Testemunhos Seletos 2

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Eleição de oficiais

Escreve o apóstolo Paulo a Tito: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei: Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus.” Tito 1:5-7. Convém que os nossos ministros considerem essas palavras e não ponham alguém a exercer um cargo sem muita reflexão e oração, para que Deus, pelo Seu Espírito, possa designar a pessoa de Sua aceitação. TS2 260.3

Diz o apóstolo inspirado: “A ninguém imponhais apressadamente as mãos.” 1 Timóteo 5:22. Em algumas de nossas igrejas se passou demasiado cedo à organização de igrejas e ordenação de anciãos, com manifesto desprezo da regra estabelecida na Bíblia. Em conseqüência, surgiram grandes dificuldades na igreja. Não se devem eleger e ordenar dirigentes que se não provarem aptos para essa obra de responsabilidade e que primeiro precisam ser convertidos, educados e enobrecidos, a fim de poderem servir na causa de Deus em qualquer ramo. TS2 261.1

A rede do evangelho recolhe bons e maus. É preciso tempo para desenvolver o caráter e experiência, para se conhecerem verdadeiramente os homens. Também cumpre tomar em consideração a família daquele que foi sugerido para exercer algum cargo na igreja. Está ela sujeita? Governa o homem a sua própria casa com honra? Qual é o caráter de seus filhos? Farão eles honra à influência do pai? Se este não revelar tato, sabedoria e virtude no governo de sua própria família, é justo concluir que os mesmos defeitos de sua parte se hão de fazer sentir também na igreja, verificando-se aí o mesmo governo incapaz. É muito melhor provar o homem antes de receber um cargo do que depois; é preferível orar e tomar conselho antes de sua investidura a esforçar-se depois para reparar um ato imprudente. TS2 261.2

Nalgumas igrejas, o dirigente não possui as qualidades indispensáveis para adestrar os membros da igreja para o trabalho. Não se empregam o tato e o bom senso necessários para manter vivo o interesse pela obra de Deus. O dirigente é indolente, moroso, prolixo, estende-se muito em suas orações em público; não mantém com Deus comunhão viva que lhe proporcionaria novas experiências. TS2 261.3

Os dirigentes de igrejas devem em toda parte ser pessoas diligentes, zelosas e desinteressadas, homens de Deus, capazes de dar à obra uma orientação correta. Devem levar suas petições a Deus com fé. À oração particular poderão dedicar o tempo que lhes aprouver, mas em público suas orações e testemunhos devem ser breves e substanciais. Cumpre evitar orações e exortações longas e insípidas. Se os irmãos e irmãs se propõem dizer alguma coisa com o fim de animar e edificar outros, isto deve vir de coração. Precisam viver todos os dias unidos com Deus, tirando seus suprimentos do inexaurível repositório, a fim de poderem expor coisas novas e velhas. Se sua própria alma tiver sido vivificada pelo Espírito de Deus, estarão no caso de alegrar, esforçar e animar outros; se, porém, não tiverem sorvido da fonte de salvação eles próprios, não serão aptos para aí conduzir outros. TS2 261.4

Aos que abraçam a teoria da verdade cumpre fazer compreender a necessidade de religião experimental. Aos ministros importa terem a própria alma vinculada ao amor de Deus, para poderem impressionar o povo com a necessidade de uma consagração pessoal, de uma conversão individual. Todos devem adquirir para si mesmos uma experiência viva. Cumpre-lhes ter Cristo no coração e o Espírito de Cristo moderando-lhes as inclinações, ou sua profissão não terá nenhum valor e seu estado será pior do que antes de terem ouvido a verdade. TS2 262.1

Para os pequenos grupos que abraçam a verdade, importa fazer arranjos que garantam a prosperidade da igreja. Poder-se-á nomear uma pessoa para dirigi-lo durante uma semana ou um mês, depois outra por algumas semanas, e assim diversas pessoas poderão sucessivamente ser experimentadas para depois se proceder a uma escolha judiciosa por voto da igreja da que se provar mais apta, para assumir as funções de dirigente; nunca, porém, por mais tempo do que um ano. Poderá então ser eleita outra ou a mesma pessoa poderá ser reeleita, caso o seu serviço se tenha provado uma bênção para a igreja. O mesmo princípio cumpre seguir na escolha de pessoas para outros cargos de responsabilidade, como os das associações. Homens não experimentados não devem ser eleitos presidentes de associações. Muitos agem sem discernimento em negócio importante como este que implica interesses eternos. TS2 262.2