Testemunhos para a Igreja 8

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Uma palavra de precaução

Deus deseja que Suas instituições e Seus escolhidos, como filhos adotados, O honrem ao revelarem os atributos do caráter cristão. A obra abrangida pelo evangelho como obra missionária é um trabalho direto, substancial, que brilhará mais e mais até tornar-se dia perfeito. Deus não deseja que a fé de Seu povo assuma as características ou a aparência da obra humanitária que no momento vem sendo chamada de obra médico-missionária. Os recursos e talentos de Seu povo não devem ser enterrados nas favelas de Nova Iorque ou Chicago. A obra de Deus deve ser desenvolvida nos ramos corretos. T8 183.3

Autonegação e auto-sacrifício precisam ser demonstrados. Precisamos trabalhar como Cristo trabalhou, em simplicidade e bondade, em humildade e consagração. Dessa forma seremos habilitados a realizar uma obra distinta de todas as demais atividades missionárias empreendidas em nosso mundo. T8 183.4

Muitos existem, em relação aos quais se supõe que tenham sido resgatados do abismo em que caíram, nos quais não podemos confiar como conselheiros, nem se lhes pode confiar a obra para estes últimos dias. O inimigo acha-se determinado a misturar o erro com a verdade. Para isso conseguir, utiliza ele a oportunidade que lhe é oferecida pela classe degradada, em favor da qual tanto labor e tanto dinheiro têm sido gastos, a classe cujo apetite foi pervertido mediante a indulgência, cujas pessoas sofreram abusos, cujos caracteres acham-se mal elaborados e deformados, cujos hábitos e desejos são aviltados, e que habitualmente pensam no mal. Tais pessoas podem ser transformadas em seu caráter; quão poucos dentre esses, porém, revelam uma obra completa e duradoura! T8 184.1

Alguns serão santificados pela verdade; muitos, porém, empreendem uma transformação apenas superficial de seus hábitos e práticas, e então se supõe que sejam cristãos. São recebidos na comunidade da igreja, mas revelam-se um grande problema e requerem muito cuidado. Através deles Satanás tenta semear na igreja as sementes da inveja, desonestidade, crítica e acusação. Tenta ele assim corromper os demais membros da igreja. A disposição que os governou desde a infância, que os levou a romper com toda e qualquer restrição, e os conduziu à degradação, ainda os controla. Diz-se que eles foram resgatados, mas com demasiada freqüência o tempo revela que a obra realizada em favor deles não os tornou submissos filhos de Deus. A cada suposto deslize, revelam ressentimentos. Acariciam a amargura, ira e malícia. Por suas palavras e espírito demonstram que não nasceram de novo. Suas tendências operam no sentido descendente, rumo à sensualidade. Não são dignos de confiança; são mal-agradecidos e não santificados. Assim ocorre com todos os que não foram inteiramente convertidos. Cada um desses caracteres maculados, não transformados, torna-se eficiente obreiro de Satanás, ao criar dissensão e contenda. T8 184.2

O Senhor traçou nossa maneira de agir. Como povo não devemos imitar nem harmonizar-nos com os métodos do Exército de Salvação. Essa não é a obra que o Senhor nos mandou fazer. Também não é nossa obra condená-los nem falar duramente contra eles. Há no Exército de Salvação pessoas preciosas, abnegadas. Devemos tratá-las com bondade. Há entre elas pessoas honestas, que estão sinceramente servindo ao Senhor, e que verão maior luz, chegando à aceitação de toda a verdade. Os obreiros do Exército de Salvação estão procurando salvar os negligenciados, espezinhados. Não devem ser desencorajados. Devem poder realizar esse tipo de trabalho pelos seus próprios métodos e a sua própria maneira. Mas a obra que os adventistas do sétimo dia devem fazer foi claramente indicada pelo Senhor. Reuniões campais e em tendas devem ser realizadas. A verdade para este tempo deve ser proclamada. Um testemunho decidido precisa ser sustentado. E os sermões devem ser tão simples que as crianças consigam compreendê-los. T8 184.3