Conselhos sobre Saúde

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Um exemplo na temperança

O médico deve ser um homem rigorosamente temperante. Os males físicos da humanidade são inúmeros, e ele deve tratar com a doença em suas múltiplas formas. Ele sabe que muito* sofrimento que procura aliviar é resultado de intemperança e outras formas de condescendências egoístas. É ele chamado para atender a jovens, homens no vigor da vida e homens em idade avançada, que sobre si mesmos trouxeram a doença pelo uso do fumo narcotizante. Se ele for um médico inteligente, será capaz de seguir a pista da doença até à sua causa; a menos, porém, que ele próprio esteja livre do uso do fumo, hesitará em pôr as mãos sobre a fonte de corrupção e em revelar fielmente aos seus pacientes a causa de sua enfermidade. Deixará de insistir com o jovem sobre a necessidade de abandonar o hábito antes que este se torne enraizado. Se ele próprio usa a erva daninha, como pode apresentar aos jovens inexperientes seus perigosos efeitos, não apenas sobre eles mesmos, mas sobre os que os rodeiam? ... CSa 321.2

De todos os homens do mundo, o médico e o ministro especialmente devem possuir hábitos estritamente temperantes. O bem-estar da sociedade reclama abstinência total da parte deles, pois sua influência está a falar constantemente pró ou contra a reforma moral e o aperfeiçoamento da sociedade. É pecado intencional da parte deles serem ignorantes às leis da saúde ou a elas indiferentes, pois eles são olhados como sábios mais do que os outros homens. Isto é verdade principalmente no que diz respeito ao médico, a quem se confia vida humana. Espera-se que ele não transija em hábito algum que possa debilitar as energias vitais. ... CSa 322.1

A questão não é: Que está fazendo o mundo? mas: Que estão fazendo os profissionais com respeito à maldição comum e prevalecente do uso do fumo? Não devem os homens a quem Deus deu inteligência, e que se acham em posições de confiança sagrada, ser leais em seguir o bom senso da inteligência? Não deveriam estes homens responsáveis, que têm a seu cuidado pessoas a quem sua influência poderá orientar numa direção certa ou errada, ser homens-modelos? Não deveriam eles, por preceito e por exemplo, ensinar a obediência às leis que regem o organismo? Se não fizerem uso prático do conhecimento que têm das leis que governam o seu próprio ser, se preferirem a satisfação presente à saúde da mente e do corpo, eles não estão aptos para se incumbirem da vida dos outros. Acham-se eles no dever moral de permanecer na dignidade da condição de homem que lhe foi dada por Deus, livres da servidão de qualquer apetite ou paixão. CSa 322.2

O homem que masca e fuma está causando um dano, não só a si mesmo, mas a todos os que penetram em sua esfera de influência. Se se tiver que chamar um médico, que não se chame o devoto do fumo. Ele não será um conselheiro digno de confiança. Se a doença tiver sua origem no uso do fumo, ele será tentado a mentir e apontar outra causa que não a verdadeira, pois como poderá condenar-se em suas próprias práticas diárias? CSa 323.1

Há muitos modos de praticar a arte de curar; mas só existe um aprovado pelo Céu. Os remédios de Deus são os simples agentes da Natureza, que não sobrecarregarão nem enfraquecerão o organismo mediante suas fortes propriedades. Ar puro e água, asseio, regime adequado, pureza de vida e firme confiança em Deus, são remédios por cuja falta milhares de pessoas estão perecendo; todavia esses remédios estão caindo em desuso, porque seu hábil emprego requer trabalho que o povo não aprecia. Ar puro, exercício, água pura, e morada limpa e aprazível, acham-se ao alcance de todos, com apenas pouca despesa; as drogas, porém, são dispendiosas, tanto no gasto do dinheiro, como no efeito produzido no organismo. CSa 323.2