Testemunhos para a Igreja 4

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Jovens pastores

Foi-me mostrado que Iowa será deixado muito atrás de outros Estados no padrão da religiosidade pura, se for permitido aos jovens exercerem influência em sua Associação enquanto é evidente que não estão unidos a Deus. Sinto ser meu mais solene dever dizer que Iowa estaria em melhor condição hoje se os irmão F e G tivessem permanecido em silêncio. Não tendo eles próprios religião prática, como podem conduzir pessoas à Fonte com a qual não estão familiarizados? T4 437.1

Um predominante ceticismo está continuamente aumentando com referência aos Testemunhos do Espírito de Deus; e esses jovens encorajam questionamentos e dúvidas em vez de removê-los, porque ignoram o espírito, poder e força dos Testemunhos. Enquanto com o coração assim não santificado, seus esforços não podem realizar nenhum bem para o povo. Podem aparentemente convencer as almas de que temos a verdade; mas onde está o Espírito e poder de Deus para impressionar o coração e despertar a convicção do pecado? Onde está o poder para conduzir ao conhecimento prático da piedade vital os que foram convencidos? Eles mesmos não têm conhecimento disso; então como podem representar a religião de Cristo? Se os jovens desejam penetrar o campo, não sejam de modo algum desencorajados; mas primeiro devem aprender o ofício. T4 437.2

O irmão G poderia ter unido os seus esforços com os dos médicos do hospital, mas não pôde harmonizar-se com eles. Era muito auto-suficiente para ser um aprendiz. Era presunçoso e egoísta. Tinha uma tão boa perspectiva como outros jovens; mas enquanto estes estavam dispostos a receber instrução, e ocupar qualquer posição onde pudessem ser de maior utilidade, ele não se adaptou à situação. Julgava que sabia demasiado para ocupar uma posição secundária. Não se recomendou aos pacientes. Era tão exigente e ditatorial que sua influência não pôde ser tolerada no hospital. Não lhe faltava habilidade e, se estivesse disposto a ser ensinado, poderia ter obtido conhecimento prático do trabalho de um médico; se tivesse preservado seu espírito em mansidão e humildade, poderia ter tido êxito. Mas os defeitos naturais de caráter não foram percebidos e vencidos. Tem havido uma disposição de sua parte em enganar, mentir. Isso destruirá a utilidade da vida de qualquer um, e certamente lhe fechará as portas do ministério. A veracidade mais estrita deve ser cultivada, e todo engano evitado como se evita a lepra. Ele tem se sentido desconcertado por causa de sua pequena estatura. Isso não pode ser remediado; mas está a seu alcance remediar as deficiências de caráter, se ele quiser. Mente e caráter podem, com cuidado, ser moldados segundo o Modelo divino. T4 437.3

É a verdadeira elevação da mente, não uma afetação de superioridade, que faz o homem. O cultivo apropriado das faculdades mentais faz do homem tudo que ele é. Essas enobrecedoras faculdades são concedidas para ajudar a formação do caráter para a vida futura, imortal. O homem foi criado para um mais alto, mais santo estado de desfruto do que este mundo pode oferecer. Ele foi criado à imagem de Deus, para altos e nobres propósitos que cativam a atenção dos anjos. T4 438.1

Os jovens de hoje em geral não pensam profundamente nem agem de maneira sábia. Se eles estivessem cientes dos perigos que rodeiam todos os seus passos, agiriam mais cautelosamente e escapariam de muitos ardis que Satanás tem preparado para seus pés. Seja cuidadoso, meu irmão, para não parecer o que não é. A imitação dourada será prontamente distinguida do metal puro. Examine com o maior cuidado não somente a si próprio, mas a posição que cada um de sua família ocupa. Analise a história de cada um, e medite sobre o resultado da conduta seguida. Considere por que algumas pessoas são amadas e respeitadas pelos verdadeiramente bons, enquanto outros são desprezados e evitados. Considere essas coisas à luz da eternidade, e onde descobrir que outros falharam, evite cuidadosamente a conduta que eles seguiram. Será bom lembrar-se de que as tendências de caráter são transmitidas de pais para filhos. Medite seriamente sobre essas coisas, e então no temor de Deus se revista da armadura para uma vida de conflito com tendências hereditárias, imitando nenhum outro, senão o divino Modelo. Deve trabalhar com perseverança, constância e zelo se desejar ter êxito. Terá que vencer o eu, o que será a mais árdua batalha. Decidida oposição aos próprios caminhos e hábitos errôneos lhe assegurará preciosas e duradouras vitórias. Mas enquanto seus fortes traços de caráter são acariciados, enquanto deseja liderar, em vez de estar disposto a seguir, não obterá êxito. Seus sentimentos são intensos, e a menos que esteja alerta, sucumbirá ao mau temperamento. Responsabilidades e o desempenho de importantes deveres devem repousar sobre os jovens; está você se qualificando para fazer a sua parte no temor de Deus? T4 438.2

O irmão F não está apto para o seu trabalho. Tem quase tudo para aprender. Seu caráter é defeituoso. Ele não foi educado desde a infância para ser uma pessoa zelosa, trabalhadora, alguém que assuma responsabilidades. Ele não percebeu nem sentiu o trabalho a ser feito em favor de si mesmo, por isso não está preparado para apreciar o trabalho a ser feito em favor de outros. Ele é auto-suficiente. Pretende saber mais do que realmente sabe. Quando se tornar inteiramente consagrado pelo Espírito de Deus, e perceber plenamente a solenidade e responsabilidade da obra de um ministro de Cristo, sentir-se-á inteiramente insuficiente para a tarefa. Ele é deficiente em muitos aspectos; e suas deficiências serão reproduzidas em outros, dando ao mundo uma impressão desfavorável do caráter de nossa obra e dos pastores que estão nela empenhados. Ele deve tornar-se familiarizado com as responsabilidades e deveres da vida prática antes que possa estar apto a empenhar-se na obra de maior responsabilidade já dada ao homem mortal. Todos os jovens pastores precisam ser aprendizes antes de se tornarem mestres. Conquanto eu deseje encorajar os jovens a entrarem no ministério, diria que estou autorizada por Deus a recomendar e instar com eles a se qualificarem para o trabalho em que devam empenhar-se. T4 439.1

Os irmãos F não estão inclinados a ser zelosos e assumir responsabilidades. Negligência e imperfeição são vistos em todos os seus empreendimentos. Eles são descuidados em sua conversação e conduta. A influência solene, elevadora e enobrecedora que deve caracterizar todo ministro do evangelho não pode ser manifestada na vida deles até que tenham sido transformados e moldados segundo a imagem divina. Existe egoísmo em maior ou menor grau em cada um deles, embora em muito maior medida em uns do que em outros. Há um espírito de auto-suficiência e importância própria nesses jovens que os desqualifica para a obra de Deus. Eles precisam seriamente disciplinar-se antes de serem aceitos como obreiros de Deus em Sua causa. Há uma preguiça natural que precisa ser vencida. Eles devem exercitar-se fielmente nas atividades temporais da vida. Precisam ser aprendizes; e quando mostrarem notável êxito em suas responsabilidades menores, então estarão aptos para as maiores. As diferentes Associações estarão em melhor condição sem tais obreiros ineficientes. O peso das almas não pode repousar sobre homens em seu estado de falta de consagração assim como não pode repousar sobre bebês. Eles ignoram a religiosidade vital, e precisam da mais completa conversão antes mesmo de poderem ser cristãos. T4 440.1

O irmão A F precisa de um treinamento completo em nosso Colégio. Sua linguagem é defeituosa. Há grosseria e falta de refinamento em sua conduta; além disso, ele é auto-suficiente e está completamente equivocado com respeito a sua habilidade. Não tem fé verdadeira nos Testemunhos do Espírito de Deus. Não os estudou cuidadosamente, nem praticou as verdades que lhes foram apresentadas. Conquanto tenha tão pequena espiritualidade, não entenderá o valor dos Testemunhos nem o seu real objetivo. Esses jovens lêem a Bíblia, mas têm tido pouca experiência em pesquisar as Escrituras com oração, zelo e humildade para que possam ser totalmente instruídos para toda boa obra. T4 440.2

Há grande perigo em animar a entrar no campo uma classe de homens que não tem genuína responsabilidade pelas almas. Eles podem ser capazes de interessar as pessoas e envolver-se em controvérsia, embora de modo algum sejam homens de propósito que aperfeiçoarão sua capacidade e ampliarão suas habilidades. Temos um ministério atrofiado e defeituoso. A menos que Cristo habite nos homens que pregam a verdade, eles rebaixarão o padrão moral e religioso onde quer que sejam tolerados. Um exemplo lhes é dado, o do próprio Cristo: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.” 2 Timóteo 3:16, 17. Temos na Bíblia o infalível conselho de Deus. Seus ensinos, postos em prática, habilitarão os homens para qualquer posição de dever. É a voz de Deus falando cada dia à alma. Quão cuidadosamente devem os jovens estudar a Palavra de Deus e entesourar seus pontos de vista no coração, para que seus preceitos lhes governem toda a conduta. Nossos jovens pastores, e os que por vezes têm pregado, demonstram notável deficiência na compreensão das Escrituras. A obra do Espírito Santo é iluminar o obscurecido entendimento, abrandar o coração egoísta, empedernido, conquistar o rebelde transgressor, e salvá-lo das influências corruptoras do mundo. A oração de Cristo por Seus discípulos foi: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade.” João 17:17. A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, penetra o coração do pecador, cortando-o em pedaços. Quando a teoria da verdade é repetida sem que sua sagrada influência seja sentida na alma do que fala, não tem nenhuma força sobre os ouvintes, mas é rejeitada como erro, tornando-se o próprio orador responsável pela perda de almas. Precisamos estar seguros de que nossos pastores sejam homens convertidos, modestos, mansos, e humildes de coração. T4 441.1

Deve haver uma decidida mudança no ministério. Um exame mais criterioso é necessário com respeito às qualificações de um pastor. Moisés foi dirigido por Deus para obter experiência em zelar, considerar e demonstrar terna solicitude por seu rebanho para que pudesse, como um fiel pastor, estar pronto quando Deus o chamasse a liderar Seu povo. Experiência semelhante é essencial para aqueles que se empenham na grande obra de pregação da verdade. A fim de conduzir almas à fonte vivificante, o próprio pregador deve primeiro beber da fonte. Ele precisa compreender o infinito sacrifício feito pelo Filho de Deus para salvar os homens caídos, e sua própria alma deve estar imbuída com o espírito do infinito amor. Se Deus nos determina que realizemos um árduo trabalho, precisamos fazê-lo sem murmurar. Se o caminho é difícil e perigoso, é plano de Deus fazer com que sigamos em humildade, e clamemos a Ele por força. Uma lição deve ser aprendida da experiência de alguns de nossos pastores que comparativamente nada souberam de dificuldades e provações, contudo sempre se julgam mártires. Eles ainda têm que aprender a aceitar com gratidão o caminho da escolha de Deus, lembrando-se do Autor de nossa salvação. A obra do pastor deve ser realizada com muito mais energia, zelo e dedicação do que manifesta nas transações comerciais, pois o trabalho é muito mais sagrado e os resultados mais significativos. O trabalho de cada dia deve constar nos registros eternos com um “bem está”, de modo que se nenhum outro dia fosse concedido no qual trabalhar, a obra estaria inteiramente concluída. Nossos pastores, jovens especialmente, devem perceber a preparação necessária para qualificá-los para seu solene trabalho, e prepará-los para a sociedade dos imaculados anjos. A fim de estar no lar do Céu, precisamos aqui entesourá-lo em nosso coração. Se esse não for o nosso caso, será melhor não termos parte na obra de Deus. T4 442.1

O ministério é corrompido por pastores não santificados. A menos que haja um padrão inteiramente mais elevado e mais espiritual para o ministério, a verdade do evangelho se tornará mais e mais impotente. A mente humana é representada pelo solo rico de um jardim. A menos que receba cultivo apropriado, ficará cheio de ervas daninhas e espinheiros de ignorância. A mente e o coração precisam diariamente de cultura, e a negligência causará prejuízo. Quanto mais habilidade natural Deus conceder a um indivíduo, maior aperfeiçoamento lhe será requerido, e maior a sua responsabilidade de usar seu tempo e talentos para a glória de Deus. A mente não deve permanecer inativa. Se não for exercitada na aquisição de conhecimento, submergirá em ignorância, superstição e fantasia. Se as faculdades intelectuais não forem cultivadas como devem ser para glorificar a Deus, tornar-se-ão fortes e poderosos condutos para levar à perdição. T4 442.2

Conquanto os jovens devam guardar-se contra serem pretensiosos e independentes, devem estar continuamente obtendo assinalado progresso. Devem aceitar cada oportunidade para cultivar os traços mais nobres e generosos de caráter. Se os jovens sentirem sua dependência de Deus a cada momento, e cultivarem um espírito de oração, um respirar da alma a Deus em todo o tempo e em todos os lugares, poderão melhor conhecer a vontade de Deus. Mas foi-me mostrado que os irmãos F e G desconhecem quase totalmente a atuação do Espírito de Deus. Têm estado trabalhando em sua própria força, e se envolvido tão plenamente consigo mesmos que não têm visto e percebido sua grande deficiência. Conversam petulantemente acerca dos Testemunhos dados por Deus em benefício de Seu povo, exercem juízo sobre eles, dando a sua opinião acerca deles e criticando isto e aquilo, quando fariam melhor em pôr a mão sobre a boca e prostrar-se no pó, visto não conhecerem mais do espírito dos Testemunhos do que conhecem do Espírito de Deus. T4 443.1

Eles são principiantes na verdade, e anões em experiência religiosa. As maiores vitórias para a causa não são obtidas através de argumentos, amplas instalações, abundância de influência e de recursos; mas são aquelas vitórias obtidas na câmara de audiência com Deus, quando a fé zelosa e angustiante lança mão do poderoso braço do poder. Quando Jacó se achou inteiramente prostrado em condição de desamparo, derramou sua alma a Deus em fervorosa angústia. O anjo de Deus pleiteou para ser libertado; mas Jacó não o deixava desvencilhar-se. O homem ferido, sofrendo dor física, apresentou sua fervorosa súplica com a ousadia concedida pela fé viva. “Não Te deixarei ir”, disse ele, “se me não abençoares.” Gênesis 32:26. T4 443.2

Há profundos mistérios na Palavra de Deus, que nunca serão descobertos pela mente não auxiliada pelo Espírito de Deus. Há também mistérios insondáveis no plano da redenção, que as mentes finitas jamais podem compreender. Os jovens inexperientes devem esforçar mais a mente e exercitar melhor as habilidades para obter compreensão das questões que são reveladas; pois a menos que possuam mais iluminação espiritual do que agora têm, levariam a vida toda para conhecer a vontade revelada de Deus. Quando têm acariciado a luz que já receberam, e feito uso prático dela, serão capazes de dar um passo à frente. A providência de Deus é uma escola contínua que está sempre levando os homens a perceberem as verdadeiras metas da vida. Ninguém é demasiado jovem ou demasiado velho para aprender nessa escola, ao prestar diligente atenção às lições ensinadas pelo divino Mestre. Ele é o verdadeiro Pastor e chama Suas ovelhas pelo nome. Sua voz é ouvida pelos errantes, dizendo: “Este é o caminho; andai nele.” Isaías 30:21. T4 444.1

Jovens que nunca tiveram êxito nos deveres temporais da vida estarão igualmente despreparados para empenhar-se em deveres mais elevados. Uma experiência religiosa é obtida somente mediante conflito, através de desapontamento, severa disciplina do eu e fervorosa oração. A fé viva precisa apegar-se inabalavelmente às promessas, e então muitos podem sair de uma íntima comunhão com Deus com rosto radiante, dizendo como Jacó: “Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.” Gênesis 32:30. T4 444.2

Os passos rumo ao Céu devem ser dados um de cada vez; cada passo para a frente fortalece-nos para o seguinte. O poder transformador da graça de Deus sobre o coração humano é obra que somente poucos compreendem, porque são demasiado indolentes para fazer o necessário esforço. As lições que os jovens pastores aprendem ao saírem em suas visitas quando não têm qualificação para a obra, têm influência desmoralizante sobre eles. Não conhecem o seu lugar nem o mantêm. Não são equilibrados por firmes princípios. Falam eruditamente de coisas sobre as quais nada sabem, e daí aqueles que os aceitam como mestres são desviados. Uma tal pessoa inspirará mais ceticismo na mente dos outros do que várias serão capazes de desfazer, por melhor que façam! A mente limitada dos homens se deleita em ninharias, em criticar, buscar algo para questionar, pensando eles ser isso um sinal de esperteza; no entanto, mostram que a mente tem falta de refinamento e dignidade. Quão melhor seria empenhar-se em buscar educar a si mesmos, enobrecer e elevar a mente. Tal como a flor que se volta para o sol a fim de que os brilhantes raios possam ajudá-la a aperfeiçoar sua beleza e simetria, assim devem os jovens volver-se para o Sol da Justiça, para que a luz do Céu possa brilhar sobre eles, aperfeiçoando-lhes o caráter e dando-lhes uma profunda e permanente experiência nas coisas de Deus. Então podem refletir os divinos raios de luz sobre outros. Aqueles que escolhem reunir dúvidas, incredulidade e ceticismo não experimentarão crescimento na graça ou espiritualidade, e serão desqualificados para a solene responsabilidade de levar a verdade a outros. T4 444.3

O mundo deve ser advertido de sua destruição vindoura. A apatia daqueles que estão no pecado e no erro é tão profunda, tão semelhante à morte, que a voz de Deus através de um pastor bem alerta é necessária para despertá-los. A menos que os pastores sejam convertidos, o povo não o será. O frio formalismo que está agora prevalecendo entre nós deve dar lugar ao vivo vigor da religião prática. Não há falha na teoria da verdade; ela é perfeitamente clara e harmoniosa. Todavia, os jovens pastores podem falar a verdade fluentemente, contudo não ter verdadeira percepção das palavras que proferem. Eles não apreciam o valor da verdade que apresentam, e pouco percebem o que isso custou àqueles que com orações e lágrimas, através de provações e oposição, por ela buscaram como por tesouros ocultos. Todo novo elo na cadeia da verdade lhes foi tão precioso quanto ouro provado. Esses elos agora estão unidos em um todo perfeito. As verdades têm sido cavadas do lixo da superstição e erro, através de oração fervorosa por luz e conhecimento, e apresentadas ao povo como preciosas pérolas de infinito valor. T4 445.1

O evangelho é uma revelação dos raios de luz e esperança do mundo eterno ao homem. Toda luz não brilha sobre nós de uma vez, mas vem segundo possamos suportá-la. Mentes inquiridoras que têm fome de um conhecimento da vontade de Deus nunca estão satisfeitas; quanto mais profundamente buscam, mais percebem sua ignorância e deploram a sua cegueira. Está além do poder do homem conceber as elevadas e nobres realizações que estão ao seu alcance, se ele combinar o esforço humano com a graça de Deus, que é a Fonte de toda a sabedoria e poder. E há no futuro um eterno peso de glória. “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que O amam.” 1 Coríntios 2:9. T4 446.1

Temos a mais solene mensagem da verdade já apresentada ao mundo. Essa verdade é mais e mais respeitada pelos descrentes, porque não pode ser contestada. Em vista deste fato, nossos jovens se tornam autoconfiantes e arrogantes. Tomam as verdades que foram apresentadas por outros, e sem estudar ou orar fervorosamente enfrentam oponentes e se envolvem em debates, submetendo-se a mordazes discussões e sagacidade, gabando-se de que isso é fazer a obra de um ministro do evangelho. A fim de estarem aptos para o trabalho de Deus, esses homens precisam de uma completa conversão tal como Paulo experimentou. Os pastores devem ser representantes vivos da verdade que pregam. Devem ter vida mais espiritual, caracterizada por maior simplicidade. As palavras devem ser recebidas de Deus e transmitidas ao povo. Deve-se prender a atenção do povo. Nossa mensagem é um “cheiro de vida para a vida” ou “de morte para morte”. 2 Coríntios 2:16. O destino das almas está na balança. “Multidões” estão “no vale da decisão”. Joel 3:14. Uma voz deve ser ouvida clamando: “Se o Senhor é Deus, segui-O; e, se Baal, segui-o.” 1 Reis 18:21. T4 446.2

Ação pronta, enérgica e dedicada pode salvar uma alma indecisa. Ninguém pode dizer quanto é perdido por tentar pregar sem a unção do Espírito Santo. Há em toda congregação almas hesitantes, quase persuadidas a se dedicarem inteiramente a Deus. A decisão está sendo feita para o tempo e para a eternidade; mas com demasiada freqüência acontece que o pastor não possui no próprio coração o espírito e o poder da mensagem da verdade, pelo que não faz apelos diretos às almas que tremem na balança. O resultado é que as impressões não se aprofundam no coração dos convictos; e saem da reunião sentindo-se menos inclinados a aceitar o serviço de Cristo, do que quando chegaram. Decidem esperar oportunidade mais favorável, mas esta nunca chega. Esse discurso profano, semelhante à oferta de Caim, estava destituído do Salvador. A oportunidade áurea é perdida, e os casos dessas almas são decididos. Não é arriscado demais pregar de forma indiferente, e sem sentir o peso das almas? T4 447.1

Nesta época de trevas morais é requerido mais do que árida teoria para impressionar as pessoas. Os pastores devem ter um relacionamento vivo com Deus. Devem pregar como quem crê no que diz. Verdades vivas, procedendo de lábios do homem de Deus, farão com que pecadores tremam, e os convictos exclamem: “Jeová é Deus; estou resolvido a ficar inteiramente do lado do Senhor.” Nunca deve o mensageiro de Deus cessar seu empenho por maior luz e poder procedentes do Alto. Ele deve batalhar, orar, esperar, em meio a desânimo e trevas, determinado a obter conhecimento pleno das Escrituras, e não ficar aquém em nenhum dom. Enquanto houver uma alma a ser beneficiada, ele deve avançar com nova coragem em cada esforço. Há trabalho, trabalho intenso, a ser realizado. Almas pelas quais Cristo morreu estão em perigo. Enquanto Jesus disser, “nunca te deixarei nem te abandonarei”, enquanto a coroa da justiça for oferecida ao vencedor, enquanto nosso Advogado pleitear em favor do pecador, os ministros de Cristo devem trabalhar com esperança, energia incansável e perseverante fé. T4 447.2

Mas enquanto a verdade de Deus é levada avante por homens jovens e inexperientes, cujo coração mal é tocado pela graça de Deus, a causa enfraquecerá. Os irmãos F e G estão mais prontos a argumentar do que a orar; mais prontos a contender do que a persuadir ou esforçar-se por impressionar as pessoas com o solene caráter da obra para este tempo. Homens que ousam assumir a responsabilidade de receber a palavra da boca de Deus e transmiti-la ao povo tornam-se responsáveis pela verdade que apresentam e a influência que exercem. Se são verdadeiramente homens de Deus, sua esperança não está em si mesmos, mas naquilo que Ele fará por eles e através deles. Eles não avançam cheios de si, chamando a atenção das pessoas para sua habilidade e esperteza; sentem sua responsabilidade e trabalham com vigor espiritual, trilhando o caminho da abnegação que o Mestre trilhou. O sacrifício próprio é visto a cada passo, e lamentam sua falta de habilidade em realizar mais na causa de Deus. Seu caminho é de provas e conflitos; mas está assinalado pelas pegadas de seu Redentor, o Capitão de sua salvação, que Se tornou perfeito através do sofrimento. T4 448.1

Em seu trabalho, os subpastores devem seguir cuidadosamente as instruções e manifestar o espírito do Sumo Pastor. Ceticismo e apostasia são encontrados por toda a parte. Deus deseja que trabalhem em Sua causa, homens cujo coração seja tão verdadeiro quanto o aço, e que permaneçam firmes na integridade, inamovíveis pelas circunstâncias. Em meio a provação e tristeza eles são exatamente o que eram quando suas perspectivas estavam iluminadas pela esperança, e quando seu ambiente exterior era exatamente o que desejavam. Daniel na cova dos leões era o mesmo Daniel que permanecera perante o rei, envolvido pela luz de Deus. Paulo no calabouço escuro, esperando pela sentença que sabia viria do cruel Nero, era o mesmo Paulo que se dirigira aos ouvintes no Areópago. Um homem cujo coração estava firmado em Deus na hora das provas mais aflitivas e as mais desanimadoras circunstâncias, era exatamente o que fora na prosperidade, quando a luz e favor de Deus pareciam estar sobre ele. A fé alcança o invisível e se apega às coisas eternas. T4 448.2

Há muitos em Iowa que estão destruindo, em lugar de edificar, lançando descrença e trevas em vez de luz; e a causa de Deus está se enfraquecendo, quando devia estar prosperando. Os pastores devem ousar ser verdadeiros. Paulo escreveu a Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza.” 1 Timóteo 4:12. “Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” 1 Timóteo 4:15, 16. T4 449.1

A palavra e a vontade de Deus são expressas nas Escrituras por autores inspirados. Devemos atá-las como testeiras entre os olhos e caminhar segundo os seus preceitos; então marcharemos em segurança. Todo capítulo e todo versículo é uma comunicação de Deus ao homem. Ao estudar a Palavra, a alma que tem fome e sede de justiça será impressionada pelas declarações divinas. O ceticismo não pode ter poder sobre uma alma que pesquisa com humildade as Escrituras. T4 449.2