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46 — Recreação Cristã

Enquanto buscamos refrigerar o espírito e revigorar o corpo, Deus exige que empreguemos em todos os tempos todas as nossas forças, para melhor propósito. Podemos e devemos dirigir nossas recreações de tal maneira que estejamos melhor habilitados para o máximo êxito no desempenho dos deveres que sobre nós recai, e para que nossa influência sobre os que nos rodeiam seja benéfica. Podemos volver à casa, depois dessas ocasiões, melhorados de espírito e fisicamente refrigerados, preparados para entregar-nos de novo ao trabalho com mais esperança e melhor ânimo. ... CP 336.1

Somos daquela classe que crê ser nosso privilégio em cada dia de nossa vida glorificar a Deus na Terra; que não devemos viver neste mundo meramente para a nossa própria diversão, para meramente agradar-nos a nós mesmos. Aqui nos achamos para beneficiar a humanidade, e ser uma bênção para a sociedade; e se permitimos a mente soltar-se naquela corrente inferior em que giram os pensamentos dos que buscam simplesmente vaidade e extravagância, como podemos ser um benefício à nossa raça, à nossa geração? Como ser uma bênção à sociedade em volta de nós? Não podemos inocentemente condescender com qualquer diversão que nos inabilite ao mais fiel desempenho dos deveres comuns. CP 336.2

Entre a associação dos seguidores de Cristo em busca de recreação cristã e as reuniões mundanas à procura do prazer e do divertimento, deve existir assinalado contraste. Em lugar de oração e da menção do nome de Jesus e das coisas sagradas, ouvir-se-ão dos lábios dos mundanos o riso néscio e a frívola conversação. A idéia é fruir um período de grande divertimento geral. Suas diversões começam em insensatez e terminam em vaidade. As nossas reuniões devem ser dirigidas de tal maneira, e nossa conduta aí deve ser tal que, ao voltarmos para casa, possamos ter uma consciência livre de ofensa para com Deus e o homem; a consciência de não havermos ferido ou, de algum modo, causado algum dano àqueles com quem estivemos em contato, ou exercido sobre eles qualquer influência nociva. CP 336.3

A mente natural tende para o prazer e a satisfação egoístas. É método de Satanás providenciar abundância dessas coisas. Busca encher o espírito dos homens com o desejo dos prazeres mundanos a fim de não lhes sobrar tempo algum para perguntarem a si mesmos: Como vai minha alma? O amor do prazer é infeccioso. A ele entregue, a mente precipita-se de um a outro ponto, buscando sempre algum entretenimento. A obediência à lei de Deus neutraliza essa inclinação, construindo barreiras à impiedade. CP 337.1

Os rapazes devem lembrar-se de que são responsáveis por todos os privilégios que têm fruído, pelo aproveitamento do tempo, e pelo devido emprego de suas aptidões. Talvez indaguem: “Não teremos nenhum divertimento ou recreação? Havemos de trabalhar, trabalhar, trabalhar sem variação? CP 337.2

Toda diversão em que vos puderdes empenhar pedindo sobre ela, com fé, a bênção de Deus, não será perigosa. Mas todo divertimento que vos torna inaptos para a oração particular, para a devoção no altar da oração, ou para tomar parte nas reuniões de oração, não é seguro, mas perigoso. CP 337.3