Educação

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Capítulo 19 — História e profecia

“Quem fez ouvir isto desde a antiguidade? porventura não sou Eu, o Senhor? E não há outro Deus senão Eu.”

A Bíblia é a história mais antiga e compreensiva que os homens possuem. Procedeu diretamente da fonte da verdade eterna, e no decorrer dos séculos uma mão divina tem preservado a sua pureza. Ilumina o remoto passado, onde a pesquisa humana debalde procura penetrar. Somente na Palavra de Deus contemplamos o poder que lançou os fundamentos da Terra e estendeu os céus. Unicamente ali encontramos um relato autêntico da origem das nações. Apenas ali se apresenta a história de nossa raça, não maculada do orgulho e preconceito humanos. Ed 173.1

Nos anais da história humana o crescimento das nações, o levantamento e queda de impérios, aparecem como dependendo da vontade e façanhas do homem. O desenvolver dos acontecimentos em grande parte parece determinar-se por seu poder, ambição ou capricho. Na Palavra de Deus, porém, afasta-se a cortina, e contemplamos ao fundo, em cima, e em toda a marcha e contramarcha dos interesses, poderio e paixões humanas, a força de um Ser todo misericordioso, a executar, silenciosamente, pacientemente, os conselhos de Sua própria vontade. Ed 173.2

A Bíblia revela a verdadeira filosofia da História. Naquelas palavras de beleza e ternura sem-par, proferidas pelo apóstolo Paulo aos sábios de Atenas, apresenta-se o propósito de Deus na criação e distribuição das raças e nações: Ele “de um só fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da Terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar”. Atos dos Apóstolos 17:26, 27. Deus declara que quem quiser poderá entrar “no vínculo do concerto”. Ezequiel 20:37. Era o Seu propósito na criação que a Terra fosse habitada por seres cuja existência fosse uma bênção, a si mesmos e entre si, e uma honra a seu Criador. Todos os que quiserem poderão identificar-se com este propósito. A respeito deles foi dito: “Este povo que formei para Mim, para que Me desse louvor.” Isaías 43:21. Ed 173.3

Deus revelou em Sua lei os princípios que constituem a base para toda a prosperidade, tanto das nações como dos indivíduos. “Esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento”, declarou Moisés aos israelitas acerca da lei de Deus. “Esta palavra não vos é vã, antes é a vossa vida.” Deuteronômio 4:6; 32:47. As bênçãos que assim se asseguravam a Israel, nas mesmas condições e em grau igual se asseguram a toda nação e indivíduo debaixo do vasto céu. Ed 174.1

O poder exercido por todo governante sobre a Terra, é-lhe comunicado pelo Céu; e depende seu êxito do uso que fizer do poder que assim lhe é concedido. A cada um se dirige a palavra do divino Vigia: “Eu te cingirei, ainda que tu Me não conheças.” Isaías 45:5. E a cada um as palavras faladas a Nabucodonosor, na antigüidade, são a lição da vida: “Desfaze os teus pecados pela justiça, e as tuas iniqüidades usando de misericórdia com os pobres, se se prolongar a tua tranqüilidade.” Daniel 4:27. Ed 174.2

Compreender que “a justiça exalta as nações”, que “com justiça se estabelece o trono” e que “com benignidade” (Provérbios 14:34; 16:12; 20:28) ele é mantido; reconhecer a operação destes princípios na manifestação de Seu poder que “remove os reis e estabelece os reis” (Daniel 2:21) — corresponde a entender a filosofia da História. Ed 175.1

Unicamente na Palavra de Deus isto se acha claramente estabelecido. Ali se revela que a força das nações, como a dos indivíduos, não se acha nas oportunidades ou facilidades que parecem torná-las invencíveis; não se acha em sua decantada grandeza. Mede-se ela pela fidelidade com que cumprem o propósito de Deus. Ed 175.2

Uma ilustração desta verdade encontra-se na história da antiga Babilônia. Ao rei Nabucodonosor o verdadeiro objeto do governo nacional foi representado sob a figura de uma grande árvore, cuja altura “chegava até ao céu; e foi vista até aos confins da terra. A sua folhagem era formosa, e o seu fruto abundante, e havia nela sustento para todos”; à sua sombra os animais do campo moravam, e entre os seus ramos as aves do céu tinham sua habitação. Daniel 4:11, 12. Tal representação mostra o caráter de um governo que cumpre o propósito de Deus — governo este que protege e consolida a nação. Ed 175.3

Deus exaltou Babilônia para que ela pudesse cumprir este propósito. A prosperidade favoreceu a nação, até que ela atingisse uma altura de riqueza e poder que desde então nunca foi igualada — apropriadamente representada na Escritura pelo símbolo inspirado: uma “cabeça de ouro”. Daniel 2:38. Ed 175.4

Mas o rei deixou de reconhecer o poder que o exaltara. No orgulho de seu coração disse Nabucodonosor: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?” Daniel 4:30. Ed 175.5

Em vez de ser protetora dos homens, tornara-se Babilônia opressora orgulhosa e cruel. As palavras da inspiração, descrevendo a crueldade e avareza dos governantes de Israel, revelam o segredo da queda de Babilônia, e da de muitos outros reinos desde que principiou o mundo: “Comeis a gordura, e vos vestis da lã; degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.” Ezequiel 34:3, 4. Ed 176.1

Ao governador de Babilônia sobreveio a sentença do Vigia divino: “A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de ti o reino.” Daniel 4:31. Ed 176.2

“Desce, e assenta-te no pó, ó virgem filha de Babilônia;
Assenta-te no chão; não há já trono. ...
Assenta-te silenciosa,
E entra nas trevas, ó filha dos caldeus,
Porque nunca mais serás chamada senhora de reinos.” Isaías 47:1, 5.
Ed 176.3

“Ó tu, que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros!
Chegou o teu fim, a medida da tua avareza.”
Ed 176.4

“Babilônia, o ornamento dos reinos,
A glória e a soberba dos caldeus,
Será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou.”
Ed 176.5

“E reduzi-la-ei a possessão de corujas e a lagoas de águas, e varrê-la-ei com vassoura de perdição, diz o Senhor dos Exércitos.” Jeremias 51:13; Isaías 13:19; 14:23. Ed 176.6

A cada nação que tem subido ao cenário da atividade, tem sido permitido que ocupasse seu lugar na Terra, para que se pudesse ver se ela cumpriria o propósito “do Vigia e Santo”. A profecia delineou o levantamento e queda dos grandes impérios mundiais — Babilônia, Média-Pérsia, Grécia e Roma. Com cada um destes, assim como com nações de menos poder, tem-se repetido a história. Cada qual teve seu período de prova, e cada qual fracassou; esmaeceu sua glória, passou-se-lhe o poder e o lugar foi ocupado por outra nação. Ed 176.7

Conquanto as nações rejeitassem os princípios de Deus, e com esta rejeição operassem a sua própria ruína, todavia era manifesto que o predominante propósito divino estava agindo através de todos os seus movimentos. Ed 177.1

Esta lição é ensinada por meio de uma maravilhosa representação simbólica exibida ao profeta Ezequiel durante o seu exílio na terra dos caldeus. A visão foi dada em uma ocasião em que Ezequiel estava sobrecarregado de tristes lembranças e presságios perturbadores. Achava-se desolada a terra de seus pais. Jerusalém encontrava-se despovoada. O próprio profeta era estrangeiro em uma terra em que a ambição e a crueldade reinavam supremas. Como de todos os lados encontrasse tiranias e delitos, angustiou-se-lhe a alma, e chorava dia e noite. Os símbolos que lhe foram apresentados revelavam, porém, um poder superior ao dos governantes terrestres. Ed 177.2

Nas margens do rio Quebar, contemplou Ezequiel um redemoinho que parecia vir do norte, e “uma grande nuvem, com um fogo a revolver-se; e um resplendor ao redor dela, e no meio uma coisa como da cor de âmbar”. Algumas rodas, cruzando-se entre si, eram movidas por quatro criaturas viventes. No alto, acima de tudo, estava “uma semelhança de trono, como duma safira; e sobre a semelhança do trono havia como que a semelhança de um homem, no alto sobre ele”. “E apareceu nos querubins uma semelhança de mão de homem debaixo das suas asas.” Ezequiel 1:4, 26; 10:8. As rodas eram tão complicadas em seu arranjo que à primeira vista pareciam estar em confusão: mas moviam-se em perfeita harmonia. Seres celestiais, sustidos e guiados pela mão que estava sob as asas dos querubins, impeliam aquelas rodas; acima delas, sobre o trono de safira, estava o Eterno; e em redor do trono um arco-íris — emblema da misericórdia divina. Ed 177.3

Assim como aquela complicação de semelhanças de rodas se achava sob a direção da mão que havia sob as asas dos querubins, o complicado jogo dos acontecimentos humanos acha-se sob a direção divina. Por entre as contendas e tumultos das nações, Aquele que Se assenta acima dos querubins ainda dirige os negócios da Terra. Ed 178.1

A história das nações que, uma após outra, têm ocupado seus destinados tempos e lugares, testemunhando inconscientemente da verdade da qual elas próprias desconheciam o sentido, fala a nós. A cada nação, a cada indivíduo de hoje, tem Deus designado um lugar no Seu grande plano. Homens e nações estão sendo hoje medidos pelo prumo que se acha na mão dAquele que não comete erro. Todos estão pela sua própria escolha decidindo o seu destino, e Deus está governando acima de tudo para o cumprimento de Seu propósito. Ed 178.2

A história que o grande Eu Sou assinalou em Sua Palavra, unindo-se cada elo aos demais na cadeia profética, desde a eternidade no passado até à eternidade no futuro, diz-nos onde nos achamos hoje, no prosseguimento dos séculos, e o que se poderá esperar no tempo vindouro. Tudo o que a profecia predisse como devendo acontecer, até à presente época, tem-se traçado nas páginas da História, e podemos estar certos de que tudo que ainda deve vir se cumprirá em sua ordem. Ed 178.3

A subversão final de todos os domínios terrestres está claramente predita na Palavra da verdade. Na profecia proferida quando a sentença divina foi pronunciada sobre o último rei de Israel, deu-se esta mensagem: Ed 179.1

“Assim diz o Senhor Jeová: Tira o diadema e levanta a coroa; ... exalta ao humilde, humilha ao soberbo. Ao revés, ao revés, ao revés a porei, e ela não será mais, até que venha Aquele a quem pertence de direito, e a Ele a darei.” Ezequiel 21:26, 27. Ed 179.2

A coroa removida de Israel passou sucessivamente para os reinos de Babilônia, Média-Pérsia, Grécia e Roma. Diz Deus: “E ela não será mais, até que venha Aquele a quem pertence de direito, e a Ele a darei.” Ed 179.3

Esse tempo está às portas. Hoje, os sinais dos tempos declaram que nos achamos no limiar de grandes e solenes acontecimentos. Tudo em nosso mundo está em agitação. Ante os nossos olhos cumpre-se a profecia do Salvador relativa aos acontecimentos que precedem Sua vinda: “Ouvireis de guerras e rumores de guerras. ... Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.” Mateus 24:6, 7. Ed 179.4

A atualidade é uma época de absorvente interesse para todos os que vivem. Governadores e estadistas, homens que ocupam posições de confiança e autoridade, homens e mulheres pensantes de todas as classes, têm fixa a sua atenção nos fatos que se desenrolam em redor de nós. Acham-se a observar as relações tensas e inquietas que existem entre as nações. Observam a intensidade que está tomando posse de todo o elemento terrestre, e reconhecem que algo de grande e decisivo está para ocorrer, ou seja, que o mundo se encontra à beira de uma crise estupenda. Ed 179.5

Anjos acham-se hoje a refrear os ventos das contendas, para que não soprem antes que o mundo haja sido avisado de sua condenação vindoura; mas está-se formando uma tempestade, prestes a irromper sobre a Terra; e, quando Deus ordenar a Seus anjos que soltem os ventos, haverá uma cena de lutas que nenhuma pena poderá descrever. Ed 179.6

A Bíblia, e a Bíblia só, dá-nos uma perspectiva correta destas coisas. Ali estão reveladas as grandes cenas finais da história de nosso mundo, acontecimentos que já estão projetando suas sombras diante de si, fazendo o ruído de sua aproximação com que a Terra trema e o coração dos homens desmaie de temor. Ed 180.1

“Eis que o Senhor esvazia a Terra, e a desola, e transtorna a sua superfície, e dispersa os seus moradores, ... porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram a aliança eterna. Por isso a maldição consome a Terra, e os que habitam nela serão desolados. ... Cessou o folguedo dos tamboris, acabou o ruído dos que pulam de prazer, e descansou a alegria da harpa.” Isaías 24:1, 5, 8. Ed 180.2

“Ah! aquele dia! porque o dia do Senhor está perto, e virá como uma assolação do Todo-poderoso. ... A semente apodreceu debaixo dos seus torrões, os celeiros foram assolados, os armazéns derribados, porque se secou o trigo. Como geme o gado! As manadas de vacas estão confusas, porque não têm pasto; também os rebanhos de ovelhas são destruídos.” “A vide se secou, a figueira se murchou; a romeira também, e a palmeira e a macieira; todas as árvores do campo se secaram, e a alegria se secou entre os filhos dos homens.” Joel 1:15, 17, 18, 12. Ed 180.3

“Estou ferido no meu coração!... Não me posso calar, porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta e o alarido da guerra. Quebranto sobre quebranto se apregoa; porque já toda a Terra está destruída.” Ed 180.4

“Observei a Terra, e eis que estava assolada e vazia; e os céus, e não tinham a sua luz. Observei os montes, e eis que estavam tremendo; e todos os outeiros estremeciam. Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e que todas as suas cidades estavam derribadas.” Jeremias 4:19, 20, 23-26. Ed 181.1

“Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! e é tempo de angústia para Jacó; ele porém será livrado dela.” Jeremias 30:7. Ed 181.2

“Vai pois, povo Meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira.” Isaías 26:20. Ed 181.3

“Porque Tu, ó Senhor, és o meu refúgio!
O Altíssimo é a tua habitação.
Nenhum mal te sucederá,
Nem praga alguma chegará à tua tenda.” Salmos 91:9, 10.
Ed 181.4

“O Deus poderoso, o Senhor, falou
E chamou a Terra desde o nascimento do Sol até ao seu ocaso.
Desde Sião, a perfeição da formosura, resplandeceu Deus.
Virá o nosso Deus, e não Se calará.”
Ed 181.5

“Chamará os céus, do alto,
E a terra, para julgar o Seu povo. ...
E os céus anunciarão a Sua justiça,
Pois Deus mesmo é o juiz.” Salmos 50:1-3, 4, 6.
Ed 181.6

“Ó filha de Sião,... te remirá o Senhor da mão de teus inimigos. Agora se congregaram muitas nações contra ti, que dizem: e os nossos olhos verão seus desejos sobre Sião. Mas não sabem os pensamentos do Senhor nem entendem o Seu conselho.” “Pois te chamam a enjeitada, dizendo: É Sião, por que ninguém já pergunta.” “Acabarei o cativeiro das tendas de Jacó, e apiedar-Meei das suas moradas.” Miquéias 4:10-12; Jeremias 30:17, 18. Ed 181.7

“E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus,
A quem aguardávamos, e Ele nos salvará;
Este é o Senhor, a quem aguardávamos;
Na Sua salvação gozaremos e nos alegraremos.”
Ed 182.1

“Aniquilará a morte para sempre,... e tirará o opróbrio do Seu povo de toda a Terra; porque o Senhor o disse.” Isaías 25:9, 8. Ed 182.2

“Olha para Sião, a cidade das nossas solenidades; os teus olhos verão a Jerusalém, habitação quieta, tenda que não será derribada. ... Porque o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei.” Isaías 33:20, 22. Ed 182.3

“Julgará com justiça os pobres, e repreenderá com eqüidade os mansos da Terra.” Isaías 11:4. Ed 182.4

Então se cumprirá o propósito de Deus; os princípios do Seu reino serão honrados por todos debaixo do Sol. Ed 182.5

“Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra,
De desolação ou destruição nos teus termos;
Mas aos teus muros chamarás salvação,
E às tuas portas louvor.”
Ed 182.6

“Com justiça serás confirmada;
Estarás longe da opressão, porque já não temerás;
E também do espanto, porque não chegará a ti.” Isaías 60:18; 54:14.
Ed 182.7

Os profetas a quem foram reveladas estas grandes cenas, anelavam compreender sua significação. Eles “inquiriram e trataram diligentemente,... indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava. ... Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas;... para as quais coisas os anjos desejam bem atentar”. 1 Pedro 1:10-12. Ed 183.1

A nós, que nos achamos nas vésperas do seu cumprimento, de quão profunda importância, de quão vívido interesse, são estes delineamentos de coisas vindouras — fatos pelos quais, desde que nossos primeiros pais se retiraram do Éden, têm os filhos de Deus vigiado e esperado, ansiado e orado! Ed 183.2

Nesta época, anterior à grande crise final, assim como foi antes da primeira destruição do mundo, acham-se os homens absortos nos prazeres e satisfação dos sentidos. Embebidos com o visível e transitório, perderam de vista o invisível e eterno. Estão sacrificando riquezas imperecíveis pelas coisas que perecem com o uso. Sua mente precisa ser erguida, e alargada a sua visão acerca da vida. Precisam levantar-se da letargia de sonhos mundanos. Ed 183.3

Pelo levantamento e queda de nações, como se acha explicado nas páginas das Escrituras Sagradas, necessitam aprender quão sem valor são a simples aparência e a glória do mundo. Babilônia, com todo o seu poder e magnificência, quais desde então o mundo não mais viu — poder e magnificência que ao povo daquela época pareciam estáveis e duradouros — quão completamente passou ela! Como a “flor da erva”, ela pereceu. Assim perece tudo que não tem a Deus como seu fundamento. Apenas o que se liga ao Seu propósito e exprime Seu caráter, permanecerá. Seus princípios são as únicas coisas firmes que o mundo conhece. Ed 183.4

São estas grandes verdades que velhos e jovens necessitam aprender. Precisamos estudar a realização dos propósitos de Deus na história das nações e na revelação de coisas vindouras, para que possamos estimar em seu verdadeiro valor as coisas visíveis e as invisíveis; para que possamos aprender qual é o verdadeiro objetivo da vida; para que, encarando as coisas temporais à luz da eternidade, possamos delas fazer o mais verdadeiro e nobre uso. Destarte, aprendendo aqui os princípios de Seu reino e tornando-nos Seus súditos e cidadãos, poderemos, por ocasião de Sua vinda, estar preparados para entrar com Ele na posse desse reino. Ed 184.1

O dia está às portas. Para a lição a ser aprendida, para a obra a ser feita, para a transformação do caráter a realizar-se, o tempo que resta não é senão um brevíssimo lapso. Ed 184.2

“Eis que os da casa de Israel dizem: A visão que este vê é para muitos dias, e ele profetiza de tempos que estão longe. Portanto dize-lhes: Assim diz o Senhor Jeová: Não será mais diferida nenhuma das Minhas palavras; e a palavra que falei se cumprirá, diz o Senhor Jeová.” Ezequiel 12:27, 28. Ed 184.3