Testemunhos Seletos 2

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Capítulo 21 — Negócio e religião

As pessoas que estiverem empregadas em nossas diferentes instituições — casas publicadoras, colégios, sanatórios — devem manter viva comunhão com Deus. Especialmente é muito importante que os que estão à testa desses ramos da obra sejam homens que ponham acima de tudo o reino de Deus e a sua justiça. Não serão aptos para esses encargos de responsabilidade os que não tomarem conselho com Deus, dando frutos para Sua glória. Devem adotar uma conduta que honre ao seu Criador, enobreça-os e seja uma bênção aos semelhantes. Todos temos traços naturais que cumpre cultivar ou reprimir, segundo se provarem um auxílio ou obstáculo em conseguir o crescimento na graça e uma profunda experiência religiosa. TS2 132.1

Os que estão empenhados na obra de Deus não poderão servir em Sua causa de modo aceitável, a menos que façam o melhor uso dos privilégios religiosos de que gozam. Somos como árvores plantadas no jardim do Senhor; e Ele vem a nós buscar os frutos que tem direito de esperar. Seus olhos pousam sobre cada um de nós, lê nosso coração e conhece nossos caminhos. É esta uma perscrutação solene, porque diz respeito ao nosso dever e à nossa sorte, e é levada a efeito com grande interesse. TS2 132.2

Que cada qual que tem encargos sagrados se proponha esta pergunta: “Como enfrentarei o olhar perscrutador de Deus? Porventura meu coração está isento de toda a contaminação? ou se têm profanado os átrios do Seu templo, sendo invadidos por compradores e vendilhões a ponto de não ficar lugar para Cristo?” O afã dos negócios, se contínuo, faz esmorecer a espiritualidade e deixa a alma vazia de Cristo. Quando os homens, embora professando a verdade, levam dias sem se comunicar* com Deus, são induzidos a atos estranhos e a tomar decisões que não estão de acordo com a vontade divina. Nossos irmãos não agirão com segurança, deixando-se levar por meros impulsos; isto não é estar unidos a Cristo, e proceder de acordo com a Sua vontade. Incapazes, em tais condições, de reconhecer as necessidades da causa, Satanás os induzirá a assumir atitudes que embaraçarão e estorvarão a obra. TS2 132.3

Meus irmãos, estais cultivando a devoção? Predomina em vós o amor das coisas santas? Viveis da fé e estais vencendo o mundo? Assistis aos cultos públicos, e é vossa voz ouvida nas reuniões de oração? Está erigido entre vós o altar de família? Reunis em torno dele os filhos de manhã e à tarde, apresentando o seu caso a Deus? Buscais instruí-los na maneira de se fazerem seguidores do Cordeiro? Vossa família, se não for religiosa, testemunhará vossa negligência e infidelidade. Será digno de lástima se vossos filhos forem indiferentes, desrespeitosos e não tomarem prazer nas reuniões religiosas e verdades santas, ao passo que estais empenhados na obra. Uma família assim exerce influência contrária a Cristo e Sua verdade, porque “quem não é comigo”, disse Jesus, “é contra Mim”. TS2 133.1

A negligência do dever de educar os filhos e cultivar a piedade na família é de todo desagradável a Deus. Se um de vossos filhos estivesse em risco iminente de afogar-se, que alvoroço isso determinaria! Quantos esforços se empenhariam, quanta prece se faria e que atividade se desenvolveria, a fim de salvar-lhe a vida! Mas aí estão vossos filhos, sem Cristo e sem a salvação. Talvez que pela sua rispidez e falta de educação sejam até um opróbrio para a causa adventista. Estão em risco de se perderem, vivendo sem esperança e sem Deus no mundo, e vós continuais descuidosos e indiferentes. TS2 133.2

Que exemplo dais a vossos filhos? Que espírito reina em vossa família? Vossos filhos devem ser ensinados a ser afáveis, atenciosos, dóceis, prestativos, mas sobretudo respeitadores das coisas santas e das reivindicações divinas. Devem ser instruídos a respeitar as horas de oração e a levantar-se cedo para tomar parte no culto da família. TS2 133.3