Capítulo 1 — O propósito de Deus na igreja
É o propósito de Deus tornar evidentes, por meio de Seu povo, os princípios de Seu reino. Mas para que possa revelar esses princípios em sua vida e caráter, o Senhor deseja separá-lo dos costumes, hábitos e práticas do mundo. Procura aproximá-lo de Si para que lhe possa dar a conhecer Sua vontade.
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Esse foi Seu propósito na libertação de Israel do Egito. Na sarça ardente, Moisés recebeu de Deus a mensagem destinada a Faraó: “Deixa ir o Meu povo, para que Me sirva.” Êxodo 7:16. Com mão forte e braço estendido, Deus tirou o povo hebreu da terra do cativeiro. Foi maravilhosa a libertação que operou em seu favor, punindo com uma destruição completa os inimigos que recusaram atender à Sua Palavra.
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Deus queria separar Seu povo do mundo e prepará-lo para receber Sua Palavra. Do Egito conduziu-o ao monte Sinai, onde lhe revelou Sua glória. Ali nada havia que pudesse desviar seu espírito de Deus; e enquanto o povo levantava os olhos para os elevados cimos que se erguiam para o Céu, podia compreender a sua nulidade em face do grande Criador. Ao lado desses rochedos, que nada podia mover exceto a vontade divina, o Senhor Se comunicou com o homem. E para que Sua Palavra lhes ficasse clara e distintamente gravada no espírito, proclamou Sua lei, que tinha dado no Éden e era o transcrito de Seu caráter, em meio a trovões e relâmpagos, com tremenda majestade. Essas palavras foram escritas sobre tábuas de pedra pelo dedo de Deus. Desse modo a vontade divina foi revelada a um povo que fora chamado a dar a conhecer a todas as nações, tribos e línguas, os princípios de Seu governo no Céu e na Terra.
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Para o mesmo fim, Deus chamou Seu povo na atualidade. Revelou-lhe a Sua vontade e dele requer obediência. Nos últimos dias da história deste mundo, a voz que falou do Sinai volta a dizer aos homens: “Não terás outros deuses diante de Mim.” Êxodo 20:3. Contra a vontade de Deus os homens opuseram a própria vontade, mas não podem fazer silenciar esse preceito. A inteligência humana pode não compreender cabalmente as obrigações que tem para com o Poder mais elevado, mas não poderá delas fugir. Embora os homens acumulem teorias e especulações, tentando opor a ciência à revelação e anular assim a Lei de Deus, o Espírito divino, com insistência sempre crescente, reiterará o preceito que diz: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás.” Mateus 4:10.
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De que modo trata o mundo a Lei de Deus? — Por toda parte nota-se forte oposição aos divinos preceitos. No desejo de fugir à obrigação de levar a cruz imposta pela obediência, até igrejas se unem com os apóstatas, declarando que a lei divina foi mudada ou abolida. Os homens, em sua cegueira espiritual, se gloriam de grandes progressos e conhecimentos; mas os vigias celestiais vêem a Terra cheia de corrupção e violência. Por causa do pecado, a atmosfera do mundo se tornou como o ambiente de um foco de pestilências.
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Uma grande obra a fazer é apresentar aos homens as verdades salvadoras do evangelho. Esse é o meio estabelecido por Deus para represar a onda da corrupção moral. É esse o meio de restaurar no homem a imagem divina. É esse o Seu remédio contra a dissolução universal. É o poder que conduz os homens para a unidade. Apresentar essas verdades é a obra da mensagem do terceiro anjo. O Senhor determinou que a proclamação dessa mensagem fosse a maior e mais importante obra no mundo para o tempo atual.
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Satanás está constantemente instigando os homens a aceitarem seus princípios. Dessa forma procura contrariar a obra de Deus. Constantemente representa o escolhido povo de Deus como iludido. É o acusador dos irmãos e se prevalece desse meio contra os que procedem com justiça. O Senhor deseja refutar as argüições de Satanás patenteando o resultado da obediência aos princípios justos.
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Toda a luz do passado, toda a luz do presente e que alumia até o futuro, conforme revelada na Palavra de Deus, é para todo o que a aceita. A glória dessa luz, que é a própria glória do caráter de Cristo, deve manifestar-se no cristão, individualmente, na família, na igreja, no ministério da Palavra e em cada instituição criada pelo povo de Deus. Todas essas coisas devem ser, no plano divino, figuras do que pode ser realizado em favor do mundo. Devem constituir símbolos do poder salvador das verdades do evangelho. São instrumentos no cumprimento do grande propósito divino em relação à humanidade.
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O povo de Deus deve servir de conduto para a transmissão da mais elevada influência que opera no Universo. Na visão de Zacarias, as duas oliveiras que estão diante de Deus são representadas transmitindo o azeite puríssimo, através de tubos de ouro, ao vaso de azeite do santuário. Dele são providas as lâmpadas do santuário, para que possam conservar-se acesas e brilhando. Assim também dos seres ungidos, que estão na presença de Deus, a plenitude de divina luz, amor e poder se comunica ao Seu povo para que possa ser portador de luz, alegria e refrigério a outras pessoas. Devem servir de condutos pelos quais Deus possa derramar sobre o mundo fluxos de Seu infinito amor.
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O propósito que Deus quer realizar por meio de Seu povo hoje é o mesmo que desejou realizar por meio de Israel quando o tirou do Egito. Pela contemplação da bondade, misericórdia, justiça e amor de Deus, manifestados na igreja, deve o mundo ter uma idéia de Seu caráter. E se a lei divina for desse modo exemplificada na conduta dos que a professam, o próprio mundo reconhecerá a superioridade dos que amam, temem e servem a Deus sobre o restante da humanidade. Os olhos do Senhor fixam-se em cada um dos membros de Seu povo; Ele tem um plano para cada um. É Seu propósito que os que cumprem Seus santos preceitos, sejam um povo distinto. Ao povo de Deus aplica-se ainda hoje, como ao antigo Israel, as palavras escritas por Moisés sob inspiração divina: “Povo santo és ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, para que Lhe fosses o Seu povo próprio, de todos os povos que sobre a Terra há.” Deuteronômio 7:6. “Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor meu Deus, para que assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo só é gente sábia e entendida. Porque, que gente há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que O chamamos? E que gente há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje dou perante vós?” Deuteronômio 4:5-8.
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Mesmo essas palavras não exprimem cabalmente a magnitude e a glória do propósito de Deus a respeito de Seu povo. Cumpre-nos tornar manifestos os princípios de Seu reino, não só em relação ao mundo, como a todo o Universo. O apóstolo Paulo, escrevendo sob inspiração divina, diz: “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor.” Efésios 3:8-11.
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Irmãos, “somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens”. 1 Coríntios 4:9. “Que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus?” 2 Pedro 3:11, 12.
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Se queremos manifestar o caráter divino sem iludir a nós mesmos, a igreja e o mundo com um cristianismo hipócrita, temos que desenvolver um relacionamento pessoal com Deus. Se mantivermos comunhão com Ele, seremos Seus ministros, ainda que não preguemos um só sermão à igreja. Seremos Seus cooperadores apresentando a perfeição de Seu caráter através de nossa humanidade.
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1959
T6
Testemunhos para a Igreja 6
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