Capítulo 40 — O colportor como obreiro evangélico
O colportor inteligente, temente a Deus e amante da verdade, deve ser respeitado porque ocupa uma posição igual à do pastor. Muitos de nossos jovens pastores e dos que estão se preparando para o ministério fariam, se verdadeiramente convertidos, muito bem trabalhando no campo da colportagem. Aproximando-se do povo e apresentando-lhes nossas publicações, ganhariam uma experiência que não podem obter simplesmente pregando. Ao irem de casa em casa, poderiam conversar com as pessoas, levando-lhes a fragrância da vida de Cristo. Em assim se esforçando para abençoar outros, trariam bênçãos a si mesmos; obteriam uma experiência na fé; seu conhecimento das Escrituras aumentaria grandemente; e estariam constantemente aprendendo como levar pessoas a Cristo.
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Todos os nossos pastores devem sentir-se na liberdade de levar livros consigo para dispor deles em qualquer lugar. Aonde quer que o pastor vá, pode deixar um livro com a família em cuja casa se hospeda, seja vendendo-o ou dando-o. Esse trabalho já foi feito nos primeiros tempos da história da mensagem. Os pastores colportavam, usando os lucros obtidos pela venda dos livros para ajudar o avanço da obra em lugares necessitados. Eles podiam falar inteligentemente a respeito desse método de trabalho; porque tiveram experiência nesse ramo.
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Ninguém pense que a colportagem, como um meio de levar a verdade ao povo, rebaixa um pastor. Fazendo essa obra, está ele trabalhando como o apóstolo Paulo, que disse: “Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse tempo me portei no meio de vós, servindo ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações, que pelas ciladas dos judeus me sobrevieram; como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.” Atos dos Apóstolos 20:18-21. O eloquente Paulo, a quem Deus Se manifestou de maneira maravilhosa, ia de casa em casa com toda a humildade de espírito, e com muitas lágrimas e tentações.
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Todos os que desejem uma oportunidade para o verdadeiro ministério, e que se dêem sem reservas a Deus, encontrarão na colportagem ocasiões de falar sobre muitas coisas pertencentes à futura vida imortal. A experiência assim adquirida será de grandíssimo valor para os que estão se preparando para o ministério. É a assistência do Espírito Santo de Deus que prepara os obreiros, homens e mulheres, para se tornarem pastores do Seu rebanho. Ao acariciarem o pensamento de que Cristo é seu Companheiro, uma santa reverência e uma sagrada alegria serão sentidas por eles em meio a todas as experiências difíceis e em todas as provações. Aprenderão a orar, enquanto trabalham. Serão educados na paciência, bondade, afabilidade e simpatia. Praticarão a verdadeira cortesia cristã, tendo em mente que Cristo, seu Companheiro, não pode aprovar palavras ou sentimentos ásperos e descorteses. Suas palavras serão purificadas. O poder da palavra será considerado por eles como um precioso talento que lhes foi confiado para fazerem uma obra elevada e santa. O agente humano aprenderá como representar o Companheiro divino, com quem está associado. A esse Ser invisível e santo, ele mostrará respeito e reverência, porque está levando Seu jugo e está aprendendo Seus caminhos puros e santos. Os que tiverem fé nesse divino Assistente, hão de desenvolver-se. Serão dotados de poder para vestir de sagrada beleza a mensagem da verdade.
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Há alguns que se adaptam à obra da colportagem e que podem fazer mais nesse ramo do que pregando. Se o Espírito de Cristo habitar em seu coração, acharão oportunidade para apresentar Sua Palavra a outros e para dirigir a mente às especiais verdades para este tempo. Homens que se adaptam a essa obra têm se dedicado a ela; mas alguns pastores insensatos os lisonjeiam dizendo que seus dons deveriam ser usados em pregar, em vez de colportar. Assim, são influenciados a buscar licença para pregar, e esses mesmos que deveriam ter sido preparados a fim de se tornarem bons missionários, para visitar as famílias em seus lares, falar e orar com elas, são desviados da obra à qual se adaptam, para se tornarem pastores deficientes. E o campo onde tanto trabalho é necessário, e onde tanto bem poderia ser feito, é negligenciado.
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A pregação da Palavra é um meio ordenado pelo Senhor, pelo qual Sua mensagem de advertência deve ser dada ao mundo. Nas Escrituras, o fiel mestre é representado como um pastor do rebanho de Deus. Ele deve ser respeitado; e sua obra, apreciada. A genuína obra médica está ligada ao ministério, e a colportagem deve participar tanto da obra médico-missionária como do ministério. Aos que estão empenhados nessa obra, digo: Ao visitarem as pessoas, digam-lhes que são obreiros evangélicos e que amam ao Senhor. Não procurem acomodação num hotel, mas hospedem-se numa casa particular e travem conhecimento com a família. Cristo semeava as sementes da verdade onde quer que estivesse, e como Seus seguidores, poderão testemunhar em favor do Mestre, fazendo um grande trabalho no círculo familiar. Associando-se, assim, com o povo, muitas vezes encontrarão os que se acham doentes e desanimados. Quem se achegar a Cristo, e se dispuser a levar Seu jugo, diariamente aprenderá dEle como levar mensagens de paz e conforto aos aflitos e desanimados, tristes e contritos. Poderão indicar aos desanimados a Palavra de Deus e apresentar os doentes ao Senhor em oração. Quando orarem, falem a Cristo como fariam a um amigo fiel e muito amado. Mantenham uma dignidade gentil, franca e agradável, como um filho de Deus. Isso será reconhecido.
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Os colportores devem estar habilitados a dar instruções quanto ao tratamento dos doentes. Devem aprender os métodos simples de tratamento de saúde. Dessa forma eles podem trabalhar como missionários-médicos, curando a alma e o corpo dos sofredores. Essa obra deveria agora estar indo avante em todas as partes do mundo. Assim, multidões seriam abençoadas pelas orações e instruções dos servos de Deus.
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Necessitamos reconhecer a importância da colportagem como um grande meio de descobrir os que estão em perigo e levá-los a Cristo. Nunca se deve proibir os colportores de falar do amor de Cristo, contar sua experiência no serviço pelo Mestre. Devem ter liberdade de falar e orar com os que se dispõem a ouvi-los. A simples história do amor de Cristo pelo homem abrirá portas, mesmo no lares de incrédulos.
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Quando o colportor visita as pessoas em seus lares, muitas vezes terá oportunidade de ler partes da Bíblia ou dos livros que ensinam a verdade. Quando ele descobre aqueles que estão buscando a verdade, pode realizar estudos bíblicos com eles. Esses estudos bíblicos são justamente o que o povo necessita. Deus usará em Seu serviço aqueles que demonstram um profundo interesse nas almas que perecem. Por meio deles, Ele comunicará luz aos que estão prontos para receber instrução.
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Alguns dos que trabalham na colportagem têm um zelo que não está de acordo com o entendimento. Devido a sua falta de sabedoria e a vontade de agir como pastores e teólogos, tem se tornado quase uma necessidade impor restrições a nossos colportores. Quando a voz do Senhor pergunta: “A quem enviarei, e quem há de ir por Nós?” o divino Espírito põe no coração a resposta: “Eis-me aqui, envia-me a mim.” Isaías 6:8. Mas é necessário ter em mente que a brasa viva do altar precisa primeiro tocar os nossos lábios. Então as palavras que forem faladas serão sábias e santas. Teremos sabedoria para escolher o que dizer e o que deixar de dizer. Não tentaremos revelar nossa habilidade como teólogos. Teremos cuidado de não levantar um espírito combativo ou despertar preconceitos, de introduzir pontos controvertidos de doutrina. Encontraremos muito sobre o que falar, que não despertará oposição, mas abrirá o coração para desejar um conhecimento mais profundo da Palavra de Deus.
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O Senhor deseja que sejamos ganhadores de almas; por isso, embora não devamos impor ao povo pontos doutrinários, “estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”. 1 Pedro 3:15. Por que temor? Temor de que nossas palavras cheirem a presunção, de que sejam faladas palavras imprudentes, de que nossas palavras e maneiras não sejam segundo a semelhança de Cristo. Liguemo-nos firmemente a Cristo e apresentemos a verdade como se acha nEle. Os corações não podem deixar de ser tocados pela história da expiação. Quando aprendermos a mansidão e humildade de Cristo, saberemos o que dizer ao povo, porque o Espírito Santo nos dirá o que devemos falar. Os que reconhecem a necessidade de conservar o coração sob o domínio do Espírito Santo serão habilitados a semear semente que germine para a vida eterna. Essa é a obra do colportor-evangelista.
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1959
T6
Testemunhos para a Igreja 6
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