Testemunhos para a Igreja 8

4/197

Capítulo 2 — A comissão

É propósito de Deus que Seu povo seja um povo santificado, purificado, santo, comunicando luz a todos os que se acham em seu redor. É Seu desejo que, exemplificando em sua vida a verdade, sejam um louvor na Terra. A graça de Cristo é suficiente para efetuar isso. Lembre o povo de Deus, porém, que unicamente crendo e executando os princípios do evangelho, poderá Ele torná-los um louvor na Terra. Unicamente usando no serviço de Deus a capacidade que Ele lhes concedeu, fruirão a plenitude e poder da promessa sobre que a igreja foi chamada a ficar de pé. Se os que professam crer em Cristo como seu Salvador só atingirem a norma baixa da medida mundana, a igreja deixará de produzir a colheita farta que Deus espera. “Achado em falta” (Daniel 5:27), será escrito em seu registro. T8 14.1

A comissão que Cristo deu aos discípulos justamente antes de Sua ascensão é o grande objetivo missionário de Seu reino. Assim os discípulos foram feitos embaixadores Seus, e lhes foram conferidas as credenciais. Se, depois, porventura fossem desafiados e se lhes perguntasse por autoridade de quem eles, iletrados pescadores que eram, saíam a ensinar e curar, poderiam responder: “Aquele a quem os judeus crucificaram, mas ressurgiu dos mortos, nos elegeu para o ministério de Sua Palavra, declarando: ‘É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra’.” Mateus 28:18. T8 14.2

Cristo deu essa comissão aos Seus discípulos como principais ministros Seus, os arquitetos que deveriam estabelecer as bases de Sua igreja. Sobre eles, e sobre todos quantos os sucedessem como ministros Seus, depôs o encargo de transmitir o Seu evangelho de geração a geração, de século em século. T8 14.3

Os discípulos não deveriam esperar que o povo fosse ter com eles. Deveriam eles ir ao encontro do povo, procurando pecadores, como o pastor busca as ovelhas desgarradas. Cristo lhes apresentou o mundo como seu campo de trabalho. Deveriam “ir a todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15. A respeito do Salvador é que deveriam pregar — acerca de Sua vida de serviço abnegado, Sua morte ignominiosa, Seu amor imutável e inigualável. Seu nome deveria ser-lhes a senha, o vínculo de união. Em Seu nome deveriam vencer as fortalezas do pecado. A fé em Seu nome deveria destacá-los como cristãos. T8 14.4

Dando aos discípulos ainda outras instruções, disse Cristo: “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-Me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da Terra.” Atos dos Apóstolos 1:8. “Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.” Lucas 24:49. T8 15.1

Em obediência à palavra de seu Mestre, os discípulos reuniram-se em Jerusalém para esperar o cumprimento da promessa de Deus. Aí passaram dez dias — dias de profundo exame de coração. Puseram de lado todas as divergências, e uniram-se estreitamente em comunhão cristã. T8 15.2

Ao fim dos dez dias, cumpriu o Senhor Sua promessa por meio de um maravilhoso derramamento de Seu Espírito. “De repente veio do Céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” “Naquele dia agregaram-se quase três mil almas.” Atos dos Apóstolos 2:2-4, 41. T8 15.3

“E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a Palavra com os sinais que se seguiram.” Marcos 16:20. A despeito da feroz perseguição que os discípulos sofreram, dentro de breve intervalo de tempo o evangelho do reino fora proclamado a todas as partes habitadas da Terra. T8 15.4

A comissão dada aos discípulos é também repassada a nós. T8 15.5

Hoje, como naquele tempo, um Salvador crucificado e ressurgido deve ser exaltado perante os que, no mundo, se acham sem Deus e sem esperança. O Senhor chama pastores, professores e evangelistas. Porta a porta devem Seus servos proclamar a mensagem da salvação. A toda nação, tribo, língua e povo, devem ser levadas as boas-novas do perdão de Cristo. T8 16.1

Não deve a mensagem ser proclamada com timidez, destituída de vida, mas com clareza, positividade, e de maneira a despertar. Centenas de pessoas estão esperando o aviso de escaparem para salvar a vida. O mundo precisa ver nos cristãos uma prova do poder do cristianismo. Não meramente nalguns lugares, mas por todo o mundo, precisamos de mensageiros de misericórdia. De todos os países se ouve o clamor: “Vem e ajuda-nos!” Atos dos Apóstolos 16:9. Ricos e pobres, elevados e humildes, pedem luz. Homens e mulheres estão famintos da verdade tal como é em Jesus. Ao ouvirem o evangelho pregado com poder do alto, saberão que o banquete lhes está preparado, e atenderão ao convite: “Vinde, que já tudo está preparado.” Lucas 14:17. T8 16.2

As palavras: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15), são dirigidas a cada um dos seguidores de Cristo. Todos os que estão destinados a participar da vida de Cristo, estão destinados para trabalhar pela salvação de seus semelhantes. O mesmo anelo de alma que Ele sentiu pela salvação dos perdidos deve ser neles manifesto. Nem todos podem ocupar o mesmo cargo, mas para todos há um lugar e um trabalho. Todos sobre quem foram derramadas as bênçãos de Deus devem corresponder por meio de serviço fiel. Cada dom deve ser empregado para o progresso do Seu reino. T8 16.3