Capítulo 22 — A reforma industrial
Em virtude de surgirem dificuldades, não devemos abandonar as indústrias de que temos lançado mão como parte da obra educativa. Enquanto cursam a escola, os moços devem ter ensejo de aprender a usar as ferramentas. Sob a liderança de obreiros experimentados, carpinteiros aptos para ensinar, pacientes e bondosos, os próprios alunos devem erguer os prédios da escola e fazer os necessários melhoramentos, aprendendo assim, mediante lições práticas, a construir com economia. Os alunos também devem ser exercitados em todo tipo de trabalho relacionado com a tipografia, como composição, impressão e encadernação, juntamente com fazer tendas e outros ramos de trabalho prático. Devem-se plantar frutas miúdas, cultivar verduras e flores, e isso até as alunas devem ser chamadas a fazer, ao ar livre. Assim, ao mesmo tempo que exercitam o cérebro, os músculos e ossos, adquirem conhecimentos da vida prática.
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O preparo em todos esses pontos tornará nossos jovens úteis no levar a verdade aos campos estrangeiros. Não terão aí que depender do povo entre o qual vão viver, para cozinhar, semear ou construir para eles, nem será necessário gastar dinheiro para transportar homens de milhares de quilômetros para planejarem edifícios escolares, casas de culto e habitações. Os missionários desfrutarão de muito mais influência entre o povo, uma vez que sejam capazes de ensinar os inexperientes a trabalhar de acordo com os melhores métodos e a produzir os melhores resultados. Serão assim aptos a demonstrar que os missionários podem se tornar educadores industriais, e essa espécie de instrução será apreciada especialmente onde escasseiam os recursos. Será necessário muito menor capital para sustentar esses missionários, pois, a par de seus estudos, exercitaram da melhor maneira possível a capacidade física em trabalho prático; e onde quer que forem, tudo quanto obtiveram nesse sentido, lhes proporcionará vantagens. Seja proporcionada aos alunos dos departamentos industriais, quer se empreguem em trabalho doméstico, no cultivo do solo ou em outras atividades, a oportunidade de contarem as lições práticas e espirituais que aprenderam em relação com o seu trabalho. Em todos os deveres práticos da vida, devem-se fazer comparações com os ensinos da natureza e da Bíblia.
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Os motivos que nos têm levado, em alguns lugares, a nos afastar das cidades e localizar nossas escolas no campo aplicam-se da mesma maneira a escolas em outros lugares. Gastar dinheiro em mais construções numa escola grandemente endividada, não está de acordo com os planos de Deus. Houvesse o dinheiro que nossas escolas maiores empregaram em prédios dispendiosos sido aplicado em terrenos onde nossos estudantes pudessem receber a educação apropriada, não haveria tão grande número de alunos agora lutando sob o peso de débitos crescentes, e a obra dessas instituições estaria em mais prósperas condições. Houvesse sido seguida essa orientação, e teria havido algumas murmurações por parte dos alunos, seriam suscitadas muitas objeções da parte dos pais; mas os estudantes teriam assegurado uma educação completa, a qual os haveria preparado, não somente para o trabalho prático em vários ofícios, mas para um lugar na fazenda do Senhor na terra renovada.
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Houvessem nossas escolas estimulado o trabalho na agricultura, apresentariam agora um quadro inteiramente diverso. Não haveria tão grande desânimo. As influências contrárias estariam superadas e seriam diferentes as condições financeiras. Quanto aos estudantes, o trabalho seria bem aceito; e, como todo o maquinismo humano seria proporcionalmente exercitado, se desenvolveria maior resistência física e mental. Mas as instruções que ao Senhor quis dar foram tão frouxamente aplicadas, que os obstáculos não têm sido vencidos.
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É covardia avançar de forma tão lenta e sem firmeza na questão do trabalho — exatamente aquilo que comunicará a melhor espécie de educação. Basta olhar a natureza. Há dentro de seus vastos limites espaço para se estabelecerem escolas onde se possam desbravar terrenos e cultivar a terra. Esse trabalho é essencial à educação mais favorável ao progresso espiritual; pois a voz da natureza é a voz de Cristo, ensinando-nos inúmeras lições de amor e poder, submissão e perseverança. Alguns não apreciam o valor do trabalho agrícola. Não devem ser pessoas assim que façam os planos para nossas escolas, pois impedirão que tudo se desenvolva na direção certa. No passado, a influência dessas pessoas foi prejudicial.
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Se a terra for cultivada, com a bênção de Deus, irá suprir nossas necessidades. Não nos devemos desanimar por causa de coisas temporais, por causa de aparentes fracassos, nem ficar desalentados pela demora. Cumpre-nos lavrar animadamente o solo, com esperança e gratidão, crendo que a terra contém em seu seio fartos resultados para o trabalhador fiel recolher — produção mais preciosa do que a prata e o ouro. A escassez que lhe é atribuída é um falso testemunho. Com o cultivo apropriado, inteligente, a terra dará seus tesouros para benefício do homem. As montanhas e os montes estão mudando; a terra está envelhecendo como uma roupa; mas a bênção de Deus, que estende uma mesa para Seu povo no deserto, nunca faltará.
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Acham-se perante nós tempos difíceis, e grande é a necessidade de famílias saírem das cidades para o campo, a fim de que a verdade seja levada pelos valados assim como pelos caminhos principais da Terra. Tudo depende de fazermos nossos planos segundo a Palavra do Senhor, executando-os com perseverante energia. Depende mais de consagrada atividade e perseverança do que de inteligência e do saber adquirido nos livros. Todos os talentos e aptidões concedidos aos instrumentos humanos, se não forem usados, de pouco valor são.
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A volta a métodos mais simples será apreciada pelas crianças e jovens. O trabalho no jardim e no campo será uma agradável variação para a fatigante rotina das lições abstratas a que nunca se deveria limitar sua mente juvenil. Para a criança nervosa, que acha as lições dos livros exaustivas e difíceis de lembrar, isso será de especial valor. Há saúde e satisfação para ela no estudo da natureza; e as impressões causadas não se lhe apagarão da memória, pois se acharão associadas a objetos que estão continuamente diante de seus olhos.
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Trabalhar na terra é uma das melhores espécies de ocupação, chamando à ação os músculos e repousando a mente. O estudo da agricultura deve ser o ABC da educação dada em nossas escolas. Esse deve ser justo o primeiro trabalho pelo qual iniciar. Nossas escolas não devem depender de produtos importados quanto a verduras, cereais e às frutas tão essenciais à saúde. Nossos jovens precisam ser instruídos acerca de derrubar árvores e de cultivar o solo, da mesma maneira que nos ramos literários. Devem ser indicados vários professores para dirigir certo número de alunos em seu trabalho, e trabalhar com eles. Assim os próprios mestres aprenderão a desempenhar suas responsabilidades levando uma parte da carga. Dessa forma, alunos aptos devem também ser preparados para desempenhar responsabilidades e colaborar com os mestres. Todos se devem aconselhar juntamente quanto aos melhores métodos de levar avante a obra.
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O tempo é agora demasiado curto para que se realize aquilo que poderia ter sido feito em gerações passadas. Mesmo nestes últimos dias, porém, podemos fazer muito para corrigir os males existentes na educação da juventude. E por que o tempo é curto, devemos manter o fervor e trabalhar com zelo para dar aos jovens uma educação coerente com sua fé. Somos reformadores. Desejamos que nossos filhos estudem com o máximo de proveito. Para isso, deve-se-lhes dar ocupação que exija o exercício dos músculos. Diariamente, o trabalho sistemático deve constituir parte da educação dos jovens mesmo neste período tardio. Muito se pode ganhar agora com esse procedimento. Ao seguirem tal plano, os estudantes ganharão elasticidade de espírito e vigor de pensamento, e num dado período podem realizar mais trabalho mental do que o conseguiriam só pelo estudo. E assim poderão deixar a escola com o físico incontaminado e com força e coragem para perseverar em qualquer cargo em que a providência de Deus os coloque.
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O exercício que ensina a mão a ser útil e prepara o cérebro do jovem para fazer sua parte nos encargos da vida dá força física e desenvolve todas as faculdades. Todos devem encontrar alguma coisa para fazer que lhes seja benéfica a si mesmo e útil aos outros. Deus indicou o trabalho como uma bênção, e unicamente o diligente obreiro encontra a verdadeira satisfação e alegria da vida.
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O cérebro e os músculos devem ser proporcionalmente exercitados, se se quer manter a saúde e o vigor. A juventude pode, então, pôr no estudo da Palavra de Deus saudável percepção e nervos bem equilibrados. Terão pensamentos sadios, e poderão reter as coisas preciosas tiradas da Palavra. Estarão em condições de assimilar as verdades e, em resultado, terão energia mental para compreender o que é a verdade. Depois, de acordo com a necessidade, poderão dar a quem lhes pedir, a razão da esperança que neles há, com mansidão e respeito.
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1959
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Testemunhos para a Igreja 6
[{"para_id":"1959.2","title":"Breve hist\u00f3rico do volume seis","mp3":"\/mp3\/1959\/0003_por_m_breve_historico_do_volume_seis_1959_44.mp3#duration=940&size=9454424"},{"para_id":"1959.76","title":"Cap\u00edtulo 1 \u2014 O prop\u00f3sito de Deus na igreja","mp3":"\/mp3\/1959\/0005_por_m_capitulo_1_o_proposito_de_deus_na_igreja_1959_76.mp3#duration=583&size=5887577"},{"para_id":"1959.99","title":"Cap\u00edtulo 2 \u2014 A obra para o tempo atual","mp3":"\/mp3\/1959\/0006_por_m_capitulo_2_a_obra_para_o_tempo_atual_1959_99.mp3#duration=1143&size=11482376"},{"para_id":"1959.141","title":"Cap\u00edtulo 3 \u2014 Expans\u00e3o do trabalho nos campos estrangeiros","mp3":"\/mp3\/1959\/0007_por_m_capitulo_3_expansao_do_trabalho_nos_campos_estrangeiros_1959_141.mp3#duration=1032&size=10369505"},{"para_id":"1959.181","title":"Cap\u00edtulo 4 \u2014 A reuni\u00e3o 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