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Tentação resistida decididamente

Disse Jesus ao astuto inimigo: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás.” Mateus 4:10. Satanás pedira a Cristo que lhe desse prova de ser Ele o Filho de Deus, e nesse incidente tinha ele a prova que pedira. À ordem divina de Cristo foi ele obrigado a obedecer. Foi repelido e silenciado. Não possuía poder que o habilitasse a resistir à imperiosa despedida. Foi compelido a, sem mais palavra, desistir imediatamente, e deixar o Redentor do mundo. ME1 288.1

Afastou-se a odiosa presença de Satanás. Terminara a contenda. Com sofrimento imenso, a vitória de Cristo no deserto fora tão completa como fora o fracasso de Adão. E por algum tempo continuou Ele livre da presença de Seu poderoso adversário, e das legiões de seus anjos. ME1 288.2

Terminadas as tentações, Satanás deixou a Jesus por um pouco de tempo. Vencido estava o adversário, mas o conflito fora prolongado e por demais probante. E, terminado ele, Cristo Se achou exausto e desmaiado. Caiu ao solo, como se estivesse moribundo. Anjos celestiais, que perante Ele se haviam inclinado nas cortes celestes, e que com intenso, mas penoso interesse estiveram observando seu amado Comandante, testemunhando com assombro a terrível luta que suportara com Satanás, vieram agora ministrar-Lhe. Prepararam-Lhe alimento e O fortaleceram, pois jazia Ele qual morto. Os anjos se possuíram de espanto e reverente respeito, ao saberem que o Redentor do mundo estava passando por indizível sofrimento para efetuar a redenção do homem. Aquele que era igual a Deus nas cortes celestes, ali estava diante deles, enfraquecido por quase seis semanas de jejum. Solitário, sozinho, fora Ele perseguido pelo líder rebelde, expulso do Céu. Suportara uma prova mais cerrada e mais severa do que as que jamais seriam impostas ao homem. A luta com o poder das trevas fora longa e intensamente probante para a natureza humana de Cristo, em Seu estado débil e sofredor. Os anjos trouxeram mensagens de amor e conforto do Pai ao Filho, assim como a certeza de que todo o Céu triunfava com a plena e completa vitória que Ele alcançara em favor do homem. ME1 288.3

O preço da redenção da raça humana não pode jamais ser compreendido plenamente, antes que os remidos estejam na presença do Redentor, junto ao trono de Deus. E ao terem capacidade para apreciar o valor da vida imortal, e da recompensa eterna, avolumarão o hino de vitória e imorredouro triunfo, dizendo, com grande voz: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.” Apocalipse 5:12. “E ouvi a toda a criatura”, diz João, “que está no Céu, e na Terra, e debaixo da Terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.” Apocalipse 5:13. ME1 289.1

Conquanto tivesse Satanás fracassado nos seus mais decididos esforços e mais poderosas tentações, não desistira ele da esperança de, em algum tempo futuro, poder ter mais êxito em seus esforços. Aguardava o tempo do ministério de Cristo, quando havia de ter oportunidades de experimentar seu poder e artifícios contra Ele. Satanás elaborou planos para cegar o entendimento dos judeus, o povo escolhido de Deus, para que não discernissem em Cristo o Redentor do mundo. Concluiu que seria capaz de encher-lhes o coração de inveja, ciúme e ódio contra o Filho de Deus, de modo que eles não O recebessem, mas tornassem Sua vida sobre a Terra o mais amarga possível. ME1 289.2