Conselhos sobre Educação

84/110

A vontade de Deus a nosso respeito

O conhecimento de Deus é obtido em Sua Palavra. O conhecimento experimental da verdadeira piedade, encontrado na consagração diária e no serviço, garantem-nos a mais elevada cultura do corpo, da mente e da alma. Esta consagração de todas as nossas faculdades a Deus previne a exaltação própria. A comunicação do poder divino credita nosso sincero esforço em busca da sabedoria que nos capacitará a usar nossas mais elevadas faculdades de modo que honrem a Deus e beneficiem nossos semelhantes. Sendo essas faculdades derivadas de Deus, e não de criação própria, serão apreciadas como talentos oriundos de Deus para serem empregados em Seu serviço. CE 231.1

As faculdades da mente confiadas pelo Céu devem ser tratadas como as mais elevadas, destinadas a reger o reino do corpo. O apetite natural e as paixões devem ser postos sob o controle da consciência e das faculdades espirituais. CE 231.2

A religião de Cristo jamais degrada o que a recebe; ela nunca o torna ríspido ou rude, descortês ou pretensioso, apaixonado ou duro de coração. Ao contrário, ela refina o gosto, santifica o discernimento, e purifica e enobrece os pensamentos, levando-os cativos a Cristo. O ideal de Deus para Seus filhos é mais alto do que o possa conceber o mais elevado pensamento humano. Em Sua santa lei Ele deu um translato do Seu caráter. CE 231.3

Cristo é o maior Mestre que o mundo já conheceu. E qual é a norma que Ele coloca ante todos que nEle crêem? “Sede, pois, perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos Céus.” Mateus 5:48. Como Deus é perfeito em Sua esfera, assim pode o homem ser perfeito na sua. CE 232.1

O ideal do caráter cristão é a semelhança com Cristo. Acha-se aberta diante de nós uma senda de progresso contínuo. Temos um objetivo a atingir, uma norma a alcançar, a qual inclui tudo que é bom, puro, nobre e elevado. Deve haver contínuo esforço e constante progresso para diante e para cima, rumo à perfeição do caráter. CE 232.2

Paulo diz: “Quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e essa é que, esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses 3:13, 14. CE 232.3

Esta é a vontade de Deus para com os seres humanos, sua própria santificação. Ao apressar nosso caminho para cima, rumo ao Céu, cada faculdade deve ser conservada na mais saudável condição, preparada para fiel serviço. As faculdades com que Deus dotou o homem devem ser ampliadas. “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.” Lucas 10:27. O homem não tem possibilidade de fazer isto por si mesmo; ele precisa do auxílio divino. Que parte deve o instrumento humano desempenhar? “Operai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade.” Filipenses 2:12, 13. CE 232.4

Sem a divina operação, o homem não poderia fazer bem algum. Deus convida todo homem a arrepender-se, embora este não possa nem mesmo se arrepender a menos que o Espírito Santo opere em seu coração. Mas o Senhor não deseja que homem algum espere até achar que se arrependeu antes de iniciar os passos em direção a Jesus. O Salvador está continuamente atraindo os homens para o arrependimento; tudo que eles precisam fazer é deixar-se atrair, e o seu coração se desmanchará em penitência. CE 232.5

Ao homem é permitido desempenhar uma parte nesta grande luta pela vida eterna; ele deve responder à operação do Espírito Santo. Será preciso travar uma batalha para penetrar as defesas das forças das trevas, e o Espírito opera na pessoa para realizar isto. Mas o homem não é um ser passivo, que deva ser salvo na indolência. Ele é chamado a exercitar e a pôr em ação cada músculo e cada uma de suas faculdades na luta pela imortalidade; todavia é Deus quem supre a eficiência Nenhum ser humano pode ser salvo na indolência. O Senhor nos ordena: “Porfiai por entrar pela porta estreita; porque Eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão.” “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” Lucas 13:24; Mateus 7:13, 14. CE 233.1