Testemunhos para a Igreja 3

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Exclusivismo de família

K, pobre filha, como muitas outras, tem um trabalho a fazer do qual nunca sonhou. Ela apostatou de Deus. Seus pensamentos se concentram demasiado nela mesma, e procura agradar o mundo, não por amor desinteressado pela salvação de outros nem por procurar conduzi-los a Cristo, mas por sua falta de espiritualidade e por sua conformidade com o mundo em espírito e em obras. Ela deve morrer para o eu e obter experiência na prática do bem. Ela é fria e sem compaixão. Precisa ter esse espírito gélido e inacessível subjugado, derretido pelo brilho do sol do amor de Cristo. Ela se fecha muito em si mesma. Deus viu que ela era uma pobre planta atrofiada, não produzindo fruto algum, nada senão folhas. Seus pensamentos eram ocupados quase exclusivamente com “mim” e “meu”. Em misericórdia, Ele tem estado a podar esta planta que Ele ama, cortando os galhos, para que as raízes se aprofundassem mais. Ele tem procurado atrair esta filha a Si mesmo. Sua vida religiosa tem sido quase inteiramente sem fruto. Ela é responsável pelo talento que Deus lhe deu. Ela pode ser útil; ela pode ser uma colaboradora com Cristo se derrubar a parede de egoísmo que a tem excluído da luz e do amor de Deus. T3 534.1

Há muitos que precisam de nossa simpatia e conselho, mas não aquele conselho que implica superioridade no doador e inferioridade no que recebe. K precisa em seu coração do suavizante e enternecedor amor de Deus. A aparência e o tom da voz devem ser modulados por atenciosa consideração e amor terno e respeitoso. Toda aparência e todo tom de voz que sugerem “Eu sou superior” esfriam a atmosfera de sua presença e é mais como um gelo do que um raio de luz que dá calor. Minha irmã, sua influência é positiva. Você molda aqueles com quem se associa, ou do contrário não pode concordar com eles. Não tem a menor idéia de ser moldada pela melhor influência de outros e de lhes submeter seu julgamento e suas opiniões. Você argumentará para justificar seu caminho, suas idéias e sua conduta. Se você convence os outros, volta-se repetidamente ao mesmo ponto. Este traço em seu caráter será valioso se dedicado a Deus e controlado por Seu Santo Espírito; mas, se não, provar-se-á uma maldição para você e outros. Afirmações e conselho que têm o sabor de um espírito ditatorial não são um bom fruto. Você precisa em seu coração do amor suavizante e enternecedor de Cristo, que será refletido em todos os seus atos para com sua família e para com todos que são influenciados por você. T3 534.2

Receio, receio muito, que J não entrará no Céu. Ela ama tanto o mundo e as coisas do mundo que não lhe sobra amor para Jesus. Está tão revestida de egoísmo que a luz do Céu não pode penetrar as paredes escuras e frias do amor próprio e da estima própria que ela tem estado a edificar durante a vida. O amor é a chave que abre os corações, mas a preciosa planta do amor não tem sido cultivada. J cegou seus olhos há tanto tempo ao próprio egoísmo que não pode agora percebê-lo. Tem tão pouca religião prática que de coração ela pertence ao mundo, e receio que este mundo seja todo o Céu que ela jamais verá. Sua influência sobre seu marido não é boa. Ele é influenciado por ela e não vê a necessidade de fortificar-se pela graça de Deus com verdadeira coragem moral para estar firme pelo direito. Não só ela deixa de reconhecer e de fazer a obra que Deus requer dela, mas exerce influência dominante para segurar seu marido e amarrar suas mãos. E ela tem tido bastante êxito. Ele foi cegado. T3 535.1

O irmão M deve considerar que Deus tem direitos sobre ele que estão acima de relacionamentos terrestres. Ele precisa do colírio, das vestes brancas e do ouro para ter um caráter simétrico e uma grandiosa entrada no reino de Deus. Nada menos que uma conversão total poderá jamais abrir o coração de sua mulher para ver seus erros e confessar suas faltas. Ela precisa fazer grandes mudanças, que não fez porque não reconheceu sua verdadeira condição e não podia ver a necessidade de reforma. Longe de querer aprender do Mestre celestial, que é manso e humilde de coração, ela considera mansidão servilidade; e modéstia, humildade de espírito para estimar a outros como melhores do que ela, considera degradante e humilhante. T3 535.2

J tem espírito positivo, imperioso, altivo e voluntarioso. Ela não vê nada particularmente desejável num espírito manso e tranqüilo para que o ambicionasse. Este ornamento valioso tem tão pouco valor para ela que não consente em usá-lo. Tem, com demasiada freqüência, um espírito de ressentimento que é oposto ao Espírito de Deus como o leste em relação ao oeste. Verdadeira gentileza é uma jóia de grande valor à vista de Deus. Um espírito manso e tranqüilo não estará sempre à busca de felicidade para si mesmo, mas buscará esquecimento de si mesmo e achará doce contentamento e verdadeira satisfação em fazer outros felizes. T3 536.1

Na providência de Deus, a irmã N foi separada da família de seu pai. Embora com outros, ela partilha as características da associação de família, suportando sérias responsabilidades que a têm levado a esquecer de si mesma e lhe têm concedido interesse nas aflições de outros. Ela tem, em certa medida, aberto o coração em simpatia e amor pela família de Deus, mostrando interesse pelos outros. A obra e a causa de Deus têm atraído sua atenção. Ela tem sentido, em certo grau, que pobres caídos mortais formam uma grande confraternidade. Ela precisou educar-se para pensar em outros, servir a outros e esquecer o eu; e não obstante não tem cultivado tão completamente como deve o interesse, a simpatia e a afeição por outros que são necessários aos seguidores de Cristo. Ela precisa ter maior simpatia e menos justiça tensa e rígida. Dando seu interesse e tempo ao grande assunto da reforma de saúde, ela se expandiu além de si mesma. Fazendo isto ela tem sido abençoada. Quanto mais ela faz para o bem de outros, tanto mais vê para fazer e tanto mais se sente inclinada a fazer. T3 536.2

Seu trabalho a favor de outros freqüentemente a leva onde o exercício de fé é necessário para ajudá-la a atravessar situações difíceis e penosas. Mas respostas a orações sinceras são obtidas, e fé, amor e confiança em Deus são fortalecidos. É obtida experiência através de perplexidades e provações freqüentemente repetidas. Deus está moldando seu coração em algo mais parecido com Ele, e não obstante o eu clama constantemente por vitória. A irmã N precisa cultivar mais ternura e atencioso cuidado em seu relacionamento diário com outros. Ela precisa se esforçar para subjugar o eu. Se de fato é uma cristã, sentirá que precisa devotar a melhor parte, e se necessário o todo, de sua vida à labuta desprendida e paciente e assim demonstrar seu amor pelo Mestre. Sem tal experiência, ela deixaria de alcançar a perfeição de um caráter cristão. T3 537.1

A irmã N deu alguns passos adiante. Os familiares sentem que ela os deixou, e isto é doloroso para eles. Eles sentem que ela agora não tem o mesmo interesse, afeições e objetivos na vida como eles. Sentem que não mais podem desfrutar, como antes, a companhia da irmã. Pensam que é culpa dela, que ela mudou e não tem mais afinidade com eles. A razão para esta falta de afinidade é que os sentimentos de compaixão da irmã N pelos sofrimentos alheios têm aumentado, ao passo que eles têm sido servos ociosos, não fazendo a obra que Deus lhes deu a fazer na Terra. Conseqüentemente, eles têm regredido. A família confinou seu interesse e afeição em si mesmos e no amor do mundo. T3 537.2

N tem sido obreira em uma boa causa. A reforma de saúde tem sido para ela um assunto de grande importância, pois a própria experiência lhe mostrou a necessidade da reforma. A família de seu pai não viu a necessidade da reforma de saúde. Não viram a parte que ela desempenha na obra final destes últimos dias, porque não estavam inclinados a ver. Caíram na rotina do costume, e se torna difícil o esforço exigido para sair dela. Prefeririam não ser incomodados. É uma coisa terrível enferrujar-se por inatividade. Mas esta família certamente será pesada na balança e achada em falta a menos que comecem a fazer algo. “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle.” Romanos 8:9. Esta é uma linguagem incisiva. Quem pode resistir a prova? A Palavra de Deus é para nós uma fotografia da mente de Deus e de Cristo, também do homem caído, e do homem renovado segundo a imagem de Cristo, possuindo a mente divina. Podemos comparar nossos pensamentos, sentimentos e intenções com a imagem de Cristo. Não temos comunhão com Ele a não ser que estejamos dispostos a fazer as obras de Cristo. T3 537.3

Cristo veio para fazer a vontade de Seu Pai. Estamos seguindo em Seus passos? Todos que têm professado o nome de Cristo devem constantemente procurar familiaridade mais íntima com Ele, a fim de andarem como Ele andou, e fazer as obras de Cristo. Devemos nos apropriar das lições de Sua vida para nossa vida. Cristo “Se deu a Si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para Si um povo Seu especial, zeloso de boas obras”. Tito 2:14. “Conhecemos a caridade nisto: que Ele deu a Sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.” 1 João 3:16. Eis a obra de abnegação na qual devemos ingressar com alegria, imitando o exemplo de nosso Redentor. A vida do cristão precisa ser uma vida de conflito e sacrifício. O caminho do dever deve ser seguido, não o caminho da inclinação e escolha. T3 538.1

Quando a família do irmão I vir a obra à sua frente, e fizerem a obra que Deus lhes deixou para fazer, não estarão tão separados do irmão e irmã O e da irmã N, e daqueles que estão trabalhando em união com o Mestre. Pode levar tempo para alcançar perfeita submissão à vontade de Deus, mas nunca podemos parar aquém e sermos aptos para o Céu. A verdadeira religião levará seu possuidor à perfeição. Seus pensamentos, palavras e ações, bem como seus apetites e paixões, precisam ser submetidos à vontade de Deus. Vocês precisam produzir frutos em santidade. Então serão levados a defender os pobres, os órfãos e aflitos. Farão justiça às viúvas e socorrerão os necessitados. Vocês praticarão a justiça, amarão a beneficência e andarão humildemente com Deus. T3 538.2

Devemos deixar Cristo entrar em nosso coração e em nosso lar se queremos andar na luz. O lar deve ser tudo quanto está implícito nessa palavra. Deve ser um pequeno Céu na Terra, um lugar onde se cultivem as afeições em vez de serem estudadamente reprimidas. Nossa felicidade depende do cultivo do amor, da simpatia e da verdadeira cortesia de uns para com outros. A razão por que há em nosso mundo tantos homens e mulheres de coração empedernido é que a verdadeira afeição tem sido considerada como fraqueza, sendo conseqüentemente desencorajada e reprimida. A melhor parte da natureza das pessoas desta classe foi pervertida e amesquinhada na infância; e a menos que os raios da luz divina derretam sua frieza e endurecido egoísmo, sua felicidade estará enterrada para sempre. Se queremos ter coração terno, como o tinha Jesus quando esteve na Terra, e santificada simpatia, como a têm os anjos pelos pecadores mortais, precisamos cultivar as simpatias da infância, que são a simplicidade em si. Então seremos refinados, elevados e dirigidos por princípios celestiais. T3 539.1

O intelecto cultivado é grande tesouro; sem, porém, a suavizante influência da compaixão e do amor santificado, não é ele de grande valor. Devemos ter palavras e atos de terna consideração para com os outros. Podemos manifestar mil e uma pequenas atenções em palavras amigas, e olhares aprazíveis, que voltarão de novo para nós. Cristãos irrefletidos, por sua negligência para com outros, manifestam não estar em união com Cristo. É impossível estar unido a Cristo e todavia ser desamorável para com outros, e esquecido de seus direitos. Muitos há que anseiam intensamente por amorosa compaixão. Deus deu a cada um de nós uma identidade particular, nossa própria, que não se pode dissolver na de outro; mas nossas características individuais serão muito menos preeminentes se na verdade pertencemos a Cristo e Sua vontade for a nossa. Nossa vida deve ser consagrada ao bem e à felicidade dos outros, como foi a de nosso Salvador. Devemos esquecer-nos a nós mesmos, sempre à espreita de oportunidades — mesmo em coisas pequeninas — para mostrar gratidão pelos favores recebidos de outros, e estar atentos para observar oportunidades para animar outros, confortando-os em suas tristezas e aliviando-lhes as cargas por mostras de terna bondade e pequenos atos de amor. Essas atenciosas cortesias, que iniciando-se em nossa família estendem-se até fora do círculo familiar, ajudam a tornar a soma da vida feliz; e a negligência desses pequeninos atos perfaz a soma das tristezas e amarguras da vida. T3 539.2

É a obra que fazemos ou deixamos de fazer que fala com tremendo poder sobre nossa vida e destino. Deus requer de nós que aproveitemos toda oportunidade que nos é oferecida para sermos úteis. Negligenciar isto é perigoso para nosso crescimento espiritual. Temos uma grande obra a fazer. Não passemos em ociosidade as horas preciosas que Deus nos deu a fim de aperfeiçoarmos o caráter para o Céu. Não precisamos ficar inativos ou ociosos nesta obra, pois não temos um só momento para gastar sem um propósito ou objetivo. Deus nos ajudará a vencer nossos erros se a Ele orarmos e nEle crermos. Podemos ser mais do que vencedores por Aquele que nos amou. Quando a breve vida neste mundo terminar, e vermos como somos vistos e conhecermos como somos conhecidos, quão breves em duração e quão pequenas as coisas deste mundo vão parecer para nós em comparação com a glória do mundo melhor! Cristo nunca teria deixado as cortes reais e assumido a humanidade, e Se tornado pecado a favor do ser humano, se não tivesse visto que o homem poderia, com Sua ajuda, tornar-se infinitamente feliz e obter riquezas duráveis e uma vida que correria paralela com a vida de Deus. Ele sabia que sem Sua ajuda o homem pecador não poderia obter estas coisas. T3 540.1

Devemos ter um espírito de progresso. Precisamos nos acautelar continuamente para não ficarmos fixos em nossas opiniões, sentimentos e ações. A obra de Deus é para frente. Reformas precisam ser executadas, e precisamos considerar e ajudar a mover o carro da reforma. Energia, temperada com paciência e ambição, e equilibrada com sabedoria, é agora necessária para cada cristão. A obra de salvar almas é ainda deixada para nós, os discípulos de Cristo. Nenhum de nós é desculpado. Muitos têm-se tornado anões e atrofiados em sua vida cristã por causa de inatividade. Devemos diligentemente empregar nosso tempo enquanto estamos neste mundo. Quão seriamente devemos aproveitar toda oportunidade de fazer o bem, de trazer outros ao conhecimento da verdade! Nosso lema deve sempre ser: “Para frente e para o alto”, certa e constantemente para frente para o dever e a vitória. T3 540.2

Foi-me mostrado em relação aos indivíduos mencionados que Deus os ama e os salvaria se eles quisessem ser salvos do modo que Ele designou. “E assentar-Se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi, e os afinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão ofertas em justiça. E a oferta de Judá e de Jerusalém será suave ao Senhor, como nos dias antigos e como nos primeiros anos.” Malaquias 3:3, 4. Eis o processo, o processo de afinar e purificar, a ser feito pelo Senhor dos exércitos. Esse processo é demasiado difícil para o ser humano, mas é unicamente por meio dele que se podem remover as escórias e contaminadoras impurezas. Nossas provações são todas necessárias para levar-nos mais perto de nosso Pai celeste, em obediência à Sua vontade, de modo a Lhe oferecermos uma oferta em justiça. T3 541.1

A cada uma das pessoas aqui mencionadas, deu o Senhor aptidões, talentos a desenvolver. Cada um de vocês necessita de nova e viva experiência na vida religiosa, a fim de fazer a vontade de Deus. Qualquer que seja a experiência passada, isto não basta para o presente, nem nos fortalece para vencer as dificuldades que encontramos no caminho. Precisamos diariamente nova graça e renovada resistência se queremos ser vitoriosos. T3 541.2

Raramente somos, a todos os respeitos, colocados duas vezes nas mesmas circunstâncias. Abraão, Moisés, Elias, Daniel e muitos outros foram todos severamente provados, mas não da mesma maneira. Cada um tem suas provas individuais no drama da vida, mas justamente a mesma provação raramente sobrevém duas vezes. Cada um tem experiência própria e peculiar, no caráter e nas circunstâncias, a fim de realizar determinada obra. Deus tem uma obra, um desígnio na vida de cada um de nós. Todo ato, por pequeno que seja, tem seu lugar na experiência de nossa vida. Cumpre-nos possuir contínua luz e experiência que provêm de Deus. Todos necessitamos delas, e o Senhor está mais que disposto a dar, se as quisermos receber. Não cerrou as janelas do Céu a suas orações, mas vocês têm se contentado com passar sem o auxílio divino de que tanto necessitam. T3 541.3

Quão pouco sabem acerca da influência de seus atos diários sobre a vida de outros. Talvez suponham que o que digam ou façam não tem muita influência, quando importantíssimos são os resultados de nossas palavras e ações para o bem ou para o mal. Atos e expressões considerados diminutos e insignificantes são elos na longa cadeia dos acontecimentos humanos. Vocês não têm experimentado a necessidade de Deus manifestar-nos Sua vontade em todos os atos da vida diária. Quanto a nossos primeiros pais, o desejo de uma única satisfação do apetite abriu as comportas da miséria e do pecado sobre o mundo. Prezadas irmãs, oxalá vocês sentissem que todo passo que dão talvez tenha permanente e controladora influência sobre a própria vida e o caráter de outros. Oh, quão necessário é então termos comunhão com Deus! Que necessidade da graça divina para dirigir cada passo e mostrar-nos como aperfeiçoar caráter cristão! T3 542.1

Os cristãos terão novas situações e provas a enfrentar, nas quais a experiência passada não pode ser guia suficiente. Agora, mais que em qualquer outro período de nossa vida, precisamos aprender do divino Mestre. E quanto mais experiência alcançarmos, quanto mais nos aproximarmos da pura luz celeste, tanto mais discerniremos em nós a necessidade de reforma. Podemos todos realizar boa obra em benefício dos outros, uma vez que busquemos conselho de Deus, e o sigamos em obediência e fé. O caminho do justo é progressivo, de força em força, de graça em graça, e de glória em glória. A iluminação divina aumenta mais e mais, correspondendo a nosso movimento de avanço, habilitando-nos a fazer face às responsabilidades e emergências que se nos deparam. T3 542.2

Quando vocês são pressionados pelas provas, quando os pensamentos são dominados por desânimo e sombria incredulidade, quando o egoísmo lhes molda as ações, vocês não vêem a necessidade que têm do Senhor e de conhecimento profundo e completo de Sua vontade. Não conhecem a vontade de Deus, tampouco a podem conhecer enquanto vivem para o próprio eu. Confiam em suas boas intenções e resoluções, e a maior parte da vida compõe-se de resoluções tomadas e não cumpridas. O que todos necessitam é morrer para o eu, deixar de a ele se apegar, e entregar-se a Deus. T3 542.3

De boa vontade os confortaria, caso pudesse. De bom grado lhes louvaria os bons traços, os propósitos bons e as boas ações; mas Deus não quis mostrá-los a mim. Apresentou-me os impedimentos à formação de caráter nobre, elevado, de santidade, que precisam ter a fim de não perder o descanso celeste e a glória imortal que Ele quer que alcancem. Desviem os olhos de si mesmos para Jesus. Ele “é tudo em todos”. Colossences 3:11. Os merecimentos do sangue de um Salvador crucificado e ressurgido serão suficientes para purificar do menor como do maior dos pecados. Com fé confiante, entreguem a guarda de sua alma a Deus como a um fiel Criador. Não estejam em constante temor e apreensão de que Deus os abandone. Jamais o fará, a menos que dEle se apartem. Cristo virá e habitará em vocês, caso Lhe abram a porta do coração. Pode haver perfeita harmonia entre vocês e o Pai e o Filho, uma vez que morram para o próprio eu e vivam para Deus. T3 543.1

Quão poucos se apercebem de ter ídolos queridos, de ter pecados acariciados! Deus vê esses pecados a que talvez estejam cegos, e emprega Sua faca de podar, cortando fundo a fim de separar de vocês esses pecados acariciados. Todos vocês devem escolher por si mesmos o processo de purificação. Como lhes é difícil submeter-se à crucifixão do próprio eu! Mas, quando toda a obra é entregue nas mãos de Deus, Ele que conhece nossas fraquezas e nossa pecaminosidade segue o melhor caminho para produzir o desejado fim. T3 543.2

Foi por entre constante conflito e com singeleza de fé que Enoque andou com Deus. Todos vocês podem fazer o mesmo. Podem converter-se e transformar-se inteiramente, tornando-se em verdade filhos de Deus, que fruem não somente o conhecimento de Sua vontade, mas que, por seu exemplo, conduzem outros ao mesmo caminho de humilde obediência e consagração. A verdadeira piedade difunde-se e é comunicativa. Diz o salmista: “Não escondi a Tua justiça dentro do meu coração; apregoei a Tua fidelidade e a Tua salvação; não escondi da grande congregação a Tua benignidade e a Tua verdade.” Salmos 40:10. Onde quer que se encontre o amor de Deus, há sempre um desejo de exprimi-lo. T3 543.3

Que Deus ajude todos a fazer diligentes esforços para ganhar a vida eterna, e para conduzir outros ao caminho da santidade. T3 544.1