História da Redenção

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Dirigido para a igreja

A resposta à pergunta de Saulo foi: “Levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer.” Jesus enviou o inquiridor judeu a Sua igreja, para dela obter um conhecimento de seu dever. Cristo realizou a obra de revelação e convicção; agora o penitente estava em condições de aprender daqueles a quem Deus ordenou para ensinar Sua verdade. Assim Jesus sancionou a autoridade de Sua igreja organizada, e colocou Saulo em associação com Seus representantes na Terra. A luz da celestial iluminação privara Saulo da vista, e Jesus, o grande Médico, não a restaurou imediatamente. Todas as bênçãos fluem de Cristo, entretanto, havia Ele estabelecido uma igreja como Sua representante na Terra, e a ela pertencia a obra de guiar o arrependido pecador no caminho da vida. Os mesmos homens a quem Saulo tinha o propósito de destruir deviam ser seus instrutores na religião que ele desprezara e perseguira. HR 271.2

A fé de Saulo foi severamente provada durante três dias de jejum e oração na casa de Judas, em Damasco. Ele estava totalmente cego, e em completas trevas mentais para o que fosse requerido dele. Tinha sido orientado para ir a Damasco, onde lhe seria dito o que convinha fazer. Em sua incerteza e desespero clamou ferventemente a Deus. “Ora, havia em Damasco um discípulo, chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor. Então o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando, e viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista.” HR 271.3

Ananias mal podia crer nas palavras do anjo mensageiro, pois a odiosa perseguição de Saulo aos santos em Jerusalém tinha se espalhado por perto e longe. Atreveu-se a argumentar, dizendo: “Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos males tem feito aos Teus santos em Jerusalém; e para aqui trouxe autorização dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o Teu nome.” Mas a ordem para Ananias foi imperativa: “Vai, porque este é para Mim um instrumento escolhido para levar o Meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel.” HR 272.1

O discípulo, obediente à orientação do anjo, saiu em busca do homem que ainda recentemente havia respirado ameaças contra todos os que criam no nome de Jesus. Dirigiu-se a ele: “Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo. Imediatamente lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e tornou a ver. A seguir levantou-se e foi batizado.” HR 272.2

Aqui deu Cristo um exemplo de Sua maneira de operar para a salvação dos homens. Podia ter feito todo esse trabalho diretamente por Saulo; porém, isso não estava de acordo com Seu plano. Suas bênçãos deveriam vir através das instrumentalidades que Ele havia ordenado. Saulo tinha alguma coisa a fazer em matéria de confissão àqueles cuja destruição tramara; e Deus tinha um trabalho responsável a ser feito pelos homens a quem autorizara para agir em Seu lugar. HR 272.3

Saulo tornou-se um aluno dos discípulos. À luz da lei viu-se como um pecador. Viu que Jesus, que em sua ignorância havia considerado um impostor, é o autor e fundamento da religião do povo de Deus desde os dias de Adão, o consumador da fé agora tão clara a sua iluminada visão; o defensor da verdade, e o cumpridor das profecias. Ele considerara Jesus como alguém que tornava sem efeito a lei de Deus; porém quando sua visão espiritual foi tocada pelo dedo de Deus, aprendeu que Cristo foi o originador de todo o sistema sacrifical judaico; que Ele veio ao mundo com o expresso propósito de reivindicar a lei de Seu Pai; e que em Sua morte a lei típica encontrou-se com o antítipo. À luz da lei moral, da qual havia crido ser um zeloso guardador, Saulo viu-se como o principal dos pecadores. HR 273.1