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A promessa do Espírito

O Senhor deseja Seu povo sadio na fé — não ignorante da grande salvação que tão abundantemente lhes é provida. Não devem olhar ao futuro, pensando que em algum tempo vindouro uma grande obra seja feita em seu favor, pois a obra está agora completa. O crente não é chamado para fazer paz com Deus; isto ele nunca fez nem pode fazer. Deve aceitar a Cristo como sua paz, pois com Cristo está Deus e a paz. Cristo pôs fim ao pecado, levando no próprio corpo sua pesada maldição, para o madeiro, e Ele removeu a maldição de todos aqueles que crêem nEle como Salvador pessoal. Põe Ele fim ao poder dominante do pecado no coração, e a vida e caráter do crente testificam do genuíno caráter da graça de Cristo. Aos que Lho pedem, comunica Jesus o Espírito Santo; pois é necessário que todo crente seja liberto da poluição, assim como da maldição e condenação da lei. Mediante a obra do Espírito Santo e a santificação da verdade, o crente torna-se habilitado para as cortes celestiais; pois Cristo opera em nós, e Sua justiça sobre nós está. Sem isso, alma alguma terá direito ao Céu. Não desfrutaríamos o Céu a menos que estejamos qualificados para sua atmosfera santa, pela influência do Espírito e a justiça de Cristo. ME1 394.3

Para sermos candidatos ao Céu temos de satisfazer aos requisitos da lei: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.” Lucas 10:27. Só podemos fazer isto ao nos apegarmos, pela fé, à justiça de Cristo. Contemplando a Jesus receberemos no coração um princípio vivo e que se expande, e o Espírito Santo continua a obra, e o crente prossegue de graça em graça, de força em força, de caráter em caráter. Ele se conforma à imagem de Cristo até que, no crescimento espiritual, alcança a medida da plena estatura de Cristo Jesus. Assim Cristo põe fim à maldição do pecado e livra a alma crente de sua ação e efeito. ME1 395.1

Cristo, tão-somente, é capaz de isso fazer, pois “convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados”. Hebreus 2:17-18. Reconciliação quer dizer que se removeu toda barreira entre a alma e Deus, e que o pecador reconhece o que significa o amor perdoador de Deus. Por motivo do sacrifício feito por Cristo pelos homens caídos, Deus pode com justiça perdoar ao transgressor que aceite os méritos de Cristo. Cristo foi o conduto pelo qual a misericórdia, amor e justiça puderam fluir, do coração de Deus para o coração do pecador. “Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” 1 João 1:9. ME1 395.2

Na profecia de Daniel acha-se registrado de Cristo que Ele havia de “expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna”. Daniel 9:24. Toda alma pode dizer: “Por Sua obediência perfeita satisfez Ele os reclamos da lei, e minha única esperança está em olhar para Ele como meu substituto e penhor, que obedeceu perfeitamente à lei por mim. Pela fé em Seus méritos estou livre da condenação da lei. Ele me veste de Sua justiça, que responde a todas as exigências da lei. Sou completo nAquele que introduz a justiça eterna. Ele me apresenta a Deus nas vestes imaculadas das quais nenhum fio foi tecido por qualquer instrumento humano. Tudo é de Cristo, e toda a glória, honra e majestade devem ser dados ao Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo.” ME1 396.1

Muitos pensam que devem esperar por um impulso especial, a fim de poderem aproximar-se de Cristo; mas só é necessário ir na sinceridade de propósito, decididos a aceitar os oferecimentos de misericórdia e graça que nos foram feitos. Devemos dizer: “Cristo morreu para me salvar. O desejo do Senhor é que eu seja salvo, e irei a Jesus tal qual estou, e sem demora. Agirei confiando na promessa. Ao atrair-me Cristo, atenderei.” Diz o apóstolo: “Com o coração se crê para a justiça.” Romanos 10:10. Ninguém pode crer com o coração para a justiça, e obter justificação pela fé, enquanto continuar na prática das coisas que a Palavra de Deus proíbe, ou enquanto negligenciar qualquer dever conhecido. ME1 396.2