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Foi a bênção acariciada?

A fim de aumentar nossa dotação espiritual, é necessário andar na luz. Em vista do acontecimento que é a breve volta de Cristo precisamos trabalhar vigilantemente para preparar nossa alma, manter nossa lâmpada limpa e acesa, resplandecendo a fim de impressionar a outros quanto à necessidade de preparar-se para a vinda do Esposo. Vigiar e trabalhar precisam andar juntos; a fé e as obras precisam estar unidas, do contrário nosso caráter não será simétrico e equilibrado, perfeito em Cristo Jesus. ME1 138.4

Se nos entregássemos tão-somente a piedosa meditação, nossa luz se iria enfraquecendo, pois foi-nos dada para que possamos comunicar a outros, e quanto mais comunicarmos luz, tanto mais brilhante ela se tornará. Se há uma coisa no mundo em que possamos manifestar entusiasmo, seja este manifestado no buscar a salvação das almas por quem Cristo morreu. Obra dessa espécie não nos fará negligenciar a piedade individual. É-nos dada a exortação de não sermos “vagarosos no cuidado”, antes “fervorosos no espírito, servindo ao Senhor”. Romanos 12:11. ME1 139.1

Olhar unicamente à glória de Deus quer dizer nutrir um só desígnio, manifestar a obra que foi feita em vosso coração, que vos sujeita à vontade de Deus, e leva cativo todo pensamento à glória de Deus. O mundo tem estado com os olhos em vós, a ver qual seria a influência posterior da obra de reavivamento que veio ao colégio, ao hospital, escritório de publicações, e aos membros da igreja de Battle Creek. Que testemunho haveis dado em vossa vida diária e em vosso caráter? ME1 139.2

Deus esperava que todos vós procedêsseis o melhor que vos fosse possível, não para vos agradardes, divertir-vos e glorificar-vos a vós mesmos, mas para honrá-Lo em todos os vossos caminhos, devolvendo-Lhe segundo a luz e os privilégios que vos tem dado mediante a dotação de Sua graça. Esperava que testificásseis perante os seres celestes, fôsseis testemunhas vivas diante do mundo, do poder da graça de Cristo. O Senhor vos provou, a ver se trataríeis Sua preciosa bênção como coisa ordinária, leve, ou a consideraríeis como valioso tesouro a ser tratado com reverente respeito. Houvessem todos lidado com o dom de Deus por essa maneira — pois a obra era dele — então, segundo a medida da responsabilidade de cada um, a graça dada haveria sido duplicada, como os talentos do que negociou diligentemente com o dinheiro de seu Senhor. ME1 139.3

Uma bênção transformada em maldição

Deus tem estado a testar a fidelidade de Seu povo, provando-os a ver que emprego dariam eles à preciosa bênção que lhes confiara. Esta bênção veio de nosso Intercessor e Advogado nas cortes celestes; mas Satanás estava pronto a entrar por qualquer passagem que se lhe abrisse, de modo a transformar a luz e bênção em trevas e maldição. ME1 140.1

Como pode a bênção mudar-se em maldição? Persuadindo o instrumento humano a não acalentar a luz, ou a não revelar ao mundo que ela foi eficaz na transformação do caráter. Possuído do Espírito Santo, o instrumento humano se consagra a cooperar com instrumentos divinos. Leva o jugo de Cristo, ergue seus fardos e trabalha segundo Cristo a fim de ganhar preciosas vitórias. Anda na luz assim como Cristo na luz está. Cumpre-se nele a escritura: “Todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” 2 Coríntios 3:18. ME1 140.2

Outro ano passou para a eternidade agora com seu peso de registros; e a luz que brilhou do Céu sobre vós devia preparar-vos para vos erguerdes e resplandecer, para manifestar os louvores de Deus ao mundo como Seu povo observador dos mandamentos. Devíeis ter sido testemunhas vivas; mas se nenhum esforço especial por um caráter elevado e santo dá testemunho perante o mundo, se nenhum emprego maior de força se tem feito do que aquele que se vê nas igrejas populares de hoje, então, o nome de Deus não tem sido honrado e Sua verdade não tem sido engrandecida perante o mundo, mediante o apresentar credenciais divinas da parte do povo que recebeu grande luz. Se eles não receberam maior apreciação pelo poder manifesto de Deus do que comer e beber e levantarem-se para folgar, como fez o antigo Israel, então, como pode o Senhor fazer Seu povo depositário de preciosas e benévolas manifestações? Se eles agem justamente em contrário em quase todos os sentidos quanto à conhecida vontade de Deus, e são encontrados em descuido, leviandade, em egoísmo, ambição e orgulho, corrompendo seus caminhos diante do Senhor, como pode Ele dar-lhes outro derramamento do Espírito Santo? ME1 140.3

Deus tem para Seu povo as mais ricas bênçãos; não as pode conceder, porém, enquanto eles não souberem como tratar esse precioso dom no manifestar os louvores dAquele que os chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pelo gozo que Lhe estava proposto suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-Se à destra do trono de Deus.” Hebreus 12:1-2. Uma porção da alegria que estava proposta a Cristo, era a satisfação de ver Sua verdade armada do poder onipotente do Espírito Santo, imprimindo Sua imagem na vida e no caráter de Seus seguidores. ME1 141.1

Seres divinos cooperam com instrumentos humanos ao buscarem eles magnificar a lei e fazê-la gloriosa. A lei do Senhor é perfeita, convertendo a alma. É na alma convertida que o mundo vê um testemunho vivo. Então terá o Senhor do Céu lugar para operar? Encontrará Ele margem no coração dos que professam crer na verdade? Encontrará Sua pura e desinteressada benevolência resposta da parte do instrumento humano? Verá o mundo uma manifestação da glória de Cristo no caráter daqueles que professam ser Seus discípulos? Será Cristo favorecido e glorificado em ver Sua própria compaixão e amor sendo derramados em torrentes de bondade e verdade de Seus instrumentos humanos? Ao implantar Seu evangelho no coração, Ele está a derramar os recursos do Céu para benefício do mundo. “Nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” 1 Coríntios 3:9. ME1 141.2

Que tem a rica bênção de Deus feito por aqueles que eram humildes e contritos de coração para recebê-la? Tem sido a bênção nutrida? Têm os recebedores mostrado os louvores dAquele que os chamou das trevas para Sua maravilhosa luz? Alguns há que já estão duvidando da obra que foi tão boa, e que devia haver sido altamente apreciada. Estão-na considerando como uma espécie de fanatismo. ME1 141.3

Sede extremamente cuidadosos

Não seria de surpreender se houvesse alguns que, não sendo muito equilibrados mentalmente falassem e agissem indiscretamente; pois onde quer e quando quer que o Senhor opere no conceder genuína bênção, revela-se sempre também uma falsificação, de modo a anular a obra verdadeira de Deus. Devemos, portanto, ser extremamente cuidadosos, e andar humildemente diante de Deus, para que possamos ter o colírio espiritual e distinguir a operação do Espírito Santo de Deus da manifestação daquele espírito que quer introduzir desenfreada licença e fanatismo. “Pelos seus frutos os conhecereis.” Mateus 7:20. Os que estão realmente contemplando a Cristo serão transformados à Sua imagem, como pelo Espírito do Senhor, e crescerão à plena estatura de homens e mulheres em Cristo Jesus. O Espírito Santo de Deus inspirará aos homens amor e pureza; e manifestar-se-á refinamento em seu caráter. ME1 142.1

Mas porque alguns se apropriam indevidamente das ricas bênçãos do Céu, hão de outros negar que Jesus, o Salvador do mundo, tem passado por nossas igrejas, e isto para abençoar? Não o discutam a dúvida e a incredulidade; pois assim fazendo, estais pisando terreno perigoso. Deus deu Seu Espírito Santo aos que abriram a porta do coração ao dom celestial. Não cedam, porém, eles à tentação de crer posteriormente que foram enganados. Não digam: “Visto que sinto trevas, e estou opresso de dúvidas, e nunca vi tão manifesto como agora o poder de Satanás, fui certamente enganado.” Aconselho-vos a ser cuidadosos. Não semeeis sequer uma expressão de dúvida. Deus operou por vós, pondo em real contato com o coração sadias doutrinas de verdade. Bênçãos vos foram dadas, para que produzissem frutos em práticas sãs e caráter reto. ME1 142.2

O pecado de rejeitar a evidência

O pecado pelo qual Cristo reprovou Corazim e Betsaida, foi o rejeitar a evidência que os haveria convencido da verdade, caso houvessem eles cedido a seu poder. O pecado dos escribas e fariseus foi o de colocar a obra celeste que fora feita diante deles nas trevas da incredulidade, de maneira que a evidência que os deveria haver levado a uma firme fé foi posta em dúvida, e as coisas sagradas que deveriam haver sido abrigadas, consideradas como de nenhum valor. Temo que o povo haja permitido ao inimigo operar nesse mesmo sentido, de maneira que o bem que emanou de Deus, as ricas bênçãos que Ele deu, chegaram a ser consideradas por alguns como fanatismo. ME1 142.3

Caso essa atitude seja conservada, então, quando o Senhor fizer novamente Sua luz brilhar sobre o povo, ele se desviará da iluminação celeste, dizendo: “Senti a mesma coisa em 1893, e alguns em quem tenho confiado disseram que essa obra era fanatismo.” Não hão de aqueles que receberam a preciosa graça de Deus, e que tomaram a atitude de que a operação do Espírito de Deus era fanatismo, estar dispostos a acusar a obra do Espírito de Deus no futuro, e o coração ser assim prova contra as solicitações da voz mansa e delicada? O amor de Jesus pode ser apresentado aos que assim se entrincheiram contra ele, e não exercer sobre eles nenhum poder constrangedor. As riquezas da graça do Céu podem ser concedidas e todavia rejeitadas, em vez de serem acolhidas e reconhecidas com gratidão. Com o coração os homens creram para a justiça e por algum tempo fizeram confissão para a salvação; mas, é triste dizê-lo, o que a recebeu não cooperou com os seres celestes, nem estimou a luz mediante o praticar as obras de justiça. — The Review and Herald, 6 de Fevereiro de 1894. ME1 143.1