Testemunhos para a Igreja 7

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Capítulo 55 — Os que estão lutando com dificuldades

Durante anos, tem-se manifestado falta de sabedoria no tratar com homens que empreendem e levam avante a obra do Senhor em lugares difíceis. Muitas vezes essas pessoas trabalham muito acima de suas forças. Dispõem de poucos recursos para o andamento da obra, e são obrigadas a sacrificar-se em benefício da causa. Trabalham por modestos salários e observam a mais estrita economia. Dirigem apelos ao povo a fim de obter meios e dão, por sua parte, um exemplo de liberalidade. Rendem a Deus o louvor pelo que é realizado, compreendendo que Ele é o autor e consumador da sua fé, e que é mediante Seu poder que eles são habilitados a progredir. T7 277.1

Por vezes, depois de haverem esses obreiros suportado os cuidados e o calor do dia e, mediante pacientes e perseverantes esforços, terem estabelecido uma escola ou um hospital, ou dado qualquer outro passo para o desenvolvimento da obra, seus irmãos decidem que um outro poderia cuidar disso melhor, devendo, portanto, tomar conta do trabalho que eles estavam fazendo. Em alguns casos, essa decisão é tomada sem a devida consideração e honra em relação aos que desempenharam a parte desagradável do trabalho, que labutaram, oraram e lutaram, pondo em seus esforços todas as forças e energias. T7 277.2

Deus não Se agrada dessa maneira de lidar com os obreiros. Ele pede a Seu povo que apóie os que edificam a obra em lugares novos e difíceis, dirigindo-lhes palavras de ânimo. T7 277.3

Em seu ardor, em seu zelo pela divulgação da causa, esses obreiros podem cometer erros. Podem, em seu desejo de obter meios para a manutenção de empreendimentos necessários, envolver-se em projetos que não serão os mais benéficos para a obra. Vendo o Senhor que esses planos os distrairiam daquilo que deseja que façam, permite que lhes sobrevenham decepções, destruindo-lhes as esperanças. O dinheiro é sacrificado, e isso ocasiona grande desgosto para aqueles que esperavam ansiosamente adquirir meios para o sustento da causa. T7 278.1

Enquanto os obreiros estavam pondo em tensão cada nervo a fim de levantar fundos para ajudá-los numa emergência, alguns de seus irmãos ficavam de parte criticando e suspeitando mal, dando má interpretação aos motivos dos sobrecarregados obreiros, e tornando-lhes mais difícil a tarefa. Cegos pelo egoísmo, esses críticos não percebiam sentirem-se seus irmãos suficientemente aflitos sem a censura de homens que não haviam suportado sérios encargos e responsabilidades. A decepção é uma grande provação, mas o amor cristão pode transformar a derrota em vitória. Os reveses ensinarão a cautela. Aprendemos por meio das coisas que sofremos. Assim adquirimos experiência. T7 278.2

Manifeste-se sabedoria e cuidado ao tratar com obreiros que, embora hajam cometido erros, revelaram um interesse sincero e abnegado pela obra. Digam-lhes os irmãos: “Não tornaremos pior a situação, colocando outro em seu lugar, sem lhes dar oportunidade de reparar seu erro, de modo a livrar-se da carga de uma crítica injusta.” Que lhes seja concedido tempo para se ajustarem, para vencerem as dificuldades que os rodeiam, e para se colocarem perante os anjos e os homens como obreiros dignos. Eles cometeram erros, mas, teriam aqueles que deles duvidaram e os criticaram procedido melhor? Aos fariseus acusadores, Cristo disse: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.” João 8:7. T7 278.3

Há pessoas precipitadas em seu desejo de reformar o que lhes parece não estar direito. Pensam que deveriam ser escolhidas para ocupar o lugar dos que cometeram erros. Desvalorizam o que foi feito por esses obreiros sob as críticas dos que os vigiavam. Dizem, por suas ações: “Posso fazer grandes coisas. Sou capaz de levar a obra avante com êxito.” Tenho instruções para dizer aos que julgam que sabem tão bem evitar os erros: “Não julgueis, para que não sejais julgados.” Mateus 7:1. Talvez possam evitar o erro em certos pontos, mas em outros, estão sujeitos a cometer sérios desatinos, bem difíceis de remediar, e que trariam confusão à obra. Esses erros seriam mais prejudiciais do que os que foram cometidos por seus irmãos. T7 279.1

As instruções que me foram dadas são que os homens que lançam as bases de uma obra, e que, apesar de preconceitos, vão abrindo seu caminho, não devem ser desprezados para que outros lhes ocupem o lugar. Há zelosos obreiros que, a despeito da crítica de alguns de seus irmãos, têm prosseguido avante na obra que Deus indicou para ser realizada. Fossem eles removidos da posição de responsabilidade que ocupam, e restaria uma impressão injusta a respeito deles e desfavorável para a obra, porque as mudanças efetuadas seriam consideradas como a confirmação das injustas críticas feitas, e dos preconceitos existentes. É o desejo do Senhor que não se dê nenhum passo que represente uma injustiça para com aqueles que têm trabalhado longa e ativamente para edificar a obra que lhes foi dada. T7 279.2