Testemunhos Seletos 2

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Avivamento do primeiro amor

Vossa fé tem de provar-se alguma coisa mais do que tem sido até aqui, ou sereis pesados na balança e achados em falta. A decisão final do Juiz no último dia se guiará pelo interesse e zelo que tivermos manifestado no trabalho pelos necessitados, tentados e oprimidos. Não podeis passar de largo por eles e entrar como remidos na cidade de Deus. “Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a Mim.” Mateus 25:45. TS2 255.2

Ainda não é tarde demais para reparar as negligências do passado. Cumpre haver um reavivamento do primeiro amor e do primeiro zelo. Buscai os que tendes repelido, e pela vossa confissão atai as feridas que lhes causastes. Aproximai-vos do grande Coração que arde em amor compassivo, deixando que as torrentes da compaixão divina se vos infiltrem na alma e daí se derramem sobre vossos semelhantes. Tomai por exemplo a terna simpatia e compaixão manifestadas na vida de Jesus, guiando-vos por elas no trato de vossos semelhantes e principalmente de vossos irmãos em Cristo. Muitos se tornaram fracos e desalentados no ardor da luta, aos quais palavras de simpatia e animação teriam ajudado a vencer. Guardai-vos sempre de vos tornardes frios, negligentes, apáticos, propensos a censurar. Não deixeis passar desaproveitada a oportunidade de dizer palavras confortantes que inspirem confiança. Não é possível prever o alcance das palavras boas e amáveis que proferirmos, de qualquer esforço sincero feito para aliviar as cargas aos nossos semelhantes. Certo é, porém, que os errantes só podem ser encaminhados com um espírito de mansidão, bondade e terna simpatia. TS2 255.3

Deus tem pessoas preciosas em Sua igreja; há também homens e mulheres que são como o joio entre o trigo. Mas o Senhor não vos dá, a vós e a quem quer que seja, o encargo de dizer quem é joio e quem é trigo. Podemos ver e condenar as faltas dos outros, ao passo que temos faltas maiores, que nunca reconhecemos, mas que são distintamente vistas pelos outros. — Testimonies for the Church 5:333, 334 (1885). TS2 256.1

Deus não considera de igual magnitude todos os pecados; há graus de culpa em Sua avaliação, assim como na dos finitos homens. Mas, por insignificante que este ou aquele erro no seu procedimento possa parecer aos olhos dos homens, pecado algum é pequeno à vista de Deus. Os pecados que o homem está disposto a considerar pequenos, podem ser os mesmos que Deus tem como grandes crimes. O beberrão é desprezado e dizem-lhe que seu pecado o excluirá do Céu, ao passo que o orgulho, o egoísmo e a cobiça não são repreendidos. Mas estes são pecados especialmente ofensivos a Deus. Ele “resiste aos soberbos”, e diz-nos Paulo que a avareza é idolatria. Os que conhecem as denúncias contra a idolatria, feitas na Palavra de Deus, verão desde logo quão grave ofensa é esse pecado. — Testimonies for the Church 5:337 (1885). TS2 256.2