Testemunhos para a Igreja 6

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Sociabilidade e cortesia cristãs

A sociabilidade cristã é na verdade bem pouco cultivada pelo povo de Deus. Essa parte da educação não deve ser negligenciada ou perdida de vista em nossas escolas. T6 172.1

Aos alunos deve ser ensinado que eles não são átomos independentes, mas que cada um é um fio que se deve unir a outros fios na composição de um tecido. Em nenhum lugar pode essa instrução ser ministrada com mais eficácia, do que na escola doméstica. Aí se acham os alunos diariamente circundados de oportunidades que, se forem aproveitadas, ajudarão grandemente no desenvolvimento dos traços de caráter a formarem. Está no poder deles próprios aproveitarem de tal maneira seu tempo e oportunidades que formem um caráter que os torne úteis e felizes. Os que se excluem, que são avessos a se desdobrarem para beneficiar os outros mediante amigável convívio, perdem muitas bênçãos; pois mediante o contato mútuo o caráter é polido e refinado; por meio do intercâmbio social formam-se relações e amizades que dão em resultado certa unidade de coração e uma atmosfera de amor que agradam ao Céu. T6 172.2

Especialmente, os que provaram o amor de Cristo devem desenvolver aptidões sociais, pois dessa maneira podem ganhar almas para o Salvador. Cristo não deve ficar oculto no coração deles, encerrado como cobiçado tesouro, sagrado e aprazível, a ser desfrutado apenas por eles próprios; tampouco deve o amor de Cristo ser manifestado unicamente para com aqueles que lhes alimentam a fantasia. Cumpre ensinar os estudantes a cultivar o traço cristão de um bondoso interesse, uma disposição sociável para com aqueles que se encontram em mais necessidade, embora não sejam os companheiros de sua preferência. Em todo tempo e lugar, Jesus manifestava amorável interesse pela humanidade, irradiando em torno de Si a luz da piedade. Os alunos devem ser ensinados a seguirem os passos de Jesus. A mostrarem interesse cristão, simpatia e amor por seus jovens companheiros, e tentar atraí-los para Jesus; qual fonte de água que salta para a vida eterna, deve Cristo estar no coração deles, refrigerando a todos com quem entrarem em contato. T6 172.3

Esse pronto e amorável ministério pelos outros em tempos de necessidade é considerado precioso aos olhos de Deus. Assim, mesmo enquanto freqüentam a escola, podem os alunos, uma vez que sejam fiéis a sua profissão de fé, ser missionários vivos de Deus. Tudo isso requer tempo; mas o tempo assim empregado é empregado proveitoso, pois dessa forma está o aluno aprendendo a maneira de apresentar o cristianismo ao mundo. T6 173.1

Cristo não Se recusava a associar-Se aos outros em amistoso intercâmbio. Quando convidado a uma festa por um fariseu ou publicano, aceitava o convite. Nessas ocasiões, toda palavra por Ele emitida era um cheiro de vida para vida a Seus ouvintes; pois tornava a hora do jantar ocasião de comunicar muitas lições preciosas adequadas à necessidade deles. Assim ensinava Cristo a Seus discípulos a maneira de se conduzirem quando em companhia dos não religiosos, e também como se comportar diante dos religiosos. Pelo próprio exemplo ensinava-lhes que, ao assistirem a qualquer reunião pública, sua conversação não precisava ser do tipo daquela a que geralmente se entregavam as pessoas em tais ocasiões. T6 173.2

Quando os alunos se sentam à mesa, uma vez que Cristo lhes habite na mente, do tesouro do coração brotarão palavras puras e de molde a elevar; caso Ele aí não Se encontre, acharão prazer na frivolidade, em gracejos e chocarrices, o que constitui entrave ao desenvolvimento espiritual e será causa de desgosto aos anjos de Deus. A língua é um membro indomável, mas assim não deve ser. Precisa converter-se; pois o talento da linguagem é um talento muito precioso. Cristo sempre está pronto a doar Suas riquezas, e devemos juntar as jóias que dEle provêm a fim de que, ao falarmos, essas jóias possam cair de nossos lábios. T6 173.3

O temperamento, as peculiaridades individuais, os hábitos que fundamentam o caráter — tudo quanto é praticado no lar, se revelará em todos os intercâmbios da vida. As inclinações seguidas serão manifestas através de pensamentos, palavras e ações da mesma natureza. Se todos os alunos que compõem a família escolar fizessem um esforço para refrear toda palavra descortês ou desagradável, falando a todos de maneira respeitosa; se conservassem na mente que estão se preparando para se tornar membros da família celestial; se sua influência fosse como que guardada por fiéis sentinelas, para que não se exercesse no sentido de afastar de Cristo; se se esforçassem para que todo ato de sua vida manifestasse os louvores dAquele que os chamou das trevas para Sua maravilhosa luz, que influência reformadora sairia de cada internato! T6 174.1