Testemunhos para a Igreja 7

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Capítulo 18 — Não entre os ricos

Poderia parecer-nos que fosse melhor escolher para os nossos sanatórios lugares em meio aos ricos; que isso daria feição à nossa obra, e garantiria amparo para as nossas instituições. Mas não há nisso lógica. “O Senhor não vê como vê o homem.” 1 Samuel 16:7. O homem atenta para a aparência externa; Deus observa o coração. Quanto menos grandes edifícios houver em volta das nossas instituições, tanto menos aborrecimentos experimentaremos. Muitos dos ricos donos de propriedades são irreligiosos e irreverentes. Pensamentos mundanos lhes ocupam a mente. As diversões, alegrias e hilaridades mundanas lhes ocupam o tempo. A extravagância no vestir-se e a vida luxuosa absorvem os seus recursos. Os mensageiros celestiais não são bem-vindos aos seus lares. Eles querem que Deus esteja longe. É difícil à humanidade aprender a lição da humildade, especialmente aos ricos e aos condescendentes consigo mesmos. Aqueles que não se consideram responsáveis perante Deus por tudo o que possuem são tentados a se exaltarem, como se as riquezas compreendidas pelas terras e os depósitos bancários os tornassem independentes de Deus. Cheios de orgulho e presunção, atribuem a si mesmos uma importância medida por sua riqueza. T7 88.1

Há muitos ricos que aos olhos de Deus são mordomos infiéis. Na aquisição e uso de seus recursos tem Ele visto roubo. Eles têm negligenciado o grande Proprietário de tudo, e deixado de usar os meios que lhes foram confiados para aliviar os sofredores e opressos. Têm estado a acumular para si ira para o dia da ira, pois Deus recompensará a cada um de conformidade com as suas obras. Esses homens não adoram a Deus; o eu é o seu ídolo. Eles põem a justiça e a misericórdia fora de cogitação, substituindo-as pela avareza e a porfia. Deus diz: “Porventura por estas coisas não os visitaria?” Jeremias 9:9. T7 88.2

Deus não Se agradaria em ter qualquer de nossas instituições localizada em uma comunidade dessa espécie, por grandes que sejam suas vantagens aparentes. Os homens ricos e egoístas exercem uma influência modeladora sobre outras mentes, e o inimigo poderia operar por meio deles para obstruir o nosso caminho. As más associações são sempre prejudiciais à piedade e à devoção, e os princípios aprovados por Deus podem ser solapados por essas associações. Deus não gostaria que qualquer de nós fosse como Ló, que escolheu habitar em um lugar em que ele e sua família ficaram em constante contato com o mal. Ló entrou em Sodoma rico; partiu sem nada, conduzido pela mão de um anjo, enquanto os mensageiros da ira aguardavam para derramar as chamas de fogo que deveriam consumir os habitantes daquela cidade grandemente favorecida, e eclipsar sua fascinante beleza tornando desolado e deserto o lugar que Deus outrora fizera tão lindo. T7 89.1

Nossos sanatórios não deverão ser localizados próximos das residências de pessoas ricas, onde serão considerados como algo estranho e objeto de aversão, e comentados desfavoravelmente porque recebem a humanidade sofredora de toda espécie. A religião pura e imaculada faz dos que são filhos de Deus uma só família, ligados com Cristo em Deus. Mas o espírito do mundo é orgulhoso, parcial, exclusivista e favorece apenas uns poucos. T7 89.2

Ao erguermos os nossos edifícios, devemos manter-nos longe das casas dos grandes homens do mundo e deixar que eles busquem o auxílio de que necessitam, ausentando-se de seus amigos para os mais afastados lugares. Não agradaremos a Deus construindo os nossos sanatórios entre pessoas extravagantes no vestir-se e no viver, que são atraídas para aqueles que podem apresentar grande exibição. T7 89.3