Testemunhos para a Igreja 6

51/177

O preparo de obreiros

Um dos grandes objetivos de nossas escolas é o preparo de jovens para se empenharem no serviço de nossas instituições, bem como nos vários ramos da obra do evangelho. O povo de toda parte precisa que a Bíblia seja aberta perante ele. Chegou o tempo, o importante tempo, em que o rolo do livro está sendo desdobrado diante do mundo pelos mensageiros de Deus. A verdade contida na primeira, segunda e terceira mensagens angélicas, deve ir a toda nação, e tribo, e língua e povo; ela deve iluminar as trevas de todo continente e estender-se às ilhas do mar. Coisa alguma de invenção humana deve ter licença de retardar esta obra. Para conseguir isso, necessitam-se talentos cultivados e consagrados; necessitam-se pessoas capazes de realizar obra excelente na mansidão de Cristo, porque o próprio eu nEle se acha escondido. Pessoas pouco preparadas não podem realizar aceitavelmente a obra de revelar os tesouros ocultos para enriquecer as almas com os bens espirituais. “Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo.” “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade.” 2 Timóteo 2:7, 15. Essa recomendação a Timóteo deve constituir uma força para toda família e escola, no que respeita à educação. T6 133.2

Requer-se diligente empenho por parte de todos quantos se acham ligados a nossas instituições, não somente nossas escolas, mas também sanatórios e casas publicadoras, a fim de habilitar homens, mulheres e jovens para se tornarem colaboradores de Deus. Os alunos devem ser ensinados a trabalhar inteligentemente nos ramos de atividade cristã, a apresentar caráter cristão nobre e elevado àqueles com quem estiverem em contato. As pessoas a cujo cargo se acha o preparo dos jovens em qualquer ramo de nossa obra, devem ser possuidoras de profundo senso do valor das almas. A menos que se abeberem largamente do Espírito Santo, o mau vigia suscitará circunstâncias desagradáveis. O educador deve ser sábio para discernir que não será com aspereza que as almas serão ganhas, mas com fidelidade e bondade. Palavras e atos arbitrários suscitam as piores paixões do coração humano. Se homens e mulheres que professam ser cristãos não aprenderem a vencer o próprio temperamento mau e imaturo, como poderão esperar merecer respeito e honra? T6 134.1

Então muito cuidado deveria ser exercido na escolha de pessoas apropriadas para serem instrutoras, de modo que não somente sejam fiéis no trabalho, mas manifestem o devido temperamento! Caso não sejam dignas de confiança, é preciso dispensá-las. Deus considera toda instituição responsável por qualquer negligência no estimular a bondade e o amor. Jamais se deve esquecer que o próprio Cristo Se acha à testa de nossas instituições. T6 134.2

O que houver de melhor no talento ministerial deve ser usado no ensino de Bíblia em nossas escolas. Os que são escolhidos para essa obra, precisam ser cuidadosos estudantes da Bíblia, e possuidores de profunda experiência cristã, sendo seu salário pago através dos dízimos. É desígnio de Deus que todas as nossas instituições sejam instrumentos para preparar e desenvolver obreiros de quem Ele não Se envergonhe, obreiros que possam ser enviados para outros lugares e qualificados missionários a fim de realizar serviço para o Mestre; esse objetivo, entretanto, não tem sido conservado em vista. Estamos, de modo geral, muito atrasados nessa obra, e o Senhor requer que manifestemos um zelo infinitamente maior do que temos mostrado até aqui. Ele nos chamou do mundo, para que sejamos testemunhas de Sua verdade e, em todas as nossas fileiras, jovens de ambos os sexos devem ser preparados para funções de utilidade e influência. T6 134.3

Há urgente demanda de obreiros na linha pastoral. Necessitam-se rapazes para essa obra; Deus os chama. Sua educação é de primeira importância em nossos colégios, e em nenhum caso deve ser passada por alto ou considerada como coisa secundária. É completamente errado que os professores, por meio de sugestões quanto a outras carreiras, desanimem jovens que são aptos para uma boa obra no ministério. Os que apresentam obstáculos para dificultar rapazes de se habilitarem para esse serviço, estão contrariando os planos de Deus e terão de dar contas de sua atitude. Temos entre nós uma grande quantidade de homens capazes. Se suas aptidões fossem exercitadas, teríamos vinte pastores onde agora possuímos um. T6 135.1

Moços que têm o objetivo de entrar para o ministério não devem gastar uma porção de anos apenas em se preparar. Os professores precisam compreender a situação, e adaptar o ensino às necessidades dessa classe, dando-lhes vantagens especiais para um rápido, se bem que amplo estudo das áreas mais necessárias para sua obra. No entanto, esse plano não tem sido seguido. Bem pouca atenção se tem dispensado ao preparo de rapazes destinados ao ministério. Não temos muitos anos para trabalhar, e os professores devem ser imbuídos do Espírito de Deus e operar em harmonia com Sua vontade revelada, em vez de executar os próprios planos. Perdemos muito, cada ano, porque não damos ouvidos aos conselhos do Senhor sobre esses pontos. T6 135.2

Enfermeiras missionárias devem receber em nossas escolas lições de médicos competentes, aprendendo, como parte de seu preparo, a maneira de combater as doenças e mostrar o valor dos remédios naturais. Essa obra é grandemente necessária. Cidades e vilas se acham mergulhadas no pecado e na corrupção moral; todavia existem Lós em toda Sodoma. O veneno do pecado está em operação no âmago da sociedade, e Deus pede reformadores que fiquem em defesa da lei estabelecida por Ele para reger o organismo físico. Ao mesmo tempo, eles devem manter elevada norma no preparo da mente e na cultura do coração a fim de que o Grande Médico possa cooperar com a mão ajudadora do homem para realizar uma obra de misericórdia e necessidade no alívio aos sofredores. T6 136.1

Também é desígnio do Senhor que nossas escolas ministrem aos jovens um preparo que os habilite a ensinar em qualquer departamento da Escola Sabatina, ou a se desempenharem de responsabilidades em qualquer de suas atividades. Veríamos uma situação bem diferente se uma quantidade de jovens consagrados se dedicasse ao trabalho da Escola Sabatina, esforçando-se por se habilitarem e depois instruírem outros quanto aos melhores métodos a serem empregados no levar almas a Cristo. Eis um ramo de trabalho que produz resultados. T6 136.2