Testemunhos para a Igreja 7

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Capítulo 16 — Fora das cidades

Os que têm algo que ver com a localização de nossos sanatórios devem estudar com oração o caráter e objetivo da nossa obra pró-saúde. Devem sempre se lembrar que trabalham para restaurar no homem a imagem de Deus. Devem, por um lado, ministrar os remédios que aliviam o sofrimento físico, e, por outro, o evangelho, para o alívio dos sofrimentos da alma, resultantes do pecado. Assim, têm de trabalhar como verdadeiros médicos-missionários. Em muitos corações, eles terão de semear as sementes da verdade. T7 80.1

Nenhum egoísmo, nem ambição pessoal devem ser permitidos na escolha da localização para os nossos sanatórios. Cristo veio a este mundo a fim de ensinar-nos a viver e a trabalhar. Aprendamos, pois, dEle, a não escolher para os nossos sanatórios os lugares que mais nos satisfaçam o gosto, mas os que mais convenham ao nosso trabalho. T7 80.2

Foi-me mostrado que em nossa obra médico-missionária perdemos muitas vantagens por deixarmos de reconhecer a necessidade de uma mudança de planos no que toca à localização dos sanatórios. A vontade de Deus é que essas instituições sejam localizadas fora da cidade. Devem ser localizadas no campo, em local o mais atraente possível. Na natureza — o jardim do Senhor — o enfermo sempre achará alguma coisa para desviar de si próprio a atenção, e elevar a Deus os pensamentos. T7 80.3

Fui instruída que os enfermos devem ser tratados fora da agitação das cidades, longe do ruído dos bondes e do contínuo barulho de carros e carroças. As pessoas que do interior acorrem aos nossos sanatórios, apreciarão um lugar sossegado; e, num lugar calmo, os pacientes serão melhor influenciados pelo Espírito de Deus. T7 80.4

O jardim do Éden, lar de nossos primeiros pais, era extremamente belo. Graciosos arbustos e flores delicadas deleitavam os olhos a cada passo. Havia ali árvores de toda espécie, muitas delas carregadas de frutos fragrantes e deliciosos. Em seus galhos, trinavam os pássaros seus hinos de louvor. Adão e Eva, em sua pureza imaculada, deleitavam-se no que viam e ouviam no Éden. E hoje, embora o pecado haja lançado sua sombra sobre a Terra, Deus quer que Seus filhos se deleitem nas obras de Suas mãos. Localizar os nossos sanatórios em meio das cenas da natureza equivale a seguir o plano de Deus; e quanto mais minuciosamente ele for seguido, tanto mais maravilhosamente procederá Deus na restauração da humanidade sofredora. Para as nossas instituições educativas e médicas devem ser escolhidos lugares onde, fora das nuvens escuras de pecado que cobrem as grandes cidades, possa nascer o Sol da Justiça, “trazendo curas nas Suas asas”. Malaquias 4:2 (VB). T7 81.1

Dêem os dirigentes de nossa obra instruções para que os nossos sanatórios sejam localizados na mais agradável das imediações, distante da agitação da cidade — lugares em que, por meio de instrução sábia, o pensamento dos pacientes seja posto em contato com os pensamentos de Deus. Eu tenho repetidamente descrito esses lugares; mas parece que os ouvidos não têm me compreendido. Ainda recentemente, a vantagem de localizar fora das cidades as nossas instituições, especialmente os nossos sanatórios e escolas, foi-me apresentada de maneira muitíssimo clara e convincente. T7 81.2

Por que nossos médicos insistem tanto em localizarem-se nas cidades? A própria atmosfera das cidades está poluída. Nelas, os enfermos que têm maus hábitos a vencer não podem ficar preservados de maneira adequada. Para os alcoólicos, os bares das cidades constituem uma tentação contínua. Localizar os nossos sanatórios onde estejam circundados de ambiente ímpio, equivale a neutralizar os esforços feitos para restabelecer a saúde dos pacientes. T7 81.3

No futuro, o estado de coisas nas cidades piorará mais e mais, e a influência do ambiente urbano será considerada desfavorável para o cumprimento da obra que nossos sanatórios devem realizar. T7 82.1

Do ponto de vista da saúde, o fumo e o pó das cidades são extremamente prejudiciais. E os pacientes que ficam grande parte do tempo confinados dentro de quatro paredes, sentem-se como prisioneiros dentro do quarto. Ao olharem por uma janela, nada mais vêem além de casas, casas, casas. Os que assim ficam retidos em quartos, inclinam-se a meditar em seus sofrimentos e infortúnios. Algumas vezes um inválido é envenenado por sua própria respiração. T7 82.2

Muitos outros males resultam da localização de grandes instituições médicas nas grandes cidades. T7 82.3

Por que se haverá de privar os pacientes da bênção restauradora achada na vida ao ar livre? Eu fui instruída de que, ao serem os doentes animados a abandonar o quarto e passar algum tempo ao ar livre, cultivando flores ou fazendo outro trabalho leve e agradável, seu espírito será desviado de si próprios para alguma coisa que lhes favoreça a cura. O exercício ao ar livre deveria ser prescrito como uma necessidade benéfica e vivificante. Quanto mais tempo possam os pacientes ser mantidos ao ar livre, de tanto menos cuidado necessitarão. Quanto mais alegre for o ambiente que os circunda, tanto mais esperança terão. Que sejam eles rodeados das belas coisas da natureza; colocados onde possam ver as flores crescerem e ouvir os pássaros cantarem, e seu coração cantará em uníssono com o trinado deles. Mas se forem encerrados em quartos, embora sejam elegantemente mobiliados, eles ficarão tristes e irritados. Caso tenham a bênção da vida ao ar livre; isso lhes elevará o espírito. Serão aliviados física e espiritualmente. T7 82.4

“Fora das cidades” é a minha mensagem. Nossos médicos há muito deveriam estar bem despertos em relação a esse ponto. Espero e creio que compreenderão agora a importância de saírem para o campo, e oro a Deus para que assim seja. T7 83.1

Aproxima-se o tempo em que as cidades serão alvo dos juízos divinos. Dentro em pouco as cidades serão terrivelmente sacudidas. Não importa quais sejam as dimensões e a solidez dos edifícios, nem quais as precauções tomadas contra incêndios; quando Deus tocar esses edifícios, dentro de poucos minutos ou algumas horas ficarão reduzidos a escombros. T7 83.2

As cidades ímpias do nosso mundo serão varridas pela vassoura da destruição. Nas calamidades que agora atingem edifícios imensos e grandes áreas das cidades, Deus nos está mostrando o que irá acontecer em toda a Terra. Ele nos diz: “Aprendei pois esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que Ele [Cristo em Sua vinda] está próximo às portas.” Mateus 24:32, 33. T7 83.3

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Os edifícios de tijolo e pedra não são os mais aconselháveis para um sanatório, pois estes são em geral frios e úmidos. Poderá ser alegado que uma construção de alvenaria apresenta uma aparência muito mais atrativa, e que o edifício deve ser vistoso. Nós, porém, carecemos de edifícios espaçosos; e se os tijolos são muito dispendiosos, devemos construir de madeira. A economia deve ser nosso objeto de estudo. Essa é uma necessidade, em virtude da grandiosidade da obra que devemos realizar nos vários aspectos da vinha espiritual de Deus. T7 83.4

Tem-se insinuado que os pacientes não se sentiriam a salvo do fogo em uma construção de madeira. Se, porém, estivermos no campo, e não nas cidades onde as construções estão aglomeradas, um fogo se originaria de dentro, não de fora; por isso o tijolo não será uma salvaguarda. Deve-se fazer ver aos pacientes que, para fins de saúde, a construção de madeira é preferível à de tijolos. T7 84.1

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Durante anos me foi ministrada revelação especial acerca do nosso dever de não centralizar a nossa obra nas cidades. A agitação e confusão que enchem essas cidades, as condições nelas criadas pelos sindicatos trabalhistas e as greves, tornar-se-ão grande desvantagem para a nossa obra. Buscam os homens conseguir que as pessoas empenhadas em diferentes profissões se filiem a certos sindicatos. Esse não é o plano de Deus, mas de um poder que não devemos jamais reconhecer. A Palavra de Deus se está cumprindo; os ímpios estão se ajuntando em molhos, prontos para serem queimados. T7 84.2

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Devemos empregar agora toda a capacidade que nos foi confiada, no sentido de transmitir para o mundo a grande mensagem de advertência. Nessa obra, cumpre-nos preservar a individualidade. Não devemos nos associar a sociedades secretas nem a sindicatos trabalhistas. Devemos permanecer livres perante Deus, à espera constante das instruções de Cristo. Todos os nossos atos deverão ser exercidos com a convicção da importância da obra a ser feita para Deus. T7 84.3

Foi-me revelado que as cidades se encherão de confusão, violência e crime, e que essas coisas aumentarão até ao fim da história da Terra. T7 84.4