Mensagens Escolhidas 2

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Apêndice 2 — Importantes fatores na escolha de um companheiro para a vida

Uma declaração dos depositários do patrimônio literário de Ellen G. White

Se o leitor acompanhar “Uma Palavra ao Leitor” que aparece em cada um dos dois volumes de Mensagens Escolhidas, notará que os dois livros se compõem de linhas de conselho, dadas através dos anos, que chegaram ao campo por intermédio de panfletos, artigos de periódicos e mensagens datilografadas, mas não foram incluídas nos nove volumes de conselhos dos Testemunhos publicados por Ellen White antes de sua morte. A publicação em 1958, nesta forma, proporciona à Igreja conselhos oportunos de um modo e numa ocasião que possibilitaram a inclusão da referência a eles nos três volumes do Comprehensive Index to the Writings of Ellen G. White. ME2 481.1

Algumas páginas nestes dois volumes e muitas páginas nos outros livros de Ellen G. White, e também não poucos dos testemunhos pessoais dirigidos a indivíduos, tratam do casamento. Esses conselhos apresentam importantes fatores para um matrimônio feliz e bem-sucedido, e para a felicidade e o bem-estar dos filhos nascidos nesse casamento. Também apresentam fatores que podem prejudicar o êxito da união. Ellen White nos assegura que “Jesus deseja ver casamentos felizes, felizes lares”. — Lar Adventista, O, 99. “A escolha do companheiro para a vida — admoestou ela — deve ser feita de molde a melhor assegurar, aos pais e aos filhos, a felicidade física, mental e espiritual.” — A Ciência do Bom Viver, 357. ME2 481.2

Nesses escritos, a influência do lar é sempre mantida diante da Igreja. Ela recomendou que aqueles que tinham o olhar voltado para o casamento considerasse devidamente a influência da especial união contemplada. Com essa finalidade, insistiu que não houvesse egoísmo, cobiça ou decisões imprevidentes, (Veja a nota ao pé da página seguinte.) Ela recomendou que os homens e as mulheres que pretendiam casar-se “distinguissem entre o que é agradável e o que é proveitoso”. Carta 4, 1901. Observou: “É da hora de seu enlace matrimonial que muitos homens e mulheres datam seu êxito ou fracasso nesta vida, e suas esperanças de existência futura.” — Lar Adventista, O, 43. ME2 482.1

A compatibilidade — afirmou Ellen White — era vitalmente essencial para um casamento feliz. Escreveu a respeito de “desgraça por toda a vida” que pode resultar de uma união dos que “não se adaptam um ao outro”. Patriarcas e Profetas, 189. Numa mensagem aos jovens, ela declarou: ME2 482.2

“O mundo está cheio de miséria e pecado em conseqüência de maus casamentos. Em muitos casos leva apenas alguns meses para o marido e a mulher reconhecerem que suas disposições não poderão nunca unir-se; e o resultado é que prevalece no lar a discórdia, quando ali só deveriam existir o amor e a harmonia celeste.” — The Youth’s Instructor, 10 de Agosto de 1899; Mensagens aos Jovens, 453; O Lar Adventista, 83. ME2 482.3

Ela fez uma advertência contra a “grande diferença de idade” dos que pensavam em casamento, a qual podia resultar em “sério prejuízo da pessoa mais moça” e privar os filhos “de força física e mental”. A Ciência do Bom Viver, 358. ME2 482.4

O estado de saúde dos cônjuges de um provável casamento foi salientado por Ellen White como fator importante. “Homens doentios têm muitas vezes conquistado a afeição de mulheres aparentemente sadias, e porque se amavam, sentiram-se em perfeita liberdade de casar, nem considerando que por sua união a esposa deve ser mais ou menos uma sofredora, devido a seu marido doente.” — Mensagens Escolhidas 2:423. E então ela leva o assunto a sua conclusão lógica: “Se apenas os que entram assim nas relações matrimoniais fossem afetados, o pecado não seria tão grande. Seus descendentes são forçados a ser sofredores por doença transmitida.” — Ibidem. ME2 482.5

A habilidade dos cônjuges num casamento para sustentarem-se financeiramente também foi apresentada por Ellen White como um requisito para um matrimônio bem-sucedido. Ela salientou que há os que não adquiriram “propriedade” e “não possuíam força física, ou energia mental para adquirir propriedades”. “Têm sido justamente esses que mais apressados são em casar-se, e tomaram sobre si mesmos responsabilidades de que não possuíam um justo senso.” São, porém, os filhos que amiúde constituem os maiores sofredores, pois “os que são seriamente deficientes em tato nos negócios, e que são os menos qualificados para ser bem-sucedidos no mundo, enchem geralmente a casa de filhos”, os quais, declara a autora, “não são devidamente alimentados ou vestidos, e não recebem preparo físico ou mental”. Idem, 420, 421. ME2 482.6

Então foram dados conselhos sobre outro aspecto: unir em casamento homens e mulheres de diferente formação étnica e cultural. Quatro dessas apresentações fazem parte de manuscritos e relatos publicados. Duas das quatro declarações sobre esse ponto aparecem neste volume, nas páginas 343 e 344. Elas foram escritas em 1896 e 1912, respectivamente, e foram escolhidas para publicação neste volume porque apresentavam os princípios básicos envolvidos, revelando assim por que tais casamentos não devem ser incentivados. É declarado que essas uniões podem com facilidade “criar discussão e confusão”. Outra razão apresentada por ela para desaconselhar tais casamentos parece ser a “desvantagem” que eles impõem sobre a prole, e isso pode ocasionar “um sentimento de amargura para com os pais... [que deram aos filhos] essa herança para toda a vida”.*
A outra apresentação sobre esse ponto é uma carta de conselho, escrita em 8 de Janeiro de 1901, a um jovem que fazia planos que teriam resultado no casamento de alguém da raça caucásia com uma pessoa da raça negra. Seus conselhos são os incluídos na comunicação semelhante de 1912 e relatados na página 344 deste volume. Mas Ellen White acrescenta palavras que requerem profunda reflexão:
“Não se una em casamento com uma jovem que tenha motivo para deplorar constantemente esse passo mais tarde. ...
“Oh, que criaturas cobiçosas, egoístas e imprevidentes são os seres humanos! Não confie em seu próprio juízo, e, sim, no juízo de Deus. Distinga entre o que é agradável e o que é proveitoso. Faça a vontade de Deus de modo submisso. ... Seguindo seu próprio caminho e sua própria vontade, encontrará espinhos e cardos.” — Carta 4, 1901.
ME2 483.1

Conquanto essas quatro mensagens de conselho fossem escritas num tempo especial, para enfrentar situações em determinada área geográfica, não podem servir para alertar os que pensam em casamento, advertindo-os de circunstâncias e fatores que poderiam ser um risco para a união e transmitir aos filhos uma herança de que alguns venham a ressentir-se? ME2 484.1

Esses conselhos encontram-se entre os que são dados ao crente, tratando de uma experiência significativa e de longo alcance na vida, e apresentam um procedimento menos repleto de fatores que podem conduzir à angústias, e prejudicar ou destruir a união. Segundo diz Ellen White, “Jesus deseja ver casamentos felizes, felizes lares”. ME2 484.2

As reiteradas declarações feitas por Ellen G. White, oralmente ou em seus escritos, tornam claro que a questão não é desigualdade de raça. Ela sempre manteve que há uma íntima irmandade do gênero humano, e que nos registros do Céu o nome do indivíduo de uma raça se encontra ao lado do nome da pessoa de outra raça. Leia atentamente o Apêndice que segue, intitulado: “A Irmandade do Gênero Humano.” — Depositários White ME2 484.3

Patrimônio Literário de Ellen G. White

Washington, D.C.

Agosto de 1967