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Maior luz impõe maior responsabilidade

Neste tempo temos sido favorecidos com crescente luz e maiores oportunidades, e somos considerados responsáveis pelo aproveitamento da luz. Isto será manifestado por crescente piedade e devoção. Nossa lealdade a Deus deve ser proporcional à luz que incide sobre nós nesta época. ME3 345.3

O fato de que temos maior luz não justifica, porém, que dissequemos e julguemos o caráter de homens a quem Deus levantou em tempos anteriores para que realizassem certa obra e penetrassem as trevas morais do mundo. ME3 345.4

No passado, os servos de Deus lutaram com principados e potestades, com os dominadores deste mundo tenebroso, e com as forças espirituais do mal, nas regiões celestes, assim como nós, que erguemos o estandarte da verdade, fazemos hoje em dia. Tais homens foram os nobres de Deus, Seus instrumentos vivos, por cujo intermédio Ele operou de maneira maravilhosa. Eles eram depositários da verdade divina até o ponto em que o Senhor achou conveniente revelar a verdade que o mundo suportasse ouvir. Proclamaram a verdade num tempo em que a religião falsa e corrupta estava engrandecendo a si mesma no mundo. ME3 345.5

Não uma ocasião para depreciar o caráter ou desculpar o pecado — Quisera que fosse afastada a cortina e que aqueles que não têm discernimento espiritual pudessem ver esses homens como eles se apresentam à vista de Deus; pois os vêem agora como árvores que andam. Não dariam então sua interpretação humana à experiência e às obras desses homens que afastaram as trevas e prepararam o caminho para as gerações futuras. ME3 346.1

Subsistindo em nossa própria geração, talvez pronunciemos juízo sobre os homens a quem Deus levantou para fazer uma obra especial de acordo com a luz que lhes foi dada em seu tempo. Conquanto tenham sido dominados pela tentação, eles se arrependeram de seus pecados; e não nos é deixada nenhuma oportunidade para depreciar o seu caráter ou para desculpar o pecado. Sua história é um sinal de advertência para nós, e indica um caminho seguro para os nossos pés, se tão-somente evitarmos os seus erros. Esses nobres homens buscaram o propiciatório e humilharam a alma diante de Deus. ME3 346.2

Não revele nossa voz ou nossa pena que estamos desprezando as solenes exortações do Senhor. Ninguém deprecie os que foram escolhidos por Deus, os que travaram varonilmente as batalhas do Senhor, os que puseram coração, alma e vida na causa e na obra de Deus, os que morreram na fé e são participantes da grande salvação adquirida para nós pelo nosso precioso Salvador que carrega e perdoa o pecado. ME3 346.3

Não faleis das faltas dos vivos ou dos mortos — Deus não inspirou nenhum homem para que reproduzisse as faltas dos outros e apresentasse os seus erros a um mundo que jaz na iniquidade, e a uma igreja composta de muitos que são fracos na fé. O Senhor não confiou a homens o encargo de relembrar as faltas e os erros dos vivos ou dos mortos. Ele quer que Seus obreiros apresentem a verdade para este tempo. Não faleis dos erros de vossos irmãos que estão vivos, e calai-vos no tocante às faltas dos mortos. ME3 346.4

Deixai que os seus erros e faltas permaneçam onde Deus os colocou — lançados nas profundezas do mar. Quanto menos os que professam crer na verdade presente disserem a respeito das faltas e erros dos servos de Deus no passado, tanto melhor será para sua própria alma e para a alma daqueles a quem Cristo adquiriu por Seu próprio sangue. Proclamem todas as vozes as palavras dAquele que é o primeiro e o último, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. João ouviu uma voz dizendo: “Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.” Apocalipse 14:13. — The Review and Herald, 30 de Novembro de 1897.* ME3 347.1