História da Redenção

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A tentação

Depois do batismo de Jesus no Jordão, foi Ele conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. O Espírito Santo O havia preparado para aquela cena especial de atrozes tentações. Quarenta dias foi tentado por Satanás, e nesses dias nada comeu. Tudo em redor dEle era desagradável e de modo que a natureza humana seria levada a recuar. Ele estava com as feras e com o diabo, em um lugar desolado, solitário. O Filho de Deus estava pálido e emaciado, pelo jejum e sofrimento. Seu caminho, porém, estava traçado, e Ele deveria cumprir a obra que viera fazer. HR 198.2

Satanás tirou vantagens dos sofrimentos do Filho de Deus, e preparou-se para assediá-Lo, com múltiplas tentações, esperando obter vitória sobre Ele, porque Se humilhara como um homem. Satanás chegou-se com esta tentação: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.” Ele tentou Jesus a condescender em dar-lhe prova de ser Ele o Messias, exercendo o Seu poder divino. Jesus brandamente lhe respondeu: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus.” Mateus 4:3, 4. HR 198.3

Satanás estava a procurar discussão com Jesus quanto a ser Ele o Filho de Deus. Referiu-se à Sua condição fraca e sofredora, e jactanciosamente afirmou que era mais forte do que Jesus. Mas a palavra, do Céu falada: “Tu és o Meu Filho amado, em Ti Me comprazo” (Lucas 3:22), foi suficiente para alentar a Jesus através de todos os Seus sofrimentos. Vi que Jesus nada tinha a fazer quanto a convencer Satanás acerca de Seu poder, ou de ser Ele o Salvador do mundo. Satanás tinha prova suficiente da posição exaltada e da autoridade do Filho de Deus. Sua indisposição para render-se à autoridade de Cristo, excluíra-o do Céu. HR 199.1

Satanás, para manifestar o seu poder, levou Jesus a Jerusalém, e pô-Lo no pináculo do templo, e ali O tentou para dar prova de que Ele era o Filho de Deus, lançando-Se abaixo daquela altura vertiginosa. Satanás chegou-se com as palavras da inspiração: “Porque está escrito: Aos Seus anjos ordenará a Teu respeito, que Te guardem; e: eles Te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.” Jesus, respondendo-lhe, disse: “Dito está: Não tentarás o Senhor teu Deus.” Lucas 4:10-12. Satanás quis fazer Jesus vangloriar-Se com a misericórdia de Seu Pai, e arriscar Sua vida antes do cumprimento de Sua missão. Ele tinha esperado que o plano da salvação fracassasse; mas este plano estava muito profundamente estabelecido para que fosse subvertido ou prejudicado por Satanás. HR 199.2

Cristo é o exemplo para todos os cristãos. Quando eles são tentados, ou são discutidos os seus direitos, deveriam suportá-lo pacientemente. Não deveriam entender que têm direito de apelar para o Senhor a fim de ostentar Seu poder, para que possam alcançar vitória sobre os seus inimigos, a menos que possa Deus ser diretamente honrado e glorificado por meio disso. Se Jesus Se houvesse lançado do pináculo do templo, não teria glorificado Seu Pai; pois ninguém teria testemunhado o ato a não ser Satanás e os anjos de Deus. E teria sido tentar ao Senhor o ostentar Seu poder ao Seu pior adversário. Isto teria sido condescender com aquele a quem Jesus viera para vencer. HR 199.3

E o diabo, levando-O a um alto monte, “mostrou-Lhe num momento todos os reinos do mundo. Disse-Lhe o diabo: Dar-Te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares, toda será Tua. Mas Jesus lhe respondeu: “Vai-te, Satanás”; “está escrito: ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele darás culto.” Lucas 4:5-8. HR 200.1

Satanás apresentou diante de Jesus os reinos do mundo sob o mais atraente aspecto. Se Jesus o adorasse ali, oferecer-se-ia para abandonar suas pretensões a posses na Terra. Se o plano da salvação fosse executado, e Jesus morresse para remir o homem, sabia Satanás que seu poder deveria limitar-se e finalmente ser tirado, e que ele seria destruído. Portanto, foi seu meditado plano impedir, sendo possível, o cumprimento da grande obra que havia sido começada pelo Filho de Deus. Se o plano da redenção humana falhasse, Satanás conservaria o reino a que tinha ele então pretensões. E, sendo ele bem-sucedido, lisonjeava-se de que reinaria em oposição ao Deus do Céu. HR 200.2