Testemunhos para a Igreja 6
Capítulo 15 — Enfrentando oposição
Nossos pastores e professores têm de representar o amor de Deus para com o mundo caído. Que a palavra da verdade seja proferida com o coração abrandado pela ternura. Os que se acham em erro sejam tratados com a benignidade de Cristo. Se aqueles por quem estão trabalhando não aceitam imediatamente a verdade, não devem ser censurados, nem criticados nem condenados. Lembrem-se de representar, em todo o tempo, a Cristo em Sua mansidão, benignidade e amor. T6 120.1
Devemos esperar incredulidade e oposição. A verdade sempre teve de enfrentar esses elementos. Mas, embora tendo de fazer face à mais intensa oposição, não se deve acusar os adversários. Eles podem pensar, como fez Paulo, que estão prestando um serviço a Deus; e com tais pessoas devemos manifestar paciência, mansidão e longanimidade. T6 120.2
Não vamos ficar magoados porque temos duras provas a sofrer, sérias lutas a suportar na apresentação de uma verdade impopular. Pensemos em Jesus e no que Ele sofreu por nós, e calemo-nos. Mesmo quando maltratados e falsamente acusados, não nos queixemos; não falemos palavras de murmuração; não demos lugar em nosso espírito a pensamentos de censura ou descontentamento. Prossigamos em linha reta, “tendo o vosso viver honesto entre os gentios, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem”. 1 Pedro 2:12. T6 120.3
“E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis, não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bênção. Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano; aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males. E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem? Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo.” 1 Pedro 3:8-16. T6 120.4
Devemos nos conduzir com mansidão para com os que se acham em erro; pois nós mesmos estávamos, até pouco tempo, cegos em nossos pecados! Não deveríamos, em face da paciência de Cristo para conosco, ser brandos e pacientes para com os outros? Deus nos tem dado muitas advertências para manifestarmos grande bondade para com os que se nos opõem; tenhamos cuidado para não influenciarmos uma alma na direção errada. T6 121.1
Nossa vida tem de estar escondida com Cristo em Deus. Precisamos conhecer a Cristo individualmente. Só então poderemos representá-Lo devidamente perante o mundo. Que seja esta a nossa constante prece: “Senhor, ensina-me a agir sempre como Jesus agiria em meu lugar.” Onde quer que estejamos, devemos fazer brilhar a nossa luz para a glória de Deus em boas obras. Esse é o grande, importante interesse de nossa vida. T6 121.2
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O Senhor deseja que Seu povo siga outros métodos que não os que levam a condenar o erro, mesmo que a condenação seja justa. Ele quer que façamos alguma coisa melhor do que atirar contra nossos adversários acusações que só servem para mais os afastar da verdade. A obra que Cristo veio fazer em nosso mundo, não foi erguer barreiras, nem lançar constantemente no rosto do povo o fato de que se achavam em erro. T6 121.3
Aquele que espera esclarecer um povo iludido, deve-se aproximar dele, e por ele trabalhar com amor. Essa pessoa deve tornar-se um centro de santa influência. T6 122.1
Na defesa da verdade, devem-se tratar os mais cruéis adversários com respeito e deferência. Alguns não hão de corresponder aos nossos esforços, mas menosprezarão o convite do evangelho. Outros, mesmo os que supomos haverem passado dos limites da misericórdia de Deus, serão ganhos para Cristo. A última obra no conflito talvez seja a iluminação dos que não rejeitaram a luz e a evidência, mas que se têm encontrado em densas trevas, e, em ignorância, têm trabalhado contra a verdade. Portanto, tratemos a todo homem como sendo sincero. Não pronunciemos uma palavra, nem pratiquemos uma ação que venha a confirmar alguém na incredulidade. T6 122.2
Se alguém procurar arrastar os obreiros para discussões ou debates sobre política ou outras questões, não demos atenção, seja à persuasão, seja ao desafio. Levemos avante a obra de Deus com firmeza e vigor, mas, na mansidão de Cristo, e tão discretamente quanto possível. Nenhuma ostentação humana se faça ouvir. Não se faça notar nenhum indício de presunção. Seja manifesto que Deus nos chamou para lidar com sagradas verdades; preguemos a palavra, sejamos diligentes, sinceros, fervorosos. T6 122.3
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A influência de nosso ensino seria dez vezes maior, se tivéssemos cuidado com as nossas palavras. As palavras que devem ser um cheiro de vida para vida, podem, em virtude do espírito que as acompanha, tornar-se um cheiro de morte para morte. E, lembremo-nos de que, se por nosso espírito ou palavras, fecharmos a porta a uma alma que seja, essa alma nos há de enfrentar no juízo. T6 122.4
Quando nos referimos aos Testemunhos, não julguemos ser nosso dever fazê-lo de maneira autoritária. Ao lê-los, não devemos introduzir ali expressões nossas; pois isso tornaria impossível aos ouvintes distinguir entre a palavra do Senhor a eles dirigida, e as nossas palavras. Tenhamos cautela para não tornar ofensiva a palavra do Senhor. T6 122.5
Almejamos ver reformas; e porque não vemos aquilo que desejamos, permitimos muitas vezes que um mau espírito acrescente gotas de fel em nosso cálice, e assim outros sejam amargurados. Em razão de nossas palavras inadequadas, seu espírito se irrita, e são levados à rebelião. T6 123.1
Todo sermão que pregamos, todo artigo que escrevemos, pode ser inteiramente verdadeiro; mas se contiver uma gota de fel será veneno para o ouvinte ou o leitor. Por causa dessa gota de veneno, alguém irá rejeitar todas as nossas boas e aceitáveis palavras. Outro pode acolher o veneno; pois gosta de palavras duras. Seguramente vai seguir o nosso exemplo e falar da mesma maneira. E assim o mal é multiplicado. T6 123.2
Aqueles que apresentam os eternos princípios da verdade necessitam do santo óleo que escorre dos ramos das duas oliveiras para o coração. Esse óleo exalará em palavras que transformarão, sem exasperar. A verdade deve ser dita com amor. Então, o Senhor Jesus, por Seu Espírito, proporcionará a força e o poder. Essa é a Sua obra. T6 123.3
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Coloque-se na divina corrente, onde você irá receber inspiração celestial, o que é um privilégio. Aponte então Jesus, a fonte de toda força espiritual, ao cansado, ao sobrecarregado, ao de coração partido, à alma perplexa. Seja um fiel obreiro para exaltar os louvores dAquele que o chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Conte, usando a pena e a voz, que Jesus vive para interceder por todos nós. T6 123.4