Conselhos para a Igreja
Capítulo 65 — Josué e o anjo
Pudesse ser erguido o véu que separa o mundo visível do invisível, e pudesse o povo de Deus contemplar o grande conflito que se trava entre Cristo e os santos anjos, e Satanás e suas forças malignas, acerca da redenção do homem; pudesse compreender a maravilhosa obra de Deus em favor da salvação de almas da escravidão do pecado e a constante operação de Seu poder para sua proteção da maldade do maligno, e estariam melhor preparados para resistir às armadilhas de Satanás. Sentiriam no espírito uma impressão solene em vista da vasta extensão e importância do plano da redenção e da grandeza da obra que se lhes depara, como colaboradores de Cristo. Sentir-se-iam humilhados, todavia animados, sabendo que todo o Céu se acha interessado em sua salvação. CI 359.1
Uma ilustração muito viva e impressionante da obra de Satanás e da de Cristo, e do poder de nosso Mediador para vencer o acusador de Seu povo, é dada na profecia de Zacarias. Em santa visão, o profeta contempla a Josué, o sumo sacerdote, “vestido de vestidos sujos” (Zacarias 3:3), diante do Anjo do Senhor, suplicando a misericórdia de Deus em favor de seu povo, que se acha em profunda aflição. Satanás acha-se a Sua mão direita, para Lhe resistir. [...] O sumo sacerdote não se pode defender, nem ao seu povo, das acusações de Satanás. Não alega que Israel esteja livre de falta. Em suas vestes sujas, simbolizando os pecados do povo, com os quais ele arca como representante seu, está ele perante o anjo, confessando a falta deles, mas ao mesmo tempo alegando seu arrependimento e humilhação, confiando na misericórdia de um Redentor que perdoa o pecado e, com fé, suplicando as promessas de Deus. CI 359.2
Então o Anjo, que é o próprio Cristo, o Salvador dos pecadores, reduz a silêncio o acusador do Seu povo, declarando: “O Senhor te repreende, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreende: não é este um tição tirado do fogo?” Zacarias 3:2. [...] Aceita a intercessão de Josué, é dada a ordem: “Tirai-lhe estes vestidos sujos”, e a Josué declara o Anjo: “Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de vestidos novos.” “E puseram uma mitra limpa sobre a sua cabeça, e o vestiram de vestidos”. Zacarias 3:4, 5. Foram perdoados os seus próprios pecados e os do povo. Israel vestiu “vestidos novos”- a justiça de Cristo imputada a eles. [...] CI 359.3
Como Satanás acusou a Josué e seu povo, assim em todos os séculos acusa os que buscam a misericórdia e favor de Deus. No Apocalipse é ele declarado ser o “acusador de nossos irmãos”, “o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite”. Apocalipse 12:10. O conflito repete-se em relação a toda pessoa que é salva do poder do mal e cujo nome se acha registrado no livro da vida, do Cordeiro. É impossível alguém sair da família de Satanás e ser aceito na família de Deus sem suscitar a resistência do maligno. As acusações de Satanás contra os que buscam o Senhor não são motivadas pelo desprazer em face de seus pecados. Ele exulta com os defeitos de seu caráter. Unicamente por causa de sua transgressão da Lei de Deus, pode ele alcançar poder sobre eles. Suas acusações advêm tão-somente de sua inimizade a Cristo. Mediante o plano da salvação, Jesus quebra o poder de Satanás sobre a família humana, salvando os que estão em suas garras. Todo o ódio e malignidade do arqui-rebelde é provocado, ao contemplar ele a evidência da supremacia de Cristo e com diabólico poder e astúcia opera para arrebatar o remanescente dos filhos dos homens que aceitaram Sua salvação. CI 359.4
Leva ele homens ao ceticismo, fazendo-os perderem a confiança em Deus e separarem-se de Seu amor; tenta-os a quebrantarem Sua lei, reclamando-os então como cativos seus, e contestando o direito de Cristo, de lhos arrebatar. Sabe ele que os que buscam sinceramente de Deus o perdão e a graça os hão de obter; por isso apresenta perante eles os seus pecados, a fim de os desanimar. Está constantemente buscando ocasião contra os que procuram obedecer a Deus. Mesmo seus melhores e mais aceitáveis serviços busca ele fazer que se afigurem corruptos. Por armadilhas sem-número, as mais sutis e mais cruéis, empenha-se em conseguir a condenação deles. CI 360.1
Não pode o homem por si mesmo defender-se dessas acusações. Em suas vestes manchadas de pecado, confessando sua culpa, ei-lo perante Deus. Mas Jesus, nosso Advogado, apresenta um eficaz rogo em favor de todos os que, mediante arrependimento e fé, a Ele confiaram a guarda de sua vida. Defende-lhes a causa e derrota seu acusador, com os poderosos argumentos do Calvário. Sua perfeita obediência à lei de Deus, mesmo até à morte de cruz, conferiu-Lhe todo o poder no Céu e na Terra, e Ele pleiteia de Seu Pai misericórdia e reconciliação para o homem culpado. Ao acusador de Seu povo diz ele: “O Senhor te repreende, ó Satanás.” Estes são a aquisição de Meu sangue, “tições apanhados do fogo”. Zacarias 3:2. Os que com fé nEle confiarem, receberão a confortadora certeza: “Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de vestidos novos.” CI 360.2
Todos os que vestiram as vestes da justiça de Cristo, estarão perante Ele como escolhidos, fiéis e verdadeiros. Satanás não tem poder para arrancá-los da mão de Cristo. Ele não permitirá que passe para o poder do inimigo pessoa alguma que tenha reclamado, com penitência e fé, Sua proteção. Está empenhada Sua palavra: “Que se apodere da Minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo”. Isaías 27:5. A todos é feita a promessa dada a Josué: “Se observares as Minhas ordenanças, [...] te darei lugar entre os que estão aqui”. Zacarias 3:7. Anjos de Deus andarão de ambos os lados seus, mesmo neste mundo, e no final estarão entre os anjos que circundam o trono de Deus. CI 360.3
O serem os reconhecidos filhos de Deus representados como estando na presença do Senhor com vestes sujas, deve levar à humildade e profundo exame do coração, por parte de todos os que Lhe professam o nome. Os que estão de fato purificando o caráter mediante a obediência à verdade, terão de si mesmos uma opinião muito humilde. Quanto mais de perto virem o imaculado caráter de Cristo, tanto mais forte será o seu desejo de serem conformados à Sua imagem, e tanto menos pureza ou santidade verão eles em si mesmos. Mas, conquanto devamos reconhecer nosso estado pecaminoso, temos de confiar em Cristo como nossa justiça, nossa santificação e redenção. Não podemos contestar as acusações de Satanás contra nós. Cristo, unicamente, pode pleitear eficazmente em nosso favor. Ele é capaz de silenciar o acusador com argumentos baseados não em nossos méritos mas nos Seus. — Testimonies for the Church 5:467-472. CI 361.1
A igreja remanescente — A visão de Zacarias, relativa a Josué e ao Anjo, aplica-se com força particular à experiência do povo de Deus no remate do grande dia da expiação. A igreja remanescente será levada a grande prova e aflição. Os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus, sentirão a ira do dragão e seus seguidores. Satanás conta o mundo como súdito seu, ele adquiriu domínio sobre as igrejas apóstatas; mas ali está um pequeno grupo que lhe resiste à supremacia. Caso os pudesse desarraigar da Terra, seu triunfo seria completo. Como ele influenciou as nações pagãs para destruir Israel, assim, em próximo futuro há de incitar os ímpios poderes da Terra para destruir o povo de Deus. De todos será exigido que prestem obediência a leis humanas em violação à lei divina. Os que forem fiéis a Deus e ao dever, serão ameaçados, denunciados e proscritos. Serão traídos “até pelos pais, irmãos, parentes e amigos”. CI 361.2
Sua única esperança está na misericórdia de Deus, sua única defesa será a oração. Como Josué pleiteou diante do Anjo, assim a igreja remanescente, com coração quebrantado e fervorosa fé, pleiteará o perdão e livramento por meio de Jesus, seu Advogado. Acham-se plenamente cônscios da pecaminosidade de sua vida, vêem sua fraqueza e indignidade, e ao olharem a si mesmos, ficam a ponto de desesperar. O tentador está ao seu lado para os acusar, como esteve ao lado de Josué, para lhe resistir. Aponta às suas vestes imundas, seu caráter defeituoso. Apresenta sua fraqueza e descaminhos, seus pecados de ingratidão, sua dessemelhança de Cristo, a qual desonrou seu Redentor. Esforça-se por assustar a pessoa com o pensamento de que seu caso não tem esperança, que a mancha de seu pecado jamais será lavada. Tem esperança de assim destruir-lhe a fé, para que ceda a suas tentações, volva costas à sua aliança com Deus e receba o sinal da besta. Satanás insiste perante Deus com suas acusações contra eles, declarando que por seus pecados perderam o direito à proteção divina, e reclamando o direito de destruí-los como transgressores. Pronuncia-os tão merecedores como ele mesmo, de exclusão do favor de Deus. “São estas”, diz ele, “as pessoas que hão de tomar meu lugar no Céu e o lugar dos anjos que se uniram a mim? Embora professem obedecer à lei de Deus, têm porventura guardado os seus preceitos? Não têm sido amantes de si mesmos, mais do que de Deus? Não colocaram seus próprios interesses acima do Seu serviço? Não amaram as coisas do mundo? Eis os pecados que lhes assinalaram a vida. Eis o seu egoísmo, sua maldade, seu ódio uns para com os outros.” CI 361.3
O povo de Deus tem sido, em muitos respeitos, muito faltoso. Satanás possui um exato conhecimento dos pecados que ele os tentou a cometerem, e apresenta esses pecados como exageradamente graves, declarando: “Há de Deus banir-me e aos meus anjos de Sua presença, e contudo recompensar os que são culpados dos mesmos pecados? Não podes, ó Senhor, isso fazer com justiça. Teu trono não se achará baseado em justiça e juízo. A justiça requer que seja pronunciada sentença contra eles.” CI 362.1
Mas, conquanto os seguidores de Cristo tenham cometido pecado, não se entregaram ao domínio do mal. Abandonaram os pecados e buscaram o Senhor com humildade e contrição, e o Divino Advogado pleiteia em seu favor. Aquele que mais maltratado foi por sua ingratidão, que conhece os seus pecados e também seu arrependimento, declara: “‘O Senhor te repreenda, ó Satanás.’ Eu dei a vida por essas criaturas. Acham-se gravadas nas palmas das Minhas mãos”. — Testimonies for the Church 5:472-474. CI 362.2
Coberto com o manto da justiça de Cristo — Ao afligir o povo de Deus seu coração perante Ele, suplicando pureza de caráter, é dada a ordem: “Tirai-lhes os vestidos sujos”, e proferem-se as palavras animadoras: “Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de vestidos novos”. Zacarias 3:4. As imaculadas vestes da justiça de Cristo são colocadas sobre os provados, tentados mas fiéis filhos de Deus. Os desprezados remanescentes são vestidos de vestes gloriosas, que nunca mais serão manchadas pelas corrupções do mundo. Seus nomes são retidos no livro da vida, do Cordeiro, registrados entre os fiéis de todos os séculos. Resistiram aos ardis do enganador; não foram demovidos de sua lealdade pelos rugidos do dragão. Acham-se agora eternamente seguros dos ardis do tentador. Seus pecados são transferidos para o originador do pecado. CI 362.3
E os remanescentes são não só perdoados e aceitos, mas também honrados. Uma “mitra limpa” é-lhes colocada sobre a cabeça. Serão como reis e sacerdotes para Deus. Enquanto Satanás instava com suas acusações, e buscava destruir esse grupo, santos anjos, invisíveis, passavam para cá e para lá, colocando sobre eles o selo do Deus vivo. Estes são os que se acharão sobre o Monte Sião com o Cordeiro, tendo escrito na fronte o nome do Pai. Cantam ante o trono o novo cântico, aquele cântico que homem algum pode aprender a não ser os cento e quarenta e quatro mil, que foram remidos da Terra. “Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus”. Apocalipse 14:4, 5. — Testimonies for the Church 5:475, 476. CI 362.4
Capítulo 65—Josué y el Ángel
Si el velo que separa el mundo visible del invisible pudiera alzarse, y los hijos de Dios pudiesen contemplar la gran controversia que se riñe entre Cristo y los ángeles santos y Satanás y sus huestes perversas a propósito de la redención del hombre; si pudiesen comprender la admirable obra de Dios para rescatar las almas de la servidumbre del pecado, y el constante ejercicio de su poder para protegerlas de la malicia del maligno, estarían mejor preparadas para resistir los designios de Satanás. Su mente se llenaría de solemnidad en vista de la vasta extensión e importancia del plan de la redención y la magnitud de la obra que tienen delante de sí como colaboradores de Cristo. Quedarían humillados aunque estimulados, sabiendo que todo el cielo se interesa en su salvación. CPI 637.1
En la profecía de Zacarías se nos da una muy vigorosa e impresionante ilustración de la obra de Satanás y de la de Cristo, y del poder de nuestro Mediador para vencer al acusador de su pueblo. En santa visión, el profeta contempla a Josué, el sumo sacerdote, “vestido de vestiduras viles”, de pie “delante del ángel” (Zacarías 3:3), suplicando la misericordia de Dios en favor de su pueblo profundamente afligido. Satanás está a su diestra para resistirle. CPI 637.2
El sumo sacerdote no puede defenderse a sí mismo ni a su pueblo de las acusaciones de Satanás. No sostiene que Israel esté libre de culpas. En sus andrajos sucios, que simbolizan los pecados del pueblo, que él lleva como su representante, está delante del ángel, confesando su culpa, señalando, sin embargo, su arrepentimiento y humillación, fiando en la misericordia de un Redentor que perdona el pecado; y con fe se aferra a las promesas de Dios. CPI 638.1
Entonces el ángel, que es Cristo mismo, el Salvador de los pecadores, hace callar al acusador de su pueblo, declarando: “Jehová te reprenda, oh Satanás; Jehová que ha escogido a Jerusalén te reprenda. ¿No es éste un tizón arrebatado del incendio?” Zacarías 3:2. CPI 638.2
Al ser aceptada la intercesión de Josué, se da la orden: “Quitadle esas vestiduras viles”, y a Josué el ángel declara: “Mira que he quitado de ti tu pecado, y te he hecho vestir de ropas de gala”. “Y pusieron una mitra limpia sobre su cabeza, y le vistieron las ropas”. Zacarías 3:4, 5. Sus propios pecados y los de su pueblo fueron perdonados. Israel había de ser revestido con “ropas de gala”, la justicia de Cristo que le era imputada. CPI 638.3
Así como Satanás acusaba a Josué y su pueblo, en todas las edades ha acusado a aquellos que buscan la misericordia y el favor de Dios. En el Apocalipsis, se le declara ser “el acusador de nuestros hermanos”, “el que los acusaba delante de nuestro Dios día y noche”. Apocalipsis 12:10. La controversia se repite acerca de cada alma rescatada del poder del mal, y cuyo nombre se registra en el libro de la vida del Cordero. Nunca se recibe a alguno de la familia de Satanás en la familia de Dios sin que ello excite la resuelta resistencia del maligno. Las acusaciones de Satanás contra aquellos que buscan al Señor no son provocadas por el desagrado que le causen sus pecados. Su carácter deficiente le causa regocijo. Únicamente por el hecho de que violan la ley de Dios puede él dominarlos. Sus acusaciones provienen solamente de su enemistad hacia Cristo. Por el plan de salvación, Jesús está quebrantando el dominio de Satanás sobre la familia humana, y rescatando almas de su poder. Todo el odio y la malicia del jefe de los rebeldes se encienden cuando contempla la evidencia de la supremacía de Cristo, y con poder y astucia infernales trabaja para arrebatarle el residuo de los hijos de los hombres que han aceptado su salvación. CPI 638.4
Induce a los hombres al escepticismo, haciéndoles perder la confianza en Dios y separarse de su amor; los induce a violar su ley, luego los reclama como cautivos suyos y disputa el derecho de Cristo a arrebatárselos. Sabe que aquellos que buscan a Dios fervientemente para alcanzar perdón y paz, los obtendrán; por lo tanto les recuerda sus pecados para desanimarlos. Constantemente busca ocasión de acusar a aquellos que procuran obedecer a Dios. Trata de hacer aparecer como corrompido aun su servicio mejor y más aceptable. Mediante incontables designios muy sutiles y crueles, intenta obtener su condenación. CPI 639.1
El hombre no puede por sí mismo hacer frente a estas acusaciones. Con sus ropas manchadas de pecado, confiesa su culpabilidad delante de Dios. Pero Jesús, nuestro Abogado, presenta una súplica eficaz en favor de todos los que mediante el arrepentimiento y la fe le han confiado la guarda de sus almas. Intercede por su causa y vence al acusador con los poderosos argumentos del Calvario. Su perfecta obediencia a la ley de Dios, aun hasta la muerte de cruz, le ha dado toda potestad en el cielo y en la tierra, y él solicita a su Padre misericordia y reconciliación para el hombre culpable. Al acusador de sus hijos declara: “¡Jehová te reprenda, oh Satanás! Estos son la compra de mi sangre, tizones arrancados del fuego”. Y los que confían en él con fe reciben la consoladora promesa: “Mira que he quitado de ti tu pecado, y te he hecho vestir de ropas de gala”. Zacarías 3:4. CPI 639.2
Todos los que se hayan revestido del manto de la justicia de Cristo subsistirán delante de él como escogidos fieles y veraces. Satanás no puede arrancarlos de la mano de Cristo. Cristo no dejará que una sola alma que con arrepentimiento y fe haya pedido su protección, caiga bajo el poder del enemigo. Su Palabra declara: “¿O forzará alguien mi fortaleza? Haga conmigo paz; si haga paz conmigo”. Isaías 27:5. La promesa hecha a Josué es hecha a todos: “Si guardares mi ordenanza... entre éstos que aquí están te daré lugar”. Zacarías 3:7. Los ángeles de Dios irán a cada lado de ellos, aun en este mundo, y ellos estarán al fin entre los ángeles que rodean el trono de Dios. CPI 640.1
El hecho de que los hijos reconocidos de Dios están representados como de pie delante del Señor con ropas inmundas debe inducir a todos los que profesan su nombre a sentir humildad y a escudriñar profundamente su corazón. Los que están de veras purificando su alma y obedeciendo la verdad, tendrán una muy humilde opinión de sí mismos. Cuanto más de cerca vean el carácter sin mancha de Cristo, mayor será su deseo de ser transformados a su imagen y menos pureza y santidad verán en sí mismos. Pero aunque debemos comprender nuestra situación pecaminosa, debemos fiar en Cristo como nuestra justicia, nuestra santificación y redención. No podemos contestar las acusaciones de Satanás contra nosotros. Cristo solo puede presentar una intercesión eficaz en nuestro favor. El puede hacer callar al acusador con argumentos que no están basados en nuestros méritos, sino en los suyos. CPI 640.2
La iglesia remanente
La visión de Zacarías con referencia a Josué y el ángel se aplica con fuerza peculiar a la experiencia del pueblo de Dios durante la terminación del gran día de expiación. La iglesia remanente será puesta en grave prueba y angustia. Los que guardan los mandamientos de Dios y la fe de Jesús sentirán la ira del dragón y de su hueste. Satanás considera a los habitantes del mundo súbditos suyos; ha obtenido el dominio de las iglesias apóstatas; pero ahí está ese pequeño grupo que resiste su supremacía. Si él pudiese borrarlo de la tierra, su triunfo sería completo. Así como influyó en las naciones paganas para que destruyesen a Israel, pronto incitará a las potestades malignas de la tierra a destruir al pueblo de Dios. Todo lo que se requerirá será que se rinda obediencia a los edictos humanos en violación de la ley divina. Los que quieran ser fieles a Dios y al deber serán amenazados, denunciados y proscritos. Serán traicionados por “padres, y hermanos, y parientes, y amigos”. Lucas 21:16. CPI 641.1
Su única esperanza se cifra en la misericordia de Dios; su única defensa será la oración. Como Josué intercedía delante del ángel, la iglesia remanente, con corazón quebrantado y fe ferviente, suplicará perdón y liberación por medio de Jesús su Abogado. Sus miembros serán completamente conscientes del carácter pecaminoso de sus vidas, verán su debilidad e indignidad, y mientras se miren a sí mismos, estarán por desesperar. El tentador estará listo para acusarlos, como estaba listo para resistir a Josué. Señalará sus vestiduras sucias, su carácter deficiente. Presentará su debilidad e insensatez, su pecado de ingratitud, cuán poco semejantes a Cristo son, lo cual ha deshonrado a su Redentor. Se esforzará para espantar las almas con el pensamiento de que su caso es desesperado, de que nunca se podrá lavar la mancha de su contaminación. Esperará destruir de tal manera su fe que se entreguen a sus tentaciones, se desvíen de su fidelidad a Dios, y reciban la marca de la bestia. CPI 641.2
Satanás insiste delante de Dios en sus acusaciones contra ellos, declara que por sus pecados han perdido el derecho a la protección divina y reclama el derecho de destruirlos como transgresores. Los declara tan merecedores como él mismo de ser excluidos del favor de Dios. “¿Son éstos—dice—, los que han de tomar mi lugar en el cielo, y el lugar de los ángeles que se unieron conmigo? Mientras profesar obedecer la ley de Dios, ¿han guardado sus preceptos? ¿No han sido amadores de sí mismos más que de Dios? ¿No han puesto sus propios intereses antes que su servicio? ¿No han amado las cosas del mundo? Mira los pecados que han señalado su vida. Contempla su egoísmo, su malicia, su odio mutuo”. CPI 642.1
Los hijos de Dios han sido muy deficientes en muchos respectos. Satanás tiene un conocimiento exacto de los pecados que él los indujo a cometer, y los presenta de la manera más exagerada, declarando: “¿Me desterrará Dios a mí y a mis ángeles de su presencia, y, sin embargo, recompensará a aquellos que han sido culpables de los mismos pecados? Tú no puedes hacer esto, con justicia, oh Señor. Tu trono no subsistirá en rectitud y juicio. La justicia exige que se pronuncie sentencia contra ellos”. CPI 643.1
Pero aunque los seguidores de Cristo han pecado, no se han entregado al dominio del mal. Han puesto a un lado sus pecados, han buscado al Señor con humildad y contrición y el Abogado divino intercede en su favor. El que ha sido el más ultrajado por su ingratitud, el que conoce sus pecados y también su arrepentimiento, declara: “Jehová te reprenda, oh Satán! Yo di mi vida por estas almas. Están esculpidas en las palmas de mis manos”. CPI 643.2
Cubiertos con el manto de la justicia de Cristo
Mientras los hijos de Dios afligen sus almas delante de él, suplicando pureza de corazón, se da la orden: “Quitadle esas vestiduras viles”, y se pronuncian las alentadoras palabras: “Mira que he quitado de ti tu pecado, y te he hecho vestir de ropas de gala”. Se pone sobre los tentados, probados, pero fieles hijos de Dios, el manto sin mancha de la justicia de Cristo. El remanente despreciado queda vestido de gloriosos atavíos, que nunca han de ser ya contaminados por las corrupciones del mundo. Sus nombres permanecen en el libro de la vida del Cordero, registrados entre los fieles de todos los siglos. Han resistido los lazos del engañador; no han sido apartados de su lealtad por el rugido del dragón. Ahora están eternamente seguros de los designios del tentador. Sus pecados han sido transferidos al originador de ellos. CPI 643.3
Y ese residuo no sólo es perdonado y aceptado, sino honrado. Una “mitra limpia” es puesta sobre su cabeza. Han de ser reyes y sacerdotes para Dios. Mientras Satanás estaba insistiendo en sus acusaciones y tratando de destruir esta hueste, los ángeles santos, invisibles, iban de un lado a otro poniendo sobre ellos el sello del Dios viviente. Ellos han de estar sobre el monte de Sión con el Cordero, teniendo el nombre del Padre escrito en sus frentes. Cantan el nuevo himno delante del trono, ese himno que nadie puede aprender sino los ciento cuarenta y cuatro mil que fueron redimidos de la tierra. “Estos son los que siguen al Cordero por dondequiera que va. Estos fueron redimidos de entre los hombres como primicias para Dios y para el Cordero; y en sus bocas no fue hallado engaño, pues son sin mancha delante del trono de Dios”. Apocalipsis 14:4, 5.1 CPI 644.1