Testemunhos para a Igreja 6

128/177

Reuniões de Sábado

Cristo disse: “Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles.” Mateus 18:20. Sempre que houver dois ou três crentes na mesma localidade, deverão eles reunir-se no sábado para reclamar as promessas do Senhor. T6 360.2

O pequeno grupo reunido para adorar a Deus no Seu santo dia tem direito a reclamar as bênçãos de Jeová e pode estar certo de que o Senhor Jesus será honroso visitante em suas reuniões. Todo verdadeiro adorador de Deus, que santifica o sábado do Senhor, deverá reclamar para si a promessa: “Para que saibais que Eu sou o Senhor, que vos santifica.” Êxodo 31:13. T6 360.3

A pregação nas reuniões de sábado em geral deve ser breve, dando-se oportunidade aos que amam a Deus para exprimir sua gratidão e adoração. T6 361.1

Se a igreja estiver sem pastor, alguém deve ser designado para dirigir a reunião. Mas não é necessário que essa pessoa faça longo sermão e tome a maior parte do tempo destinado ao culto. Um resumido estudo bíblico, que seja interessante, será às vezes de maior proveito do que um sermão. O estudo bíblico poderá ser rematado com uma reunião de orações ou testemunhos. T6 361.2

Os que ocupam cargos de liderança na igreja não devem esgotar durante a semana a força física e mental, de modo que não possam levar para a igreja, no sábado, a influência vivificante do evangelho de Cristo. Limitemos o trabalho físico de cada dia, mas não defraudemos a Deus, rendendo-Lhe, no sábado, um culto que Ele não pode aceitar. Não devemos ser como homens destituídos de vida espiritual. Os crentes necessitam do nosso auxílio no sábado. Entreguemos a eles o alimento da Palavra de Deus. Ofereçamos a Deus, nesse dia, nossas melhores dádivas. Ofertemos-Lhe, no Seu santo dia, nossa vida preciosa em serviço consagrado. T6 361.3

Ninguém vá à igreja para dormir. Não é correto dormir na casa de Deus. Não é nosso costume entregar-nos ao sono quando empenhados em algum serviço profissional, porque geralmente estamos nele interessados. Seria lícito, pois, colocar o culto que tem a ver com os nossos interesses eternos em nível inferior aos negócios seculares? T6 361.4

Quando assim procedemos, privamo-nos da bênção que o Senhor nos destina. O sábado não deve ser passado em ociosidade, mas tanto em casa como na igreja cumpre-nos manifestar espírito de adoração. Aquele que nos deu seis dias para nossas ocupações materiais abençoou e santificou o sétimo dia e o separou para Si. Nesse dia, Deus Se propõe abençoar de maneira especial todos os que se consagram a Seu serviço. T6 361.5

Todo o Céu celebra o sábado, mas não de maneira ociosa e negligente. Nesse dia todas as energias da alma devem estar despertas, pois vamos nos encontrar com Deus e com Cristo, nosso Salvador. Podemos contemplá-Lo pela fé. Ele está desejoso de refrigerar e abençoar cada pessoa. T6 362.1

Cada qual deve sentir que tem uma parte a desempenhar, a fim de tornar as reuniões de sábado interessantes. Não devemos nos reunir simplesmente para preencher uma formalidade, e sim para trocar idéias, relatar nossa experiência diária, oferecer ações de graça e exprimir nosso sincero desejo de ser iluminados para conhecer a Deus e a Jesus Cristo, a quem Ele enviou. O encontro coletivo com Cristo fortalece a alma para os embates e provações da vida. Nem é possível imaginar ser cristão e viver concentrado em si mesmo. Todos representamos uma parte do grande conjunto que é a humanidade, e a experiência de cada um será até certo ponto determinada pela de seus companheiros. T6 362.2

Não conseguimos a centésima parte das bênçãos que devemos obter em nossas reuniões de culto a Deus. Nossas faculdades perceptivas precisam ser aguçadas. A comunhão mútua deve encher-nos de alegria. Com a esperança que temos, por que nosso coração não há de entusiasmar-se com o amor de Deus? T6 362.3

A cada reunião religiosa devemos levar a viva consciência espiritual de que Deus e os anjos ali estão presentes, a fim de cooperar com todos os verdadeiros crentes. Ao transpor as portas da casa de Deus, peçamos ao Senhor que tire do nosso coração tudo que é mau. Vamos introduzir em Sua casa somente o que Ele possa abençoar. Ajoelhemo-nos diante de Deus, em Seu templo, e consagremos-Lhe o que Lhe pertence e que Ele adquiriu com o sangue de Cristo. Oremos a favor da pessoa que dirigirá a reunião. Oremos para que grande bênção advenha à congregação, por meio daquele que deve ministrar a palavra da vida. Esforcemo-nos fervorosamente para alcançar uma bênção particular. T6 362.4

Deus abençoará todos quantos dessa maneira se prepararem para o Seu culto, e eles compreenderão o que significa ter o penhor do Espírito, porque pela fé aceitaram a Cristo. T6 363.1

A casa de culto poderá ser muito humilde, mas não será por isso menos reconhecida por Deus. Para os que O adoram em espírito, em verdade e na beleza da santidade, será como a porta do Céu. O número de crentes talvez seja relativamente pequeno, mas será muito precioso aos olhos de Deus. Com o cinzel da verdade, foram cortados da pedreira do mundo, e levados para a oficina de Deus, para aí serem burilados e polidos. Mas embora em estado tosco, Ele os considera preciosos. O machado, o martelo e o cinzel da provação são manejados por um Ser perito. E são usados, não para destruir, mas para conseguir a perfeição de cada um. Como pedras preciosas, polidas a fim de servirem num palácio, Deus pretende colocar-nos em Seu templo celestial. T6 363.2

As determinações e concessões de Deus em nosso favor são ilimitadas. O trono da graça exerce os maiores atrativos, pois está ocupado por Aquele que consente em ser por nós chamado Pai. Mas Deus não considerou completo o princípio da salvação, enquanto era representado somente pelo Seu amor. Por isso determinou colocar junto ao Seu altar um Mediador que personificasse nossa natureza. Como nosso Intercessor, Seu ministério consiste em apresentar-nos perante Deus como filhos e filhas. Cristo intercede em favor dos que O recebem e, por virtude de Seus próprios méritos, lhes concede constituírem-se membros da família real, filhos do Rei celestial. E o Pai demonstra para com Cristo, que pagou com sangue o preço de nossa libertação, o Seu infinito amor, aceitando como Seus os amigos dEle. Está satisfeito com a expiação que Cristo efetuou, e é glorificado na vida, morte e mediação de Seu Filho. T6 363.3

Achegando-se ao trono da graça, o filho de Deus se constitui cliente do grande Advogado. À primeira manifestação de arrependimento e desejo de perdão, Cristo defende a causa desse filho como se fosse Sua, intercedendo perante o Pai como se o fizesse por Si próprio. T6 364.1

Enquanto Cristo intercede por nós, o Pai nos oferece os tesouros de Sua graça para que os possuamos, regozijando-nos neles e repartindo-os com outros. “Naquele dia pedireis em Meu nome”, disse Jesus, “e não vos digo que Eu rogarei por vós ao Pai; pois o mesmo Pai vos ama; visto como vós Me amastes.” Devemos pedir em nome de Cristo. Isso tornará eficaz nossa oração, e o Pai nos distribuirá as riquezas da Sua misericórdia; por isso “pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra”. João 16:26, 27, 24. T6 364.2

Deus quer que Seus obedientes filhos reclamem Suas bênçãos e cheguem à Sua presença com louvor e ação de graças. Deus é a fonte de vida e poder. Para os que guardam Seus mandamentos, pode transformar o deserto em campos férteis, porque isso contribui para a glória de Seu nome. Tanto fez a favor de Seu povo escolhido, que cada coração deve encher-se de gratidão; e Sua alma Se entristece quando Lhe oferecemos um louvor mesquinho. Deseja ver da parte de Seu povo uma manifestação mais forte de que reconhece que tem motivos para se alegrar. T6 364.3

O procedimento de Deus com Seu povo deve ser lembrado freqüentemente. Como são freqüentes as provas de Sua providência em relação ao Israel antigo! Para que este não esquecesse a história do passado, Deus ordenou a Moisés que pusesse esses acontecimentos num hino, para que os pais pudessem ensiná-lo aos filhos. Deveriam reunir memórias e conservá-las bem vívidas, para que, quando os filhos perguntassem a respeito, toda a história lhes fosse repetida. Desse modo, o procedimento providencial de Deus para com Seu povo, Sua bondade, misericórdia e cuidado, deveriam ser conservados na lembrança. Somos exortados a lembrar-nos “dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições”. Hebreus 10:32. Como um Deus que opera milagres, o Senhor atua em favor de Seu povo nesta geração. A história passada desta causa deve ser repetida muitas vezes ao povo, tanto aos velhos como aos moços. Necessitamos rememorar freqüentemente a bondade do Senhor e louvá-Lo pelas Suas maravilhas. T6 364.4

Embora sejamos exortados a não deixar as nossas reuniões, elas não se destinam somente ao nosso próprio refrigério. Devemos ser mais fervorosos em comunicar a outros as bênçãos que recebemos. É nosso dever zelar pela glória de Deus, evitando dar qualquer mau testemunho, quer pela expressão triste de nosso rosto quer por palavras de desconsideração, como se os reclamos divinos constituíssem restrição à nossa liberdade. Mesmo em meio a aflições, desapontamentos e pecados deste mundo, o Senhor quer que estejamos jubilosos e fortes no Seu poder. Toda a nossa individualidade é chamada a dar bom testemunho a respeito de tudo. Pela fisionomia, temperamento, palavras e caráter, devemos testificar que é bom servir a Deus. Desse modo proclamaremos que “a lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma”. Salmos 19:7. T6 365.1

O lado brilhante e deleitável de nossa religião terá sua justa expressão da parte de todos os que diariamente se consagrarem a Deus. Não devemos desonrá-Lo com a narração queixosa de provações que nos foram penosas. As provações que forem encaradas como instrumentos educativos nos darão alegria. A vida religiosa eleva e enobrece, espalhando ao redor o suave perfume das boas palavras e atos. O inimigo alegra-se ao ver pessoas opressas, abatidas, queixosas e tristes. Seu desejo é ver que essas impressões se produzam como que resultantes de nossa fé. Não é a vontade de Deus, porém, que nosso espírito assuma essa atitude. Ele quer que cada alma triunfe pelo poder mantenedor do Redentor. Diz o salmista: “Dai ao Senhor, ó filhos dos poderosos, dai ao Senhor glória e força. Dai ao Senhor a glória devida ao Seu nome, adorai o Senhor na beleza da Sua santidade.” Salmos 29:1, 2. “Exaltar-Te-ei, ó Senhor, porque Tu me exaltaste; e não fizeste com que meus inimigos se alegrassem sobre mim. Senhor, meu Deus, clamei a Ti, e Tu me saraste. ... Cantai ao Senhor, vós que sois Seus santos, e celebrai a memória da Sua santidade.” Salmos 30:1-4. T6 365.2

A igreja de Deus na Terra é uma com a igreja de Deus no Céu. Os crentes na Terra e os seres celestiais que não pecaram constituem uma só igreja. Cada ser celestial toma interesse nos santos que na Terra se reúnem para adorar a Deus. Os testemunhos dos crentes são ouvidos por eles na corte celestial. O louvor e ações de graças dos adoradores na Terra, repetidos em seus cânticos divinos, repercutem no Céu seu louvor e alegria porque Cristo não morreu em vão pelos caídos filhos de Adão. E, enquanto os anjos participam diretamente do manancial divino, os santos da Terra abeberam-se das correntes de águas puras que fluem do trono, das correntes de águas que alegram a cidade de Deus. Oxalá todos pudessem compreender quão perto estão a Terra e o Céu! Sem que os filhos de Deus na Terra o percebam, anjos de luz se constituem os seus companheiros. Uma testemunha silenciosa atenta para cada pessoa, procurando atraí-La para Cristo. E a menos que o homem, para sua ruína eterna, resista ao Espírito Santo, enquanto houver esperança, será guardado por seres celestiais. Devemos lembrar sempre que, em cada assembléia de crentes na Terra, anjos de Deus estão escutando os testemunhos, hinos e orações. Devemos lembrar que nossos louvores são completados pelos coros de anjos celestiais. T6 366.1

Portanto, ao reunir-nos sábado após sábado, cantemos louvores Àquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. Ao que nos amou e em Seu precioso sangue nos lavou dos pecados, dediquemos a adoração de nossa alma. Seja o amor de Cristo a preocupação dos que pregam a Palavra! Seja ela expressa em linguagem simples em cada hino de louvor! Sejam nossas orações ditadas pelo Espírito de Deus! Ao ser pregada a palavra da vida, testemunhemos de coração que a aceitamos como uma mensagem vinda de Deus. Isso pode parecer antiquado; mas será uma oferta de ação de graças pelo pão da vida proporcionado à alma faminta. Essa resposta à inspiração do Espírito Santo será uma força para a sua própria alma e incentivo a outros. Será de algum modo a evidência de que existem na casa de Deus pedras vivas que emitem luz. T6 367.1

Passando em revista, não os capítulos escuros de nossa existência mas as provas da grande misericórdia e amor indizível de Deus, encontraremos mais motivos para expandir-nos em louvores do que em queixas. Falaremos sobre a terna fidelidade de Deus como o Pastor legítimo, benigno e compassivo de Seu rebanho, acerca do qual Ele mesmo disse que ninguém poderia arrebatar de Suas mãos. Nossa linguagem não se manifestará, então, em murmurações egoístas e descontentamentos, mas em expressões de louvor que brotarão dos lábios dos verdadeiros crentes em Deus como correntes de águas cristalinas. “A bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.” Salmos 23:6. “Guiar-me-ás com o Teu conselho, e depois me receberás em glória. A quem tenho eu no Céu senão a Ti? e na Terra não há quem eu deseje além de Ti.” Salmos 73:24, 25. T6 367.2

Por que não fazer ressoar nossa voz em cânticos espirituais enquanto prosseguimos em nossa peregrinação? Por que não voltarmos à simplicidade de fé e vida? O motivo de não nos alegrarmos mais está em que deixamos o primeiro amor. Sejamos, pois, zelosos e arrependamo-nos para que não venha a ser tirado do seu lugar o nosso castiçal. T6 368.1

O templo de Deus no Céu está aberto. Seus umbrais estão inundados da glória que se derrama sobre toda a igreja que ama a Deus e guarda Seus mandamentos. Devemos estudar, meditar e orar. Então nossos olhos alcançarão o interior do templo celestial e compreenderemos os motivos dos cânticos de louvor do coro divino que cerca o trono de Deus. Quando Sião se levantar e brilhar, essa luz será deslumbrante em alto grau, e preciosos cânticos de louvor e ação de graças serão ouvidos nas assembléias dos santos. As murmurações e queixas, a propósito de mesquinharias, cessarão. Quando aplicarmos o precioso colírio a nós oferecido, divisaremos a glória do além. A fé romperá através das sombras de Satanás, e contemplaremos nosso Advogado, oferecendo o incenso de Seus próprios méritos em nosso auxílio. Quando virmos as coisas como são, como o Senhor deseja que as vejamos, seremos cheios do conhecimento da imensidão e sublimidade do amor divino. T6 368.2

Deus ensina que devemos congregar-nos em Sua casa, a fim de cultivar as qualidades do amor perfeito. Com isso, os habitantes da Terra serão habilitados para as moradas celestiais que Cristo foi preparar para os que O amam. Lá no santuário de Deus, reunir-se-ão, então, sábado após sábado e mês a mês para participarem dos mais sublimes cânticos de louvor e ação de graças, entoados em honra dAquele que está assentado no trono e ao Cordeiro, eternamente. T6 368.3