Medicina e Salvação

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Capítulo 18 — Dimensões da obra

Coobreiros de Cristo

Aquele que crê em Jesus Cristo como Salvador Pessoal deve ser coobreiro Seu, ligado ao Seu coração de infinito amor, cooperando com Ele em obras de abnegação e beneficência. Aquele a quem Cristo revelou Sua perdoadora graça, em praticando as obras de Cristo encontrar-se-á unido com Cristo. Deus chama aqueles por quem fez esse infinito sacrifício, a que tomem sua posição como colaboradores Seus no desenvolvimento da benévola operação da divina beneficência. MS 315.1

Cristo Se retirou da Terra, mas os Seus seguidores foram ainda deixados no mundo. Sua igreja, composta daqueles que O amam, devem dar em palavras e atos, em seu altruístico amor e beneficência, uma representação do amor de Cristo. Devem eles, mediante a prática da abnegação e o levar a cruz, ser o meio de implantação do princípio de amor no coração daqueles que não estão familiarizados com o Salvador mediante conhecimento experimental. MS 315.2

O propósito das igrejas

Sobre todos os que crêem, Deus colocou a responsabilidade de fundar igrejas, para o expresso propósito de preparar homens e mulheres para que usem para benefício do mundo as qualidades que lhes foram confiadas, empregando para Sua glória os meios que Ele concedeu. Ele fez dos seres humanos Seus mordomos. Alegre e generosamente devem usar os meios em seu poder para o avançamento da justiça e da verdade. Devem empregar os talentos que lhes foram confiados, na edificação de Sua obra e na ampliação do Seu reino. MS 315.3

Pastores como médicos missionários

Nossas igrejas, grandes e pequenas, não devem ser tratadas de modo que se tornem irremediavelmente dependentes do auxílio ministerial. Os membros devem ser tão firmados na fé que tenham conhecimento inteligente da obra médico-missionária. Devem ser o exemplo de Cristo, ajudando aos que estão ao seu redor. Fielmente devem cumprir os votos feitos quando de seu batismo, o voto de que praticariam as lições ensinadas na vida de Cristo. Mediante a santificação da verdade como é em Jesus, devem plantar nos corações os princípios vivos da fé salvadora. Devem trabalhar em união a fim de manter vivos na igreja os princípios de abnegação e sacrifício próprio, os quais Cristo, revestida Sua divindade da humanidade, seguiu em Sua obra médico-missionária. É o partilhar o conhecimento do amor e ternura de Cristo que dá eficiência às operações missionárias. MS 315.4

Um exército de obreiros

O Senhor Jesus deseja que os membros de Sua igreja sejam um exército de obreiros, por Ele trabalhando segundo suas diversificadas habilidades, e promovendo os princípios de abnegação e sacrifício próprio, preservando aquele amor por Deus que os tirou do mundo, e que os manterá unidos, longe de confederações separatistas, de grupos separados e afastados. A obra deve ser um grande e harmonioso todo em Cristo Jesus. A fé que opera por amor e purifica a alma é o elevado, santo e santificante instrumento que deve abrandar e subjugar a dissonante natureza humana. O amor de Cristo deve constranger os crentes, levando-os a se unirem em ação harmoniosa ante a cruz do calvário. Ao viverem os princípios que os separaram do mundo, estarão ligados uns aos outros pelas sagradas cordas do amor cristão. MS 316.1

Fazer as obras de Cristo

Com graça no coração devem os crentes fazer as obras de Cristo, colocando-se, alma, corpo e espírito, ao Seu lado, como Sua mão humana, para distribuir o Seu amor com os que estão fora do aprisco. Os crentes devem associar-se uns com os outros em companheirismo cristão, considerando-se uns aos outros como irmãos e irmãs no Senhor. Devem amar-se uns aos outros como Cristo os amou. Devem ser luzes para Deus, brilhando na igreja e no mundo, recebendo graça por graça, ao distribuírem a outros. Assim são constantemente guardados em espiritual proximidade de Deus. Refletem a imagem de Cristo. MS 316.2

O amor santificado é expansível, recusando-se a ser limitado pelo lar ou a igreja. Ele procura salvar as almas que estão a perecer. Cada coração que haja sentido o amor de um Salvador que perdoa o pecado encontra-se aliado a todos os outros corações cristãos. Os verdadeiros crentes unir-se-ão uns aos outros no trabalho pelas almas prestes a perecer. Não gastem os nossos pastores tempo e energia no trabalho pelos que conhecem a verdade. Em vez disto procurem os que estão fora do aprisco, devendo estimular-se uns aos outros a fervorosa ação em bem definidos e santificados esforços para salvar as pobres almas que estão perecendo em seus pecados. MS 316.3

Uma igreja viva

Quando nossas igrejas cumprirem o dever que sobre elas impende, serão instrumentos vivos, operantes, em favor do Mestre. A manifestação de amor cristão encherá a alma com um fervor mais profundo, mais intenso, no trabalho por Aquele que deu Sua vida para salvar o mundo. Ao ser bons e fazer o bem, os seguidores de Cristo expulsam da alma o egoísmo. A eles parece pouco o maior sacrifício que tiverem de fazer. Eles vêem uma grande vinha que deve ser trabalhada, e compreendem que devem estar preparados pela divina graça para trabalhar pacientemente, fervorosamente, a tempo e fora de tempo, numa esfera que não conhece limites. Obtêm vitória após vitória, crescendo em experiência e eficiência, estendendo por todos os lados os seus ferventes esforços para conquistar almas para Cristo. Utilizam com o maior proveito sua crescente experiência; eles têm o coração abrandado pelo amor de Cristo. MS 317.1

Oportunidades

Todos podem trabalhar pela salvação dos que estão fora da arca da segurança. Quando os membros da igreja se mantêm empenhados no serviço de Deus, comprometidos com o trabalho missionário; quando assumem o trabalho altruisticamente, porque amam as almas por quem Cristo morreu, e estão desejosos de unir-se com o grande Médico-Missionário, o Senhor Se aproximará deles para instruí-los. A vida está cheia de oportunidades para missionários praticantes. Cada homem, mulher e criança, pode semear diariamente as sementes de palavras bondosas e obras altruístas. MS 317.2

Milhares de correntes

Veremos a obra médico-missionária ampliando-se e aprofundando-se em todos os pontos de seu progresso, em virtude de centenas e milhares de rios afluentes, até que toda a Terra esteja coberta como as águas cobrem o mar. Nossos pastores estão desgostando a Deus por seus débeis esforços para que as verdades de Sua Palavra brilhem para o mundo. Nada fortalece tanto as igrejas como ver a obra progredindo em outras partes da vinha. Quando os obreiros compreenderem a grande bênção que deriva do trabalho por aqueles que não conhecem a verdade, ausentar-se-ão das igrejas, depois de impressioná-las com a importância de idear planos e métodos pelos quais possam fazer dentro dos seus limites a mesma espécie de trabalho que os ministros do evangelho estão fazendo nas regiões distantes. MS 317.3

A vida de trabalho é uma escola

O mundo não é um campo de esporte, onde estamos para nos divertir; é uma escola, onde devemos estudar com afinco e inteiramente as lições a nós dadas na Palavra de Deus. Aí podem aprender como receber e como distribuir; podem aprender como buscar as almas nos caminhos e valados da vida. Com que grande fervor se empenham as pessoas nos jogos deste mundo! Se os que a eles se dedicam aplicassem o mesmo fervor na conquista da coroa da vida, coroa que não murcha, que vitórias não ganhariam! Tornar-se-iam médicos-missionários, e veriam quanto poderiam fazer para aliviar a humanidade sofredora. Que bênção seriam! O que necessitamos é educação prática. Pastores e povo, praticai as lições que Cristo deu em Sua Palavra, e tornar-vos-eis semelhantes a Cristo no caráter. — Manuscrito 32, 1901. MS 318.1