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A Lição do Trabalho Feito com Satisfação

Entre os males resultantes da opulência, um dos maiores é a idéia em voga, de que o trabalho é degradante. O profeta Ezequiel declara: “Eis que esta foi a maldade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado” (Ez 16:49). Aqui nos são apresentados os terríveis resultados da ociosidade, a qual enfraquece a mente, degrada a alma e perverte o entendimento, tornando em maldição aquilo que foi dado como bênção. A pessoa que trabalha é a vê algo de grande e bom na vida, e está disposta a desempenhar suas responsabilidades com esperança e fé. CP 279.1

A lição essencial da operosidade, satisfeita nos necessários deveres da vida, tem ainda de ser aprendida por muitos dos seguidores de Cristo. Requer mais graça, mais severa disciplina de caráter trabalhar para Deus na qualidade de mecânico, negociante, advogado ou agricultor, introduzindo os preceitos do cristianismo nas ocupações comuns da vida, do que desempenhar as funções de reconhecimento missionário no campo de ação. Requer vigorosa fibra espiritual introduzir a religião na oficina de trabalho e no escritório dos negócios, santificando os pormenores da vida diária, e ordenando toda transação segundo a norma da Palavra de Deus. Mas é isso que o Senhor exige. CP 279.2

O apóstolo Paulo considerava a ociosidade como pecado. Aprendeu o ofício de fabricante de tendas em todos os ramos, mais e menos importantes, e durante seu ministério trabalhava muitas vezes nesse ofício para manter a si e a outros. Paulo não considerava perdido o tempo assim empregado. Enquanto trabalhava, tinha o apóstolo acesso a uma classe de pessoas que não podia de outro modo atingir. Mostrava a seus companheiros que a habilidade nas artes comuns é um dom divino. Ensinava que mesmo no serviço de cada dia Deus deve ser honrado. Suas mãos calejadas no trabalho em nada diminuíam a força de seus comoventes apelos como ministro cristão. CP 279.3

É desígnio de Deus que todos sejam operosos. Os incansáveis animais de carga correspondem ao fim para que foram criados, melhor que o homem indolente. Deus é trabalhador constante. Os anjos são trabalhadores; são ministros de Deus para com os filhos dos homens. Os que aguardam um Céu de inatividade ficarão decepcionados; pois a ordem celeste não provê lugar algum para satisfação da indolência. É prometido, porém, repouso ao cansado e ao oprimido. É ao servo fiel que hão de ser dadas as boas-vindas, de seu trabalho para a exaltação de seu Senhor. Com satisfação despirá sua armadura, e esquecerá o fragor da batalha no glorioso descanso preparado para os que vencem mediante a cruz de Cristo. CP 280.1

Por toda parte estão os pais negligenciando instruir e adestrar seus filhos para o trabalho útil. Permite-se que os jovens cresçam na ignorância dos deveres simples e necessários. Os que assim foram infelizes devem despertar e tomar sobre si a responsabilidade do caso. Se esperam ser um dia bem-sucedidos na vida devem encontrar incentivos para o emprego útil de suas capacidades dadas por Deus. CP 280.2