Conselhos Aos Pais, Professores E Estudantes

182/278

50 — O Perigo nas Diversões

Recentes experiências em nossos colégios e hospitais, levaram-me a apresentar novamente instruções que me foram dadas pelo Senhor para os professores e os alunos de nossa escola de Cooranbong, na Austrália. CP 348.1

Em abril de 1900, foi designado na escola de Avondale um feriado para os obreiros cristãos. O programa do dia incluía uma reunião na capela, pela manhã, reunião em que eu e outros falamos aos alunos, chamando-lhes a atenção para o que Deus operara no estabelecimento dessa escola, e para seu privilégio e oportunidades como estudantes. CP 348.2

Após a reunião, o restante do dia foi passado pelos alunos em várias brincadeiras e esportes, alguns dos quais eram frívolos, rudes e grotescos. CP 348.3

Na noite seguinte, parecia-me estar assistindo às partes do programa da tarde. A cena foi-me claramente mostrada, sendo-me dada uma mensagem para o diretor e os professores da escola. CP 348.4

Foi-me mostrado que, nas diversões daquela tarde na escola, o inimigo obtivera a vitória, e os professores haviam sido pesados na balança e achados em falta. Senti-me grandemente aflita e preocupada ao pensar que os que se achavam em posições de responsabilidade, abrissem a porta e, por assim dizer, convidassem o inimigo a entrar; pois assim o haviam feito ao permitir o que havia ocorrido. Como professores, deviam ter-se mantido firmes, não dando lugar ao inimigo em qualquer sentido que fosse. Com o que consentiram, mancharam seu registro e entristeceram o Espírito de Deus. Os alunos foram animados em uma direção cujos efeitos não se anulariam facilmente. Não há limite ao caminho dos vãos divertimentos, e todo passo dado é dado em caminho não trilhado por Cristo. CP 348.5

Esta introdução de planos errados, era mesmo aquilo contra que se deveriam ter cuidadosamente guardado. A escola de Avondale foi estabelecida não para ser semelhante às escolas do mundo, mas, como Deus revelou, para ser uma escola-modelo. E uma vez que devia ser uma instituição modelar, aqueles que lhe estavam na liderança deveriam haver aperfeiçoado tudo segundo o plano de Deus, rejeitando tudo quanto não estivesse em harmonia com Sua vontade. Houvessem os olhos dessas pessoas sido ungidos com o colírio celestial, e teriam compreendido que não podiam permitir a parte que ocorreu à tarde, sem desonrar a Deus. CP 349.1

Na manhã de quarta-feira, quando falei aos alunos e a outros que ali se haviam reunido, dirigindo-lhes as palavras que me foram dadas pelo Senhor para dizer, eu nada sabia do que devia ocorrer depois, porquanto nenhuma informação a esse respeito me fora dada. Como podiam os dirigentes da escola harmonizar com as palavras proferidas o procedimento que se seguiu, o qual era de molde a tornar de nenhum efeito as instruções que lhes acabavam de vir da parte de Deus? Não estivessem grandemente obliteradas suas percepções, e teriam compreendido que essas instruções constituíam uma repreensão a toda conduta semelhante. CP 349.2

Senti profundamente a importância das palavras que o Senhor me deu nessa ocasião para os professores e os estudantes. Essas instruções apresentavam aos alunos deveres da mais elevada ordem; e apagar pelas diversões em que tomaram parte depois, as boas impressões produzidas, era, virtualmente, dizer: “Não queremos Teu caminho, ó Deus; queremos nosso próprio caminho; queremos seguir nossa própria sabedoria.” CP 349.3

Durante a noite, fui testemunha do que se realizara nos terrenos da escola. Os alunos que tomaram parte na grotesca pantomima apresentada, representaram a mente do inimigo, alguns por maneira muito imprópria. Foi-me apresentada uma visão das coisas, visão em que os alunos estavam jogando partidas de tênis e de críquete. Foram-me dadas então instruções quanto ao caráter dessas diversões. Elas me foram mostradas como uma espécie de idolatria, como os ídolos das nações. CP 350.1

Havia, no campo de brinquedos, mais que espectadores visíveis. Satanás e seus anjos ali estavam, produzindo impressões nas mentes humanas. Anjos de Deus, que ministram aos que hão de herdar a salvação, também se achavam presentes, não para aprovar, mas para dar sua desaprovação. Sentiam-se envergonhados de que tal exibição fosse apresentada por professos filhos de Deus. As forças do inimigo obtiveram decidida vitória, sendo Deus desonrado. Aquele que deu a vida para purificar, enobrecer e santificar os seres humanos, foi ofendido com o que ali se fez. CP 350.2

Ouvindo uma voz, volvi-me a ver quem falava comigo. Então, digna e solenemente, disse Alguém: “É esta a celebração do aniversário da fundação da escola? É esta a oferta de gratidão pelas bênçãos que Ele vos tem concedido? O mundo faria, nesta comemorativa ocasião, uma oferta tão aceitável como essa. Os professores estão praticando o erro repetidas vezes cometido. Deviam aprender sabedoria das experiências do passado. O mundo descuidoso, destituído de piedade, pode outorgar abundância de tais ofertas, e de maneira muito mais aceitável.” CP 350.3

Volvendo-Se para os professores, Ele disse: “Cometestes um erro cujos efeitos difícil será neutralizar. O Senhor Deus de Israel não é glorificado na escola. Se, nesta ocasião, o Senhor permitisse findar a vossa vida, muitos estariam perdidos, eternamente separados de Deus e da justiça.” CP 351.1