Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos
Capítulo 14 — Apelo pela verdade e lealdade
“Todos vós sois irmãos”
8 de Março de 1895
Preciso falar aos meus irmãos de perto e de longe. Não posso ficar calada. Eles não estão trabalhando segundo princípios corretos. Não devem julgar, os que estão em posições de responsabilidade, que sua importante posição os torna homens de juízo infalível. TM 347.1
Todas as obras dos homens estão sob a jurisdição do Senhor. Será completamente seguro os homens considerarem que no Altíssimo há conhecimento. Os que confiam em Deus e em Sua sabedoria, e não na deles mesmos, estão andando em veredas seguras. Nunca julgarão estarem autorizados a tapar a boca nem mesmo do boi que trilha o grão; e quão ofensivo é os homens controlarem o agente humano que está em sociedade com Deus, e a quem o Senhor Jesus convidou: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.” “Nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” TM 347.2
O Senhor não colocou nenhum de Seus agentes humanos sob a ordem arbitrária ou o domínio daqueles que não passam eles próprios de mortais sujeitos ao erro. Ele não deu aos homens o poder de dizer: Fareis isto, e não fareis aquilo. Mas é exercido em Battle Creek um poder que Deus não deu, e Ele julgará aos que assumem essa autoridade. Têm eles algo do mesmo espírito que levou Uzá a lançar* mão da arca para segurá-la, como se Deus não pudesse cuidar de Seus símbolos sagrados. Muito menos poder e autoridade humanos devem ser exercidos para com os agentes humanos. Irmãos, deixai que Deus governe. TM 347.3
A obra para este tempo
A grande obra para este tempo exige que os homens vão a qualquer parte tanto perto como longe, nos caminhos e valados, para difundir a luz, apresentando as palavras da vida. Pôs Deus sobre um homem ou um grupo de homens tomar essa obra em suas mãos, como se os obreiros, a propriedade particular de Deus, devesse estar sob o seu domínio? TM 348.1
Os negócios ligados à obra de Deus em todo e qualquer ramo, exigem homens que estejam trabalhando em harmonia com Deus; pois o poder e o êxito na obra só poderão ser obtidos pela cooperação do humano com o divino. Sem que haja a melhor evidência de que uma pessoa compreenda as coisas celestiais e eternas, não deve ela ser autorizada a ministrar em questões relacionadas com a obra que diz respeito à salvação das almas por quem Cristo morreu. Às mãos e cérebros não santificados já têm sido confiado demasiado poder e muitas mudanças imprudentes se têm feito, que não estão de acordo com a vontade e os caminhos de Deus. TM 348.2
Nenhum homem é um juiz apropriado do dever de outro homem. O homem é responsável para com Deus; e, quando homens finitos e sujeitos ao erro tomam em suas mãos a jurisdição de seus semelhantes, como se o Senhor os houvesse comissionado para levantar ou abater, todo o Céu se enche de indignação. Estranhos princípios estão sendo estabelecidos com relação ao domínio da mente e das obras dos homens, por juízes humanos, como se esses homens finitos fossem deuses. TM 348.3
E o que acontece com alguns dos que levam essas sagradas responsabilidades? Homens que não têm mentalidade espiritual, que não são consagrados a Deus, não têm comissão a cumprir nem autoridade a exercer relativas à vontade ou a ação de seus semelhantes. Mas, a menos que os homens estejam diariamente em comunhão com Deus, em vez de buscá-Lo com todo o coração para estarem habilitados para o trabalho, assumirão poder ditatorial sobre a consciência dos outros. O senso da presença divina encheria de respeitoso temor e subjugaria a alma, mas isso não têm eles. Sem o amor de Deus a aquecer a alma, o amor aos homens esfria. Seu coração não se comove à vista da desgraça humana. O egoísmo tem deixado sua corruptora impressão na vida e no caráter, e alguns nunca perderão essa imagem e inscrição. TM 349.1
Deve a obra da causa de Deus ser confiada a tais mãos? Devem as almas por quem Cristo morreu ser manipuladas segundo a vontade de homens que recusaram a luz que lhes foi dada pelo Céu? Devemos temer as leis feitas pelos homens, e os planos e métodos que não estão de acordo com os princípios da Palavra de Deus quanto à relação do homem para com o seu companheiro. “Todos vós sois irmãos.” TM 349.2
A presente ordem de coisas deve mudar
A presente ordem de coisas deve mudar,* ou a ira de Deus cairá sobre os Seus instrumentos que não estão trabalhando nas fileiras de Cristo. Tem o Senhor dado a qualquer um de vós a comissão de dominar sobre a Sua herança? Essa tal espécie de trabalho tem-se infiltrado durante anos. Deus vê tudo isso, e disso Se desagrada. Quando os homens se interpõem entre Deus e Seus agentes humanos, desonram a Deus, e prejudicam as almas dos que necessitam verdadeiro encorajamento, simpatia e amor. Sou constrangida a apelar aos nossos obreiros: Seja qual for vossa posição, não dependais de homens, nem façais da carne vosso braço. TM 349.3
Sou impelida pelo Espírito de Deus a dizer-vos, a vós que tendes ligação com a obra do Senhor: Nunca vos esqueçais de que dependeis inteiramente de Deus, e se passardes uma hora ou um momento sem confiar em Sua graça, sem conservar o coração aberto para receber a sabedoria que não é terrena, tendo a certeza de que sem Cristo nada podeis fazer, não sereis capazes de distinguir entre o fogo comum e o sagrado. Palavras de caráter muito proibido fuzilarão de vossos lábios para destruir a esperança, a coragem e a fé. Assim está escrito nos livros do Céu: Vossas palavras não foram inspiradas por Deus, mas pelo inimigo que machucou e feriu a Cristo na pessoa de Sua possessão adquirida. Almas de infinito valor foram tratadas com indiferença, desviadas, deixadas a lutar sob a tentação e forçadas a entrar no campo de batalha de Satanás. TM 350.1
Os professos amigos de Jó eram fracos confortadores, tornando seu caso mais amargo e insuportável, e Jó não era culpado como eles supunham. Os que estão sob a dor e a angústia de seus próprios malfeitos, enquanto Satanás procura levá-los ao desespero, são justamente as pessoas que mais necessitam de auxílio. A intensa agonia da alma vencida por Satanás e que se sente derrotada e indefesa — quão pouco é compreendida pelos que deviam atender com terna compaixão aos que erram! TM 350.2
Muito digna de piedade é a condição do que sofre sob o remorso; é ele como alguém aturdido, cambaleando, afundando no pó. E muitos dos que se supõem justos tornam-se confortadores irritantes; agem asperamente com essas almas. Ao manifestarem essa dureza de coração, ofendendo e oprimindo, estão fazendo a mesma obra que Satanás se deleita em fazer. A alma provada e tentada, não pode ver nada claramente. A mente está confusa; não sabe justamente que passos deve dar. Oh, então, nenhuma palavra seja proferida que cause dor mais profunda! TM 350.3
Como lidar com os que erram
Nosso Salvador disse: “Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em Mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!... Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque Eu vos digo que os seus anjos nos Céus sempre vêem a face de Meu Pai que está nos Céus. Porque o Filho do homem veio salvar o que se tinha perdido. Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? E, se porventura a acha, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que se não desgarraram. Assim também não é a vontade de vosso Pai, que está nos Céus, que um destes pequeninos se percam.” TM 351.1
“Eu não vim”, disse Cristo, “chamar os justos [vós que não sentis necessidade de arrependimento], mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.” Os que são coobreiros de Deus trabalharão nas fileiras de Cristo. Muita pobre alma há que é mal compreendida, não é apreciada, cheia de tristeza e agonia — uma ovelha perdida, extraviada. Sua mente está anuviada, não pode achar a Deus, e dela se apossa uma incredulidade quase sem esperanças. No entanto, tem ela um desejo intenso e anelante de perdão e paz. TM 351.2
Ao vos ser apresentado esse quadro, pode ser feita a pergunta: Não haverá cristãos a quem tal pessoa se possa dirigir em busca de alívio? A esta pergunta Deus responde: “Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade. Lembra-te pois de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.” Um farisaísmo frio e de coração endurecido se tem apossado de muitos dos professos seguidores de Cristo, e o amor de Jesus está morto. TM 351.3
“E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vive, e estás morto. Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.” Aqui é resolvido o problema. As pessoas aqui descritas tiveram luz que as teria habilitado para obras inteiramente diversas, se houvessem seguido a luz, e houvessem fortalecido as coisas remanescentes que estavam prestes a morrer. A luz que lhes brilhava no coração quando Jesus lhes falou à alma: “Perdoados te são os teus pecados”, poderiam eles ter conservado viva ajudando aos que necessitavam de auxílio. TM 352.1
A obra a ser feita é claramente especificada: “Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te pois do que tens recebido e ouvido, guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” Muitos têm ouvido e recebido a palavra da vida e têm sido fortemente movidos pela verdade, mas têm permitido que sua alma fique fria, sua fé apagada pela justiça própria, pela presunção e pelo orgulho da posse de um conhecimento da verdade que eles deixam de praticar. A verdade que não é posta em prática, perde seu poder. O coração se fecha para sua influência divina, e aqueles que deviam ser obreiros de Cristo estão ociosos, e as almas que eles poderiam ajudar são deixadas em desânimo, trevas e desespero. TM 352.2
Ajudai as almas que naufragam
Almas há que estão definhando por falta de simpatia. Definham por falta do pão da vida; mas não têm confiança para tornar conhecida a sua grande necessidade. Os que levam responsabilidades em conexão com a obra de Deus, devem compreender que estão sob a mais solene obrigação de ajudar a essas almas; e estariam preparados para ajudá-las caso eles mesmos tivessem retido a influência branda e subjugadora do amor de Cristo. Será que estas pobres almas, prontas a perecer, deles esperam auxílio? — Não; esperaram até não terem mais esperança de auxílio dessa parte. Não vêem uma mão estendida para salvar. TM 353.1
Assim me foi apresentada a questão: Um homem afundando, lutando em vão com as ondas, descobre um barco e com as últimas forças que lhe restam consegue alcançá-lo, e se apega à sua borda. Tão fraco está que não pode falar, mas a agonia estampada em seu rosto, despertaria piedade em qualquer coração tocado de humana ternura. Mas estendem os ocupantes do barco as mãos para o erguer e pôr dentro? — Não! Todo o Céu observa ao empurrarem esses homens as mãos fracas que se agarram, e um ser sofredor afunda sob as vagas, para não mais se levantar. Tal cena tem-se repetido vezes seguidas. Tem sido testemunhada por Aquele que deu Sua vida para resgatar justamente tais almas. O Senhor tem estendido Sua própria mão para salvar. O próprio Senhor tem feito a obra que Ele deixou para o homem fazer, no revelar a piedade e compaixão de Cristo para com os pecadores. Jesus disse: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” A cada um de nós revela o Calvário as profundezas desse amor. TM 353.2
Há almas em trevas, cheias de remorso, dor e angústia, que ainda sentem que Deus é justo e bom. O Senhor lhes conserva viva no coração a centelha da esperança. A pobre e obscurecida alma pensa: Se eu tão-somente me pudesse apresentar diante de Deus, e pleitear meu caso, Ele apiedar-Se-ia por amor de Cristo, e esse terrível temor e agonia seriam aliviados. Tem procurado falar aos homens, e tem sido rudemente repelida, reprovada e escarnecida por seus supostos amigos. Algumas vezes as reprovações amontoadas sobre a sua cabeça quase têm destruído a última centelha de esperança. A alma cônscia de sinceras e honestas intenções verifica que tem menos a temer de Deus do que dos homens que têm coração de aço. A alma afligida pela agonia humana, desvia-se do falso juízo e da condenação de homens que não podem ler o coração e assim mesmo assumem a responsabilidade de julgar aos seus semelhantes. Volta-se para Aquele que não tem uma sombra de mal-entendimento, Aquele que conhece todos os impulsos do coração, que está familiarizado com todas as circunstâncias de tentação. Deus conhece cada ato da vida passada, e assim mesmo ao considerar tudo isso, está a alma atribulada pronta para Lhe confiar seu caso, sabendo que Ele é um Deus de misericórdia e compaixão. TM 354.1
Caiamos nas mãos de Deus
Quando se ordenou a Davi que escolhesse o castigo do seu pecado, ele disse: “Caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas sãs as Suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu.” Ele achou que Deus conhecia a luta e a angústia da alma. Quando alguém é habilitado a obter um vislumbre do caráter de Deus, não vê nEle o espírito insensível e vingativo manifestado pelos agentes humanos; vê que a aflição e as provas são os meios designados por Deus para disciplinar Seus filhos, e lhes ensinar Seu caminho, para que se apeguem à Sua graça. “Quem há entre vós que tema a Jeová, e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus.” Ao ser o pobre desviado conduzido ao rio do amor de Deus, exclama: Quando me tiver provado, sairei como ouro purificado. A alma sofredora se torna paciente, confiante, triunfante em Deus sob circunstâncias adversas. TM 354.2
“Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” “Visto que temos um grande Sumo Sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos Céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, porém Um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos pois com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel para se apartar do Deus vivo.” TM 355.1
Quando o homem finito e sujeito ao erro dá provas de se considerar de maior importância do que Deus, quando se julga justo, mas não manifesta a brandura de espírito que caracterizou a vida de nosso Senhor Jesus, podemos saber que, a não ser que se arrependa, o castiçal será imediatamente removido de seu lugar. Todo o Céu está atônito ante a terrível indiferença dos agentes humanos. Homens que são tentados a cair em pecado, e necessitam de perdão, estão assim mesmo cheios de suficiência própria e são insensíveis para com um irmão que caiu nas ciladas do inimigo, e cuja necessidade e perigo deviam causar simpatia cristã e esforço para lhe firmar os pés sobre a sólida Rocha. TM 355.2
Um engano fatal
Há no espírito humano um engano muito temível e fatal. Porque homens estão em posição de confiança, ligados com a obra de Deus, exaltam-se na sua própria consideração, e não discernem que outras almas igualmente tão preciosas à vista de Deus como a deles, são negligenciadas, tratadas com aspereza, magoadas, feridas e deixadas a morrer. TM 356.1
É preciso o poder convertedor de Deus sobrevir aos homens que lidam com as coisas sagradas, e no entanto são incapazes, por alguma razão que Deus conhece melhor, de distinguir entre o fogo sagrado que Deus mesmo acendeu e o fogo estranho que eles oferecem. Esse fogo estranho é tão desonroso a Deus como o que foi apresentado por Nadabe e Abiú. O fogo sagrado do amor de Deus tornaria os homens brandos, bondosos e compassivos para com os que estão em perigo. Os que transigem com palavras cortantes, altivas, estão realmente dizendo: Sou mais santo do que tu. Não vês minha exaltada posição? TM 356.2
Mas a posição não faz o homem. E a integridade de caráter, o Espírito de Cristo que o torna grato, nada interesseiro, sem parcialidade e sem hipocrisia: e para Deus isto é que tem valor. Àqueles cuja vida está escondida com Cristo em Deus, diz o Senhor: “Eis que nas palmas das Minhas mãos te tenho gravado; os teus muros estão continuamente perante Mim.” TM 356.3
Para todos os que estão em posição de responsabilidade, tenho uma mensagem proferida pela boca do Senhor: O capítulo cinqüenta e cinco de Isaías. Estudai este capítulo, e nenhum ser humano considere estar acima dos seus coobreiros por maiores responsabilidades estarem envolvidas em seu ramo de trabalho. Se ele for como Daniel e buscar a força que só pode vir de Deus, para poder representar não a si mesmo, não suas imperfeições nas práticas egoístas e fraudulentas, mas a verdade em justiça, não terá um vestígio de orgulho ou importância própria; mas será dominado pelo espírito da sabedoria de Deus. TM 357.1
O fogo sagrado e o estranho
Representará a santidade da obra, magnificará a verdade e sempre apresentará diante dos homens e dos anjos o santo perfume do caráter de Cristo. Este é o fogo sagrado que Deus mesmo acendeu. Tudo que disto se desviar é fogo estranho, detestável para Deus, e tanto mais ofensivo quanto a posição de alguém na obra envolva maiores responsabilidades. TM 357.2
Tenho uma mensagem de Deus aos pecadores de Sião, àqueles a quem Cristo diz: “Sê vigilante, e confirma os restantes que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.” Precisais oferecer sempre fogo sagrado; pois então as obras de Cristo, Seu amor, Sua misericórdia, Sua justiça, ascenderão diante de Deus, como uma nuvem de santo e fragrante incenso, inteiramente aceitável. TM 357.3
Mas fogo estranho tem sido oferecido no emprego de palavras ásperas, na arrogância, na exaltação própria, na justiça própria, na autoridade arbitrária, no tiranizar, na opressão, ao restringir a liberdade do povo de Deus, sujeitando-os por meio de vossos planos e regras, que Deus não traçou, nem Lhe vieram à mente. Todas essas coisas são fogo estranho, não reconhecido por Deus, sendo uma contínua deturpação de Seu caráter. TM 357.4
Tenho uma mensagem para vós: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os Céus são mais altos do que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não torna, mas rega a terra, e a faz produzir e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da Minha boca: ela não voltará para Mim vazia, antes fará o que Me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.” TM 358.1
“O juízo se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, e quem se desvia do mal, arrisca-se a ser despojado; e o Senhor ouviu e pareceu mal aos Seus olhos que não houvesse justiça. E viu que ninguém havia, e maravilhou-Se de que não houvesse um intercessor; pelo que o Seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a Sua própria justiça o susteve; porque Se revestiu de justiça, como de uma couraça, e pôs o elmo da salvação na Sua cabeça, e tomou vestidos de vingança por vestidura, e cobriu-Se de zelo, como de um manto. ... Então temerão o nome do Senhor desde o poente, e a Sua glória desde o nascente do Sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a Sua bandeira. E virá um Redentor a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor.” TM 358.2