Evangelismo

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Capítulo 7 — A mensagem e sua apresentação

O espírito e a maneira de apresentar a mensagem

A importância da maneira de apresentar a verdade — A maneira em que a verdade é apresentada, amiúde tem muito que ver com a determinação de ser aceita ou rejeitada. — Testimonies for the Church 4:404, 405 (1880). Ev 168.1

É de lastimar que muitos não reconheçam que a maneira em que a verdade bíblica é apresentada tem muito que ver com as impressões feitas sobre a mente das pessoas, com o caráter cristão formado mais tarde na vida dos que recebem a verdade. Em vez de imitar a Cristo em Sua maneira de trabalhar, muitos são severos, críticos e ditadores. Afastam as almas, em vez de atraí-las. Essas pessoas nunca saberão a quantos débeis suas palavras rudes feriram e desanimaram. — Historical Sketches of the Foreign Missions of the Seventh Day Adventist, 121 (1886). Ev 168.2

Mensagens alarmantes — As mensagens mais surpreendentes serão proclamadas por homens designados por Deus, mensagens capazes de advertir o povo para o despertar. E conquanto alguns sejam irritados pela advertência, e levados a resistir à luz e a evidência, devemos ver daí que estamos apresentando a probante mensagem para este tempo. ... Precisamos, também, ter em nossas cidades evangelistas consagrados, por cujo intermédio se tem de apresentar uma mensagem, tão decididamente que sacudamos os ouvintes. — Testimonies for the Church 9:137 (1900). Ev 168.3

Com certeza e determinação — Existe um poder vivo na verdade, e o Espírito Santo é o instrumento que abre o entendimento humano para a verdade. Os ministros e obreiros que a proclamam devem, porém, manifestar certeza e determinação. Devem avançar pela fé, e apresentar a Palavra como nela crendo de fato. Fazei que as pessoas por quem trabalhais entendam que se trata da verdade divina. Pregai a Jesus Cristo e Ele crucificado. Isto fará frente às mentiras de Satanás. — Carta 34, 1896. Ev 169.1

A palavra do Deus vivo — Se a vossa maneira de apresentar a verdade é a divina, vossos ouvintes serão profundamente impressionados com a verdade que apresentais. Apossar-se-á deles a convicção de que é a Palavra do Deus vivo, e cumprireis com poder a vontade de Deus. — Carta 48, 1902. Ev 169.2

Grandes idéias da verdade bíblica — Não vos apresentais a vós mesmos, mas tão grande é a presença e a preciosidade da verdade e, realmente, tão abarcante, tão profunda, tão ampla, que o eu é perdido de vista. ... Pregai de maneira tal que as pessoas possam apreender as grandes idéias e extraiam o minério precioso contido nas Escrituras. — Manuscrito 7, 1894. Ev 169.3

Reuniões para testificar de profundas manifestações do Espírito — Em nossas reuniões realizadas nas cidades, e em nossas reuniões campais, não pedimos grandes demonstrações, mas pedimos que os homens que vão perante o público para apresentar a verdade tomem as coisas a sério e revelem que Deus com eles está. Deve haver busca especial de Deus, para que o desenvolvimento da reunião possa ser efetuado sob a profunda manifestação do Espírito Santo. Não deve haver mistura do erro com o direito. — The Review and Herald, 23 de Julho de 1908. Ev 169.4

Mais atividade e zelo — Precisamos quebrar a monotonia de nossa atividade religiosa. Estamos realizando uma obra no mundo, mas não mostramos suficiente atividade e zelo. Se fôssemos mais fervorosos, os homens se convenceriam da verdade de nossa mensagem. A falta de vida e a monotonia de nosso culto a Deus repelem muitos que nos observam para ver em nós zelo profundo, fervente e santificado. A religião formal não serve para este tempo. Podemos praticar todos os atos externos do culto e, não obstante, estar tão destituídos da influência vivificante do Espírito Santo, como o estavam os montes de Gilboa do orvalho e da chuva. Necessitamos da umidade espiritual; bem como dos claros raios do Sol da Justiça para nos enternecer e subjugar o coração. — The Review and Herald, 26 de Maio de 1903. Ev 169.5

Raciocínio calmo e fervoroso — O que queremos criar não é a excitação, mas uma reflexão profunda e fervorosa, a fim de que as pessoas que escutam, façam uma obra sólida, verdadeira, correta, genuína, que seja tão duradoura quanto a eternidade. Não temos ânsia de excitação, de sensacionalismo; quanto menos disso tivermos, tanto melhor. O raciocínio tranqüilo e fervoroso com base nas Escrituras, é precioso e frutífero. Nisto consiste o segredo do êxito, na pregação de um Salvador vivo, pessoal, de maneira tão simples e ardorosa que, pela fé as pessoas se apossem do poder da Palavra da vida. — Carta 102, 1894. Ev 170.1

Apresentai as provas da verdade — Não pode esperar-se que as pessoas vejam logo as vantagens da verdade sobre o erro que acariciavam. A melhor maneira de expor a fraude do erro é apresentar as provas da verdade. Esta é a maior condenação que pode ser feita do erro. Dissipai, com o reflexo da brilhante luz do Sol da Justiça, a nuvem de treva que paira sobre as mentes. — Pacific Union Recorder, 23 de Outubro de 1902. Ev 170.2

Conquistar a confiança das pessoas — Os que trabalham para Cristo devem ser homens e mulheres de grande discrição, de maneira que os que não lhes compreendem as doutrinas, se sintam inclinados a respeitá-los e considerá-los como pessoas desprovidas de fanatismo, isentas de leviandade e impetuosidade. Seus discursos e procedimento, bem como a conversação, devem ser de natureza tal que guiem os homens à conclusão de que esses ministros são homens de pensamento, de solidez de caráter, homens que temem e amam seu Pai Celestial. Devem conquistar a confiança das pessoas, de maneira que quem escuta a pregação saiba que os ministros não apresentaram uma fábula artificialmente composta, mas suas palavras são palavras de valor, um testemunho que exige meditação e atenção. Vejam-vos as pessoas exaltando a Jesus, e ocultando o eu. — The Review and Herald, 26 de Abril de 1892. Ev 170.3

Nenhum raciocínio longo, rebuscado e complicado — Cristo raramente buscou alguma vez provar que a verdade é verdade. Ilustrava a verdade em todos os seus ensinos, e deixava, depois, a Seus ouvintes a liberdade de aceitá-la ou rejeitá-la, segundo escolhessem. Não forçou ninguém a crer. No Sermão da Montanha instruiu as pessoas quanto à piedade prática, esboçando-lhes claramente o dever. Falou de maneira tal que recomendava a verdade à consciência. O poder manifestado pelos discípulos era revelado na clareza e no fervor com que expressavam a verdade. Ev 171.1

No ensino de Cristo não existe raciocínio longo, rebuscado e complicado. Ele fere a tecla justa. Em seu ministério lia todo o coração como um livro aberto, e da inexaurível provisão de Seu tesouro tirava coisas novas e velhas, para ilustrar e reforçar os Seus ensinos. Tocava o coração e despertava as simpatias. — Manuscrito 24, 1891. Ev 171.2

Ensino doutrinário simples e concludente — Umas poucas observações concludentes sobre algum ponto de doutrina, fixá-lo-á na mente com muito mais firmeza do que se fosse apresentada tão grande quantidade de elementos que nada se destacasse claro nem distinto na mente das pessoas alheias à nossa crença. De mistura com as profecias, deve haver lições práticas dos ensinos de Cristo. — Carta 48, 1886. Ev 171.3

Deus dará palavras adequadas — Que privilégio o de trabalhar pela conversão de almas! Elevada é a nossa vocação. ... A fim de capacitar-nos para fazer este trabalho, o Senhor nos fortalecerá as faculdades mentais, tão certamente como o fez com a mente de Daniel. Ao ensinarmos os que jazem em trevas a compreender as verdades que nos iluminaram a nós, Deus nos ensinará a compreender estas verdades ainda melhor, nós mesmos. Ele nos dará palavras adequadas para falar, comungando conosco por intermédio do anjo que está ao nosso lado. — Manuscrito 126, 1902. Ev 172.1

Menos controvérsia — mais de Cristo — Precisamos muito menos controvérsia e muito mais apresentação da pessoa de Cristo. Nosso Redentor é o centro de toda a nossa fé e esperança. Os que podem apresentar o Seu amor inigualável e inspirar nos corações o desejo de dar-Lhe suas melhores e mais santas afeições, estão fazendo obra grandiosa e santa. — The Colporteur Evangelist, 60, 61 (1902). Ev 172.2

Os muitos sermões argumentativos pregados, raramente enternecem e subjugam a alma. — Carta 15, 1892. Ev 172.3

Não atacar — Os que defendem a verdade podem ser justos e agradáveis. Não há necessidade de intromissão humana. Não vos compete usar o Espírito Santo, mas ao Espírito Santo o usar-vos a vós. ... Ev 172.4

Cuidai de não atacar nem uma vez. Precisamos de que o Espírito de Deus nos seja a vida e a voz. Nossa língua deve ser como a pena de um escritor capaz, porque o Espírito de Deus fala através do instrumento humano. Ao usardes dessa censura e ataque, misturastes parte de vós mesmos, e nada precisamos dessa mistura. — Manuscrito 7, 1894. Ev 172.5

Não ataqueis as autoridades — Nossa obra não consiste em atacar o Governo mas em preparar um povo para estar de pé no grande dia do Senhor. Quanto menos ataques fizermos às autoridades e governos tanto mais realizaremos para Deus. ... Ev 173.1

Se bem que a verdade deva ser defendida, esta obra deve ser feita no espírito de Jesus. Se o povo de Deus atuar sem paz nem amor, sofrerá grande perda, uma perda irreparável. As almas são afastadas de Cristo, mesmo depois de haverem estado ligadas a Sua obra. Ev 173.2

Não devemos julgar quem não teve as oportunidades nem os privilégios que nós tivemos. Alguns desses irão ao Céu adiante dos que tiveram grande luz, mas não viveram em conformidade com essa luz. Ev 173.3

Se quisermos convencer os descrentes de que possuímos a verdade que santifica a alma e transforma o caráter, não devemos acusá-los veementemente de seus erros. Se o fizermos, obrigamo-los a concluir que a verdade não nos torna bondosos nem corteses, mas ásperos e rudes. Ev 173.4

Alguns, facilmente excitáveis, estão sempre dispostos a pegar em armas de luta. Em tempos de provação, mostrarão que não alicerçaram a sua fé sobre a rocha sólida. ... Ev 173.5

Não façam os adventistas do sétimo dia coisa nenhuma que os assinale como desobedientes à lei ou a ela contrários. Apartem de sua vida toda incoerência. Nossa obra consiste em proclamar a verdade, deixando com o Senhor os resultados. Ev 173.6

Fazei tudo quanto está ao vosso alcance para refletir a luz, mas não profirais palavras que irritem ou provoquem. — Manuscrito 117a, 1901. Ev 173.7

Apresentando a verdade de maneira violenta — No passado tendes apresentado a verdade de maneira violenta, usando-a como se fora um chicote. Isso não glorificou ao Senhor. Destes ao povo os ricos tesouros da Palavra de Deus, mas a vossa maneira foi tão condenável que deles se afastaram. Não ensinastes a verdade pela maneira em que Cristo o fez. Vós a apresentais numa maneira que lhe prejudica a influência. ... Vosso coração precisa ser cheio da graça transformadora de Cristo. — Carta 164, 1902. Ev 173.8

Apresentai a verdade com ternura — Aprenda cada ministro a usar os sapatos do evangelho. Quem está calçado com a preparação do evangelho da paz, andará como Cristo andou. Poderá proferir palavras adequadas, e fazê-lo com amor. Não buscará incutir pela força a divina mensagem da verdade. Tratará com ternura cada coração, reconhecendo que o Espírito imprimirá a verdade nos que são susceptíveis às impressões divinas. Nunca terá maneiras impetuosas. Toda palavra que proferir exercerá influência suavizante e subjugante. ... Ev 174.1

Ao proferir palavras de reprovação, ponhamos na voz toda a ternura e amor cristãos possíveis. Quanto mais elevada for a posição de um ministro, tanto mais circunspecto deve ele ser em palavras e atos. — Manuscrito 127, 1902. Ev 174.2

Reconquistar, de preferência a condenar — Todos aqueles cujo coração está em harmonia com o coração do Infinito Amor, buscarão reaver e não condenar. A presença permanente de Cristo na alma é uma fonte que jamais secará. Onde Ele habita, haverá uma torrente de beneficência. — O Maior Discurso de Cristo, 22 (1896). Ev 174.3