Testemunhos para a Igreja 5

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Como receber uma reprovação

“Os que são repreendidos pelo Espírito de Deus não devem insurgir-se contra o humilde instrumento. É Deus, e não um falível mortal, que falou para salvá-los da ruína.”1 Não é agradável para a natureza humana receber reprovação, nem é possível para o coração humano, sem ser iluminado pelo Espírito de Deus, perceber a necessidade da reprovação ou a bênção que vem junto com a correção. Na medida em que o ser humano se rende à tentação e aceita o pecado, sua mente se torna obscurecida. O senso moral fica pervertido. Os avisos da consciência passam a ser desrespeitados e sua voz se torna cada vez menos clara. Ele perde gradualmente a capacidade de distinguir entre o certo e o errado, até o ponto de ficar sem a menor referência de sua situação perante Deus. Pode manter os aspectos formais da religião, conservar zelosamente suas doutrinas, sem o espírito que os caracteriza. Sua condição fica sendo aquela descrita pela Fiel Testemunha: “pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.” Apocalipse 3:17. Quando o Espírito de Deus declara ser essa a sua condição, ele não consegue ver que essa é uma mensagem verdadeira. Tem ele que automaticamente rejeitar a advertência? Não. Deus fornece suficiente evidência para que todos os que desejam possam se satisfazer quanto à natureza dos Testemunhos, e aceitando-os como vindos de Deus, devem naturalmente aceitar a reprovação, ainda que não consigam ver o caráter pecaminoso da vida que levam. Se eles tivessem uma clara noção de sua condição, iriam precisar de reprovação? Pelo fato de não perceberem é que Deus misericordiosamente lhes envia o testemunho, a fim de que tenham chance se arrepender e empreender uma reforma antes que seja tarde demais. “Os que desprezam a advertência serão deixados na cegueira, para iludirem a si mesmos. Mas os que lhe dão ouvidos, empenhando-se zelosamente na obra de afastar de si os seus pecados, a fim de terem as graças necessárias, abrirão a porta do coração para que o querido Salvador entre e com eles habite.”2 “Os que se acham mais intimamente ligados a Deus são os que conhecem Sua voz quando Ele lhes fala. Os que são espirituais discernem as coisas espirituais. Esses se sentirão gratos porque o Senhor lhes apontou os erros.”1 T5 682.1

“Davi aprendeu sabedoria do trato de Deus para com ele, e curvou-se humildemente sob o castigo do Altíssimo. O quadro fiel de sua verdadeira condição, feito pelo profeta Natã, deu a Davi o conhecimento dos próprios pecados, e ajudou-o a afastá-los de si. Aceitou humildemente o conselho, e humilhou-se diante de Deus. ‘A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma’, exclama ele.” Salmos 19:7.2 T5 683.1

“Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos.” Hebreus 12:8. “Nosso Senhor disse: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo.” Apocalipse 3:19. “Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.” Hebreus 12:11. Por mais amarga que seja a disciplina, ela é escolhida por um Pai amoroso “a fim de sermos participantes da sua santidade”. Hebreus 12:10. T5 683.2