História da Redenção

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Capítulo 63 — O milênio

Minha atenção foi de novo dirigida à Terra. Os ímpios tinham sido destruídos e seus corpos mortos jaziam em sua superfície. A ira de Deus, nas sete últimas pragas, tinha sido derramada sobre os habitantes da Terra, fazendo-os morder a língua de dor e amaldiçoar a Deus. Os falsos pastores tinham sido objeto especial da ira de Jeová. Os olhos se lhes consumiram nas órbitas, e a língua na sua boca, enquanto estavam em pé. Depois que os santos tiveram livramento pela voz de Deus, a multidão dos ímpios volveu sua ira, de uns contra os outros. A Terra parecia ser inundada com sangue, e havia corpos mortos de uma extremidade dela a outra. HR 415.1

A Terra tinha a aparência de um deserto solitário. Cidades e vilas, derribadas pelo terremoto, jaziam em montões. Montanhas tinham sido removidas de seus lugares, deixando grandes cavernas. Pedras anfractuosas, arrojadas pelo mar, ou arrancadas da própria terra, estavam espalhadas por toda a sua superfície. Grandes árvores tinham sido desarraigadas, e juncavam a terra. Aqui deve ser a morada de Satanás com seus anjos maus, durante mil anos. Aqui estará ele circunscrito, para errar para cá e acolá, sobre a revolvida superfície da Terra, e para ver os efeitos de sua rebelião contra a lei de Deus. Durante mil anos ele poderá gozar do fruto da maldição, que ele determinou. HR 415.2

Circunscrito apenas à Terra, Satanás não terá o privilégio de percorrer outros planetas para tentar e molestar os que não caíram. Durante este tempo Satanás sofre extremamente. Desde sua queda, seus maus característicos têm estado em constante exercício. Mas deve ele então ser despojado de seu poder e deixado para que reflita na parte que desempenhou desde sua queda, e aguarde com tremor e terror o terrível futuro, em que deverá sofrer por todo o mal que perpetrou, e ser castigado por todos os pecados que fez com que fossem cometidos. HR 416.1

Ouvi aclamações de vitória dos anjos e dos santos remidos, os quais ressoavam como dez milhares de instrumentos musicais, porque não mais deveriam ser molestados e tentados por Satanás, e porque os habitantes de outros mundos estavam livres de sua presença e tentações. HR 416.2

Vi então tronos, e Jesus e os santos remidos sentarem-se sobre eles; e os santos reinaram como reis e sacerdotes para Deus. Cristo, em união com o Seu povo, julgou os ímpios mortos, comparando seus atos com o código — a Palavra de Deus — e decidindo cada caso segundo as obras feitas no corpo. Então designaram aos ímpios a parte que deverão sofrer, segundo suas obras; e isto foi escrito defronte de seus nomes no livro da morte. Satanás também, e seus anjos, foram julgados por Jesus e os santos. O castigo de Satanás deveria ser muito maior do que o daqueles a quem ele enganara. Seu sofrimento excederia aos deles a ponto de não haver comparação. Depois que todos aqueles a quem ele enganara houverem perecido, Satanás deverá ainda viver e sofrer muito mais tempo. HR 416.3

Depois que se concluiu o juízo dos ímpios, no fim dos mil anos, Jesus deixou a cidade; e os santos bem como um cortejo da hoste angélica O acompanharam. Jesus desceu sobre uma grande montanha, a qual logo que Seus pés a tocaram, se repartiu de alto a baixo, e se tornou uma grande planície. Então olhamos para cima e vimos a grande e bela cidade, com doze fundamentos e doze portas, três de cada lado e um anjo em cada porta. Exclamamos: “A cidade! a grande cidade! vem descendo de Deus, do Céu!” E ela desceu em todo o seu esplendor e deslumbrante glória, e fixou-se na grande planície que, para ela, Jesus havia preparado. HR 416.4