Conselhos Aos Pais, Professores E Estudantes

254/278

Felicidade na Religião

Onde quer que se estabeleça uma escola, devem haver corações fervorosos para interessar-se pelos jovens. Há necessidade de pais e mães que contribuam com profunda simpatia e benévolas admoestações. Deve-se tornar os cultos tão aprazíveis quanto possível. Os que prolongam esses cultos até torná-los cansativos, deixam errôneas impressões na mente dos jovens, levando-os a ligar a religião com o que é árido, não social e desinteressante. ... É essencial, no professor, piedade ardente e ativa. A menos que se exerça contínuo cuidado e seja vivificado pelo Espírito de Deus, o culto matutino e vespertino, na capela, bem como as reuniões de sábado, tornar-se-ão formais e, para os jovens, o mais enfadonho e menos atrativo dos exercícios escolares. As reuniões sociais devem ser dirigidas de maneira a se tornarem, não somente ocasiões proveitosas, mas de real prazer. CP 502.1

Estudem os que ensinam os jovens, por sua vez, na escola de Cristo, aprendendo lições para comunicar a seus alunos. É preciso sincera, diligente e íntima devoção. Cumpre evitar-se toda falta de visão. Que o professor se desligue de sua dignidade ao ponto de ser um com as crianças em seus exercícios religiosos e entretenimentos, sem lhes dar a impressão de serem vigiadas. Sua própria presença entre elas lhes apresentará um modelo à conduta, fazendo-lhes pulsar o coração com novo afeto. CP 502.2

Os jovens necessitam de simpatia, afeição e amor, do contrário ficarão desanimados. Um espírito de “Não me importo com ninguém e ninguém se importa comigo” toma posse deles. Talvez professem ser seguidores de Cristo, mas têm um diabo tentador em suas pegadas, e estão em risco de ficar desanimados e mornos, e de abandonar a Deus. Então alguém julga seu dever censurá-los, e tratá-los friamente, como se fossem muito piores do que na realidade são. Poucos sentem, talvez nenhum, o dever de fazer esforços pessoais para reformá-los, e remover as lamentáveis impressões neles produzidas. CP 503.1

As obrigações do professor são sérias e sagradas, mas parte alguma de sua obra é mais importante do que a de proteger os jovens com terna e amorável solicitude. Conquiste uma vez a confiança dos alunos, e poderá facilmente guiá-los, controlar e preparar. Os santos motivos que fundamentam o viver cristão devem ser introduzidos na vida. A salvação de seus alunos é o mais elevado interesse confiado ao professor temente a Deus. Ele é colaborador de Cristo, e seu especial e determinado esforço deve ser ganhá-los para Cristo. Deus o requererá de suas mãos. CP 503.2

Todo professor deve viver uma existência de piedade, pureza e diligente esforço. Se o coração arde com o amor de Deus, ver-se-á na vida aquela pura afeição que é essencial; far-se-ão fervorosas orações e se darão fiéis advertências. Quando estas são negligenciadas, periclitam as almas sob seu cuidado. ... CP 503.3

Todavia, depois de todos esses esforços, os mestres verificarão talvez que alguns desenvolvem caráter destituído de princípios. São frouxos na moral, o que é, em muitos casos, resultado de viciosos exemplos e falta de disciplina dos pais. Conquanto os professores façam tudo quanto podem, não conseguirão levar esses jovens a uma vida de pureza e santidade. Após paciente disciplina, afetivo esforço e fervorosa oração, ficarão decepcionados com aqueles de quem muito esperaram. Receberão, além disso, a censura dos pais, por não haverem, tido poder de contrabalançar a influência dos errados exemplos e imprudente educação recebidos em casa. A despeito desses desânimos, porém, o mestre deve prosseguir em sua obra, confiando em que Deus opere com ele, ocupando varonilmente o seu posto e trabalhando com fé. Outros serão salvos para Deus, e sua influência se exercerá em salvar outros ainda. CP 503.4