Testemunhos Seletos 1

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Mordomia dos idosos

Essas instituições não recebem, como outras do mesmo ramo, doações ou legados. E contudo Deus as tem abençoado e feito prosperar grandemente, servindo-Se delas para a realização de grande bem. Há pessoas de idade entre nós que estão se aproximando do término de seu tempo de graça, mas por falta de homens inteligentes que saibam assegurar as propriedades dessas pessoas para a obra de Deus, elas passam para as mãos dos que servem a Satanás. Esses recursos lhes foram apenas emprestados por Deus para Lhe serem devolvidos, mas em nove casos dentre dez esses irmãos ao cessarem seu período de atividade dispõem da propriedade de Deus de um modo que não O glorifica, pois nem um centavo da mesma jamais irá para a tesouraria do Senhor. Nalguns casos esses irmãos aparentemente bons tiveram conselheiros não consagrados, que os aconselharam segundo seu ponto de vista e não de acordo com o pensamento de Deus. Muitas vezes os bens são legados a filhos ou netos apenas para seu próprio prejuízo. Eles não têm amor por Deus ou pela verdade, e por isso todos esses bens que pertencem a Deus, passam para as fileiras de Satanás para serem controlados por ele. Satanás é muito mais vigilante, perspicaz e hábil para conseguir recursos para si do que são os nossos irmãos para assegurar a propriedade de Deus para Sua obra. Muitos testamentos foram feitos de modo tão vago que não tiveram validade perante a lei, e deste modo grandes somas para a causa foram perdidas. Nossos irmãos devem reconhecer que sobre eles, como fiéis servos na causa de Deus, pesa a responsabilidade de agir prudentemente nesses casos, a fim de assegurar para o Senhor o que Lhe pertence. TS1 556.1

Muitos manifestam nesse aspecto uma delicadeza descabida. Procedem como se estivessem pisando terreno proibido quando apresentam a pessoas de idade avançada ou inválidos o assunto de seus bens, a fim de saber como pretendem dispor deles. Entretanto é este um dever tão sagrado como pregar o Evangelho para a salvação de almas. Consideremos uma pessoa que tem dinheiro e propriedades de Deus em suas mãos. Ela está prestes a transferir sua mordomia. Colocará ela os recursos, que de Deus recebeu emprestados para serem usados em Sua obra, nas mãos de ímpios, simplesmente por serem estes seus parentes? Não devem homens cristãos tomar o devido interesse e experimentar ansiedade, tanto pelo bem-estar futuro dessa pessoa como pelos interesses da causa de Deus, a fim de que disponha retamente dos bens de seu Senhor — os talentos que lhe foram confiados para sábio uso? Quererão seus irmãos que o assistem, vê-la deixar esta vida, ao mesmo tempo privando de recursos a tesouraria de Deus? Isto significaria uma perda tremenda para ela e para a causa; porque, abandonando seus talentos nas mãos de indivíduos que não têm nenhuma consideração pela verdade divina, de caso pensado coloca os talentos em um lenço e os esconde na terra. TS1 556.2

Deus deseja que Seus seguidores disponham pessoalmente de seus bens, enquanto isto lhes seja possível. Dirá alguém: “Temos porventura de renunciar a tudo que consideramos nossa propriedade?” Pode isto não nos ser exigido ainda, mas devemos estar prontos a fazê-lo por amor de Cristo. Devemos reconhecer que nossas propriedades são totalmente Suas, e usá-las liberalmente quando o progresso da obra o exigir. TS1 557.1

Muitos fecham os ouvidos aos pedidos de dinheiro para enviar missionários ao estrangeiro, e para a difusão da verdade por meio de impressos que devem ser espalhados por todo o mundo como folhas de outono. Essas pessoas justificam sua avareza, alegando que tomaram disposições que deverão revelar sua caridade por ocasião da morte. Na disposição de sua última vontade, contemplaram a obra de Deus. Por isso conduzem uma vida de avareza, roubam a Deus nos dízimos e ofertas, e pelo seu testamento Lhe restituem apenas pequena parte do que lhes confiou, enquanto a parte maior reverte para os parentes, que não tomam nenhum interesse pela verdade. Constitui esta uma das piores formas de roubo. Roubam a Deus daquilo que Lhe devem, e isto não só durante a vida mas também na morte. TS1 557.2