Testemunhos Seletos 1

224/332

A intemperança no comer

A intemperança no comer, mesmo da comida saudável, exercerá debilitante influência sobre o organismo, embotando as mais vivas e santas emoções. É essencial a estrita temperança em comer e beber, tanto para a conservação da saúde, como para o vigoroso funcionamento de todo o organismo. Hábitos de estrita temperança aliados com o exercício muscular e mental, manterão vigor à mente e ao corpo, e comunicarão poder de resistência aos que se empenham no ministério, aos redatores, e a todos cujos hábitos são sedentários. Com toda a nossa profissão de reforma de saúde, nós, como povo comemos demasiado. A satisfação do apetite é a maior causa de debilidade física e mental, e está na base da fraqueza que se nota por toda parte. TS1 416.2

A intemperança começa à nossa mesa, no uso de alimentos inadequados. Depois de algum tempo, devido à continuada complacência com o apetite, os órgãos digestivos se enfraquecem, e o alimento ingerido não satisfaz. Estabelece-se um estado doentio, experimentando-se intenso desejo de tomar comida mais estimulante. O chá, o café e os alimentos cárneos, produzem efeito imediato. Sob a influência desses venenos, o sistema nervoso fica excitado e, em certos casos, momentaneamente, o intelecto parece revigorado e a imaginação mais viva. Como esses estimulantes produzem no momento resultados tão agradáveis, muitos chegam à conclusão de que realmente deles necessitam, e continuam a usá-los. TS1 416.3

Há sempre, porém, uma reação. O sistema nervoso, havendo sido indevidamente estimulado, tomou emprestado para o uso presente, energias reservadas para o futuro. Todo esse temporário fortalecimento do organismo é seguido de depressão. Proporcional a esse passageiro aumento de forças do organismo, será a depressão dos órgãos assim estimulados, após haver cessado seu efeito. O apetite educa-se a desejar intensamente algo mais forte, que tenda a manter e acrescentar a aprazível sensação, até que a condescendência se torne um hábito, havendo contínuo e intenso desejo de mais forte estímulo, como seja o fumo, vinhos e outras bebidas alcoólicas. Quanto mais se satisfizer ao apetite, tanto mais freqüente será sua exigência, e mais difícil de o controlar. Quanto mais enfraquecido se tornar o organismo, e menos capaz se tornar de passar sem tais estimulantes, tanto mais aumenta a paixão por eles, até que a vontade é levada de vencida, e parece impossível a resistência ao forte e falso desejo desses estimulantes. TS1 417.1