Testemunhos para a Igreja 7

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Capítulo 13 — Obreiros de nossas instituições médicas

Os obreiros dos nossos hospitais foram chamados para uma alta e santa vocação. Precisam eles compreender, melhor do que no passado, o caráter sagrado da sua ocupação. O trabalho que executam e o alcance da influência que exercem, deles exigem esforço fervoroso e consagração irrestrita. T7 68.1

Em nossas instituições de saúde, os enfermos e sofredores devem ser induzidos a compreender que tanto precisam de auxílio espiritual como da cura física. Devem-se-lhes proporcionar todos os elementos para o restabelecimento da saúde física; é preciso fazer-lhes ver, também, o que significa ser abençoado com a luz e a vida de Cristo, o que representa a comunhão com Ele. Devem ser levados a ver que a graça de Cristo na vida eleva o ser todo. E maneira nenhuma melhor existe de aprenderem acerca da vida de Cristo do que a verem revelada em Seus seguidores. T7 68.2

O obreiro fiel mantém os olhos fixos em Cristo. Lembrando que sua esperança de vida eterna depende da cruz de Cristo, está decidido a não desonrar jamais a quem por ele deu a vida. Interessa-se profundamente pelos sofrimentos da humanidade. Ora e trabalha, cuidando das almas como quem delas deverá dar conta, sabendo que são dignas da salvação as pessoas que Deus põe em contato com a verdade e a justiça. T7 68.3

Nossos obreiros das instituições médicas estão empenhados numa luta santa. Devem apresentar aos enfermos e sofredores a verdade tal qual é em Jesus; devem apresentá-la em toda a sua solenidade, não obstante com simplicidade e ternura tais que as pessoas sejam atraídas para o Salvador. Sempre, por preceito e exemplo, exaltarão a Cristo como a esperança de vida eterna. Nenhuma palavra áspera deve ser proferida, nem praticado ato algum egoísta. Os obreiros devem tratar a todos com bondade. Suas palavras devem ser corteses e amáveis. Os que mostram verdadeira modéstia e cortesia cristã ganharão almas para Cristo. T7 68.4

Devemos esforçar-nos para restabelecer a saúde física e espiritual dos que recorrem às nossas instituições. Preparemo-nos, pois, para subtraí-los durante certo tempo desse ambiente que os afastou de Deus, e pô-los em atmosfera mais pura. Fora de casa, rodeados das belas coisas que Deus fez, respirando ar puro e saudável, é mais fácil falar ao doente acerca da nova vida que há em Cristo. Ali, a Palavra de Deus pode ser ensinada. Ali, os raios da justiça de Cristo podem atingir os corações entenebrecidos pelo pecado. Com paciência e simpatia, levem os doentes a compreenderem que necessitam do Salvador. Contem-lhes que Ele é que dá descanso ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem mais vigor. T7 69.1

Precisamos compreender melhor o sentido destas palavras: “Desejo muito a sua sombra, e debaixo dela me assento.” Cantares 2:3. Elas não nos fazem evocar a lembrança de uma pressa febril, mas de um repouso sossegado. Muitos cristãos há que andam ansiosos e abatidos, muitos andam tão cheios de atividades que não podem achar tempo algum para repousar nas promessas de Deus, que procedem como se não pudessem desfrutar paz e tranqüilidade. A todos esses, Cristo dirige o convite: “Vinde a Mim, ... e Eu vos aliviarei.” Mateus 11:28. T7 69.2

Desviemo-nos das estradas quentes e poeirentas da vida, para repousar à sombra do amor de Cristo. Ali, nos fortaleceremos para a luta. Ali, aprenderemos a diminuir nossas lutas e preocupações e a falar e cantar para o louvor de Deus. Os cansados e oprimidos aprendam de Cristo uma lição de confiante calma. Se querem desfrutar paz e descanso, devem eles sentar-se à Sua sombra. T7 69.3

Os que trabalham em nossas instituições de saúde devem possuir rica experiência cristã, porque a verdade lhes está implantada no coração e, como coisa santa, é nutrida pela graça de Deus. Arraigados e firmados na verdade, devem ter fé que opera por amor e purifica a alma. Constantemente pedindo bênçãos, devem manter as janelas da alma fechadas, na direção da Terra, para a atmosfera corrompida do mundo, e abertas na direção do Céu, para receberem os brilhantes raios do Sol da Justiça. T7 70.1

Quem está se preparando para assumir com conhecimento de causa o trabalho médico-missionário? Por meio desse trabalho, os que acorrem às nossas instituições para ali se tratarem, devem ser guiados a Cristo e ensinados a unir à Sua força a fraqueza própria. Cada obreiro deve ser conscienciosamente eficiente. Então, em sentido elevado e amplo, pode ele apresentar a verdade tal qual é em Jesus. T7 70.2

Os obreiros de nossas instituições de saúde estão continuamente expostos à tentação. São postos em contato com os incrédulos, e os que não estão firmados na fé serão prejudicados por essa aproximação. Mas os que estão firmados em Cristo enfrentarão os incrédulos como Ele os enfrentou, inflexíveis em sua obediência, sempre dispostos para dizer uma palavra oportuna e semear as sementes da verdade. Perseverarão em oração, mantendo firmemente a sua integridade e dando provas diárias da coerência da sua religião. A influência de tais obreiros é uma bênção para muitos. Por meio de uma vida bem equilibrada levarão almas à cruz. O verdadeiro cristão dá testemunho constante de Cristo. Está sempre animado, sempre disposto a dirigir palavras de esperança e conforto aos que sofrem. T7 70.3

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.” Provérbios 1:7. Uma única frase da Escritura é de muito mais valor que dez mil idéias e argumentos humanos. Os que se recusam a seguir os caminhos de Deus receberão por fim a sentença: “Apartai-vos de Mim.” Mateus 25:41. Mas ao nos submetermos à vontade de Deus, o Senhor Jesus nos dirige a mente e põe nos lábios palavras de certeza. Podemos ser fortes no Senhor e na força do Seu poder. Recebendo a Cristo, somos revestidos do Seu poder. Cristo habitando em nós faz com que Seu poder seja nossa propriedade. A verdade se torna nossa especialidade. Nenhuma injustiça é vista na vida. Somos capazes de falar palavras oportunas aos que não conhecem a verdade. A presença de Cristo no coração é um poder vitalizante que fortalece o ser todo. T7 71.1

Foi-me mandado dizer aos obreiros de nossas instituições de saúde que a incredulidade e a presunção são os perigos contra que deverão estar em guarda constante. Devem combater o mal com zelo e ardor tais que os enfermos sintam a influência enobrecedora dos seus esforços abnegados. T7 71.2

Nenhuma sombra de egoísmo deve manchar nosso serviço. “Não podeis servir a Deus e a Mamom.” Mateus 6:24. Exaltemos o Homem do Calvário. Exaltemo-lO através de uma fé viva em Deus, a fim de que as nossas orações sejam ouvidas. Reconhecemos a proximidade a que Jesus chega de nós? Ele nos fala pessoalmente. Ele Se revelará a cada um que se disponha a revestir-se da Sua justiça. Declara Ele: “Eu ... te tomo pela tua mão direita.” Isaías 41:13. Coloquemo-nos em lugar onde Ele nos possa tomar pela mão, onde Lhe possamos ouvir a voz, dizendo com segurança e autoridade: “Eu sou o que vivo e estive morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre.” Apocalipse 1:18. T7 71.3