorosa e eficaz como a dele e, assim como Jacó, ter o poder de lutar com Deus e prevalecer. DAP 185.1
Quem era Miguel, que foi ao auxílio de Gabriel? O termo significa “Aquele que é como Deus”; e as Escrituras mostram com clareza que é Cristo quem recebe esse nome. Judas (v. 9) declara que Miguel é o arcanjo. Arcanjo significa “anjo líder ou chefe”; e Gabriel, em nosso texto, o chama, de “um dos primeiros príncipes”, ou, como diz a margem [da KJV], o primeiro dos principais príncipes. Só pode haver um arcanjo. Logo, é absolutamente inadequado usar a palavra no plural, como é costume de alguns. As Escrituras nunca o fazem. Paulo, em 1 Tessalonicenses 4:16, diz que, quando o Senhor vier pela segunda vez para ressuscitar os mortos, a voz do arcanjo será ouvida. A voz de quem se ouvirá quando os mortos ressuscitarem? A voz do Filho de Deus (João 5:28). Juntando esses textos bíblicos, eles provam: 1) que os mortos são chamados da sepultura pela voz do Filho de Deus; 2) que a voz então ouvida será a voz do arcanjo, provando que o arcanjo é o Filho de Deus; e 3) o arcanjo é chamado de Miguel, donde se conclui que Miguel é o Filho de Deus. No último versículo de Daniel 10, Ele é chamado de “vosso príncipe” e, no primeiro do capítulo 12, de “o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo”, expressões que podem ser aplicadas de maneira apropriada somente a Cristo e a nenhum outro ser. DAP 185.2
VERSÍCULO 14. Agora, vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias; porque a visão se refere a dias ainda distantes. DAP 185.3
A expressão “porque a visão se refere a dias ainda distantes”, chegando ao futuro distante, abrangendo o que aconteceria com o povo de Deus nos últimos dias, demonstra, de maneira conclusiva, que os dias mencionados naquela visão, a saber, as 2.300 tardes e manhãs, não podem se tratar de dias literais, mas, sim, de dias de anos (ver os comentários sobre o capítulo 9, versículos 25-27). DAP 185.4
VERSÍCULO 15. Ao falar ele comigo estas palavras, dirigi o olhar para a terra e calei. 16. E eis que uma como semelhança dos filhos dos homens me tocou os lábios; então, passei a falar e disse àquele que estava diante de mim: meu senhor, por causa da visão me sobrevieram dores, e não me ficou força alguma. 17. Como, pois, pode o servo do meu senhor falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, não me resta já força alguma, nem fôlego ficou em mim. DAP 185.5
Uma das características mais marcantes que Daniel manifestava era a terna preocupação que sentia por seu povo. Ao chegar agora à clara compreensão de que a visão previa longas eras de opressão e sofrimento para a igreja, tal realidade o afetou tanto que as forças lhe faltaram, seu fôlego cessou e sua capacidade de fala foi embora. Sem dúvida, a visão do versículo 16 se refere à visão anterior do capítulo 8. DAP 185.6
VERSÍCULO 18. Então, me tornou a tocar aquele semelhante a um homem e me fortaleceu; 19. e disse: Não temas, homem muito amado! Paz seja contigo! Sê forte, sê forte. Ao falar ele comigo, fiquei fortalecido e disse: fala, meu senhor, pois me fortaleceste. 20. E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia. 21. Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe. DAP 186.1
Por fim, o profeta recobra as forças o suficiente para ouvir toda a comunicação que o anjo tinha a fazer. E Gabriel diz: “Sabes por que eu vim a ti?”. Isto é, você compreende o objetivo de minha vinda? Entende qual é meu propósito, para que não tema mais? Então anunciou sua intenção de voltar, assim que terminasse a conversa, para pelejar com o rei da Pérsia, e não contra, como consta em muitas versões. A palavra traduzida por contra é, na Septuaginta, meta, e esta não transmite o sentido de embate contrário, mas, sim, de pelejar junto, ao lado de; isto é, o anjo de Deus ficaria ao lado do reino persa enquanto estivesse na providência de Deus o plano de que esse reino continuasse. Mas Gabriel continua: “Saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Em outras palavras, quando ele retirasse seu apoio daquele reino e a providência divina passasse a operar em favor de outro império, o príncipe da Grécia viria e a monarquia persa seria subjugada. DAP 186.2
Gabriel então anunciou que ninguém havia que estivesse ao seu lado “nessas coisas” [v. 21, KJV], a não ser Miguel; ou seja: ninguém — com a exceção de Deus, é claro — tinha conhecimento das coisas que ele estava prestes a comunicar, a não ser Miguel, o príncipe. E depois de transmitir tais informações a Daniel, passou a haver quatro seres no universo sobre os quais repousava o conhecimento dessas importantes verdades: Daniel, Gabriel, Cristo e Deus. Quatro elos nessa cadeia ascendente de testemunhas — o primeiro, Daniel, membro da família humana; o último, Jeová, o Deus de todas as coisas! DAP 186.3