Beneficência Social
Capítulo 7 — Visitação — o plano do novo testamento
Os métodos de trabalho de Cristo — Valiosas lições podemos aprender dos métodos de trabalho de Cristo. Ele não seguiu um método meramente; procurou por várias maneiras conquistar a atenção da multidão, para que lhes pudesse proclamar as verdades do evangelho. BS 59.1
A principal tarefa de Cristo foi a ministração em favor dos pobres, dos necessitados e ignorantes. Em simplicidade franqueava-lhes as bênçãos que pudessem receber, e assim despertava na alma uma fome de pão da vida. A vida de Cristo é um exemplo a todos os Seus seguidores. É dever de todos que aprenderam o caminho da vida ensinar a outros o que significa crer na Palavra de Deus. Há muitos agora nas sombras da morte que necessitam ser instruídos nas verdades do evangelho. Quase o mundo inteiro jaz na impiedade. Nós temos palavras de esperança aos que se assentam nas trevas. — The Review and Herald, 9 de Maio de 1912. BS 59.2
O alcance do ministério de Cristo de casa em casa — Nosso Salvador ia de casa em casa, curando os enfermos, confortando os tristes, consolando os aflitos, e dirigindo palavras de paz aos abatidos. Ele tomava as criancinhas nos braços, e as abençoava e dirigia palavras de esperança e conforto às mães cansadas. Com infatigável ternura e suavidade Se aproximava de todas as formas de infortúnio e aflição humanos. Não em Seu próprio proveito, mas no dos outros, Ele trabalhava. Era o servo de todos. Sua comida e bebida era levar esperança e forças a todos com quem chegava em contato. — Obreiros Evangélicos, 188. BS 59.3
O método de Cristo produz verdadeiro sucesso — Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: “Segue-Me.” — A Ciência do Bom Viver, 143. BS 60.1
Foi assim que a igreja cristã foi estabelecida. Cristo selecionou primeiro umas poucas pessoas e ordenou-lhes que O seguissem. Estas foram em busca de seus familiares e conhecidos, e levaram-nos a Cristo. É desta maneira que devemos trabalhar. Umas poucas almas postas à parte e plenamente estabelecidas na verdade estarão dispostas, como os primeiros discípulos, a trabalhar em favor de outros. — The Review and Herald, 8 de Dezembro de 1885. BS 60.2
O divino exemplo em evangelismo pessoal — Jesus entrava em contato pessoal com os homens. Não Se mostrava arredio e afastado daqueles que necessitavam Seu auxílio. Ele penetrava os lares dos homens, confortava os tristes, curava os enfermos, alertava os descuidados, e saía pelas vizinhanças fazendo o bem. E se seguimos os passos de Jesus, precisamos fazer como Ele fazia. Temos que dar aos homens a mesma bondosa ajuda que Ele dava. — Idem, 24 de Abril de 1888. BS 60.3
Não é o pregar o mais importante; é o trabalho feito de casa em casa, raciocinando sobre a Palavra, explicando-a. São os obreiros que seguem os métodos de Cristo, que hão de conquistar almas para sua recompensa. — Obreiros Evangélicos, 468. BS 60.4
O Senhor deseja que Sua Palavra de misericórdia seja levada a toda alma. Isto deve ser executado em alto grau pelo serviço pessoal. Era o método de Cristo. Sua obra consistia grandemente em entrevistas pessoais. Tinha fiel consideração pelo auditório de uma só alma. Por essa única pessoa a mensagem, muitas vezes, era proclamada a milhares. — Parábolas de Jesus, 229. BS 60.5
Os doze enviados para trabalhar de casa em casa — Nessa primeira viagem, os discípulos só deviam ir aos lugares em que Jesus já estivera antes, e onde fizera amigos. ... Não deviam permitir que coisa alguma lhes distraísse o espírito de sua grande obra, nem de maneira nenhuma excitar oposição e fechar a porta a trabalho posterior. Não deviam adotar o vestuário dos mestres religiosos, nem usar no traje coisa alguma que os houvesse de distinguir dos humildes camponeses. Não lhes convinha entrar nas sinagogas e convocar o povo para serviço público; seu esforço devia-se desenvolver no trabalho feito de casa em casa. ... Cumpria-lhes entrar na morada com a bela saudação: “Paz seja nesta casa.” Essa casa seria abençoada por suas orações, seus hinos de louvor, e o estudo das Escrituras no círculo familiar. — O Desejado de Todas as Nações, 351, 352. BS 61.1
Idêntica a missão dos setenta — Chamando os doze ao pé de Si, Jesus ordenou-lhes que fossem dois a dois pelas cidades e aldeias. Nenhum foi mandado sozinho, mas irmão em companhia de irmão, amigo ao lado de amigo. Assim se poderiam auxiliar e animar mutuamente, aconselhando-se entre si, e orando um com o outro, a força de um suprindo a fraqueza do outro. Da mesma maneira enviou Ele posteriormente os setenta. Era o desígnio do Salvador que os mensageiros do evangelho assim se associassem. Teria muito mais êxito a obra evangélica em nossos dias, fosse esse exemplo mais estritamente seguido. — Idem, 350. BS 61.2
Paulo ia de casa em casa — Paulo, embora trabalhando também publicamente, ia de casa em casa pregando o arrependimento para com Deus e a fé para com nosso Senhor Jesus Cristo. Ele se encontrava com os homens em seus lares, suplicando-lhes com lágrimas, declarando-lhes todo o conselho de Deus. — The Review and Herald, 24 de Abril de 1888. BS 61.3
O segredo do poder e sucesso de Paulo — Uma ocasião Paulo disse: “Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o tempo desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, servindo ao Senhor com toda a humildade, lágrimas e provações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram; jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa, e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa.” BS 62.1
Essas palavras explicam o segredo do poder e sucesso de Paulo. Nada retinha ele que fosse de proveito ao povo. Pregava a Cristo publicamente, nas praças e nas sinagogas. Ensinava de casa em casa, servindo-se do familiar intercâmbio do círculo do lar. Visitava os enfermos e os tristes, confortando os aflitos e animando os oprimidos. E em tudo que dizia e fazia pregava o Salvador crucificado e ressurgido. — The Youth's Instructor, 22 de Novembro de 1900. BS 62.2
Paulo obtinha acesso a outros também por meio de seu ofício — Durante o longo período de seu ministério em Éfeso, onde promoveu durante três anos uma intensiva campanha evangelística através daquela região, Paulo retornou ao seu ofício. ... BS 62.3
Havia alguns que faziam restrição a estar Paulo trabalhando num ofício, sob a alegação de que era inconsistente com a obra de um ministro evangélico. Por que deveria Paulo, um ministro da mais alta categoria, assim aliar uma atividade braçal com a pregação da Palavra? Não é o obreiro digno do seu salário? Por que deveria ser gasto na fabricação de tendas o tempo, que segundo tudo indicava, podia ser empregado com melhor proveito? BS 62.4
Mas Paulo não considerava perdido o tempo assim gasto. Enquanto trabalhava com Áquila, mantinha-se em contato com o grande Mestre, não perdendo oportunidade de dar testemunho do Salvador e de auxiliar a tantos quantos necessitassem de auxílio. Sua mente estava sempre a procura de conhecimento espiritual. A seus coobreiros deu instrução sobre coisas espirituais, e também exemplo de operosidade e inteireza. Era um obreiro hábil e expedito, diligente nos negócios, fervoroso “no espírito, servindo ao Senhor”. Romanos 12:11. Enquanto trabalhava em seu ofício, o apóstolo tinha acesso a uma classe de pessoas que de outra maneira não teria podido alcançar. ... BS 63.1
Paulo trabalhava algumas vezes dia e noite, não apenas para seu próprio sustento, mas para que pudesse ajudar a seus companheiros de trabalho. Repartia seu ganho com Lucas, e auxiliava Timóteo. Sofria até fome às vezes, para que pudesse aliviar as necessidades de outros. Sua vida era uma vida de abnegação. — Atos dos Apóstolos, 351, 352. BS 63.2
O exemplo prático de Paulo para o trabalho dos leigos — Paulo deu um exemplo contra o sentimento que então ganhava influência na igreja, de que o evangelho só poderia ser pregado com êxito por aqueles que estivessem inteiramente libertos da necessidade de trabalho físico. Ele ilustrou de maneira prática o que podia ser feito por consagrados leigos em muitos lugares onde o povo não estava familiarizado com as verdades do evangelho. Sua atitude inspirou a muitos humildes trabalhadores o desejo de fazer o que lhes fosse possível para o avanço da causa de Deus, enquanto ao mesmo tempo se mantinham a si mesmos com o trabalho diário. BS 63.3
Áquila e Priscila não foram chamados a dar todo o seu tempo ao ministério evangélico; todavia esses humildes obreiros foram usados por Deus para mostrar a Apolo mais perfeitamente o caminho da verdade. O Senhor empregava vários instrumentos para a realização de Seu propósito; e enquanto alguns com talentos especiais são escolhidos para devotar todas as suas energias à tarefa de ensinar e pregar o evangelho, muitos outros, sobre quem mãos humanas nunca foram postas em ordenação, são chamados a desempenhar importante parte na salvação de almas. BS 63.4
Há um vasto campo aberto diante do obreiro evangélico por conta própria. Muitos podem alcançar valiosas experiências no ministério, enquanto trabalham parte do tempo em alguma forma de atividade manual; e por este método eficiente, obreiros podem-se desenvolver para importantes serviços em campos necessitados. — Idem, 355, 356. BS 64.1
Ide no espírito que constrangeu a Paulo — Ide a vossos vizinhos um por um, e achegai-vos a eles até que o seu coração esteja aquecido pelo vosso amor e abnegado interesse. Simpatizai com eles, com eles orai, procurando descobrir oportunidades para fazer-lhes bem, e quanto puderdes, reuni uns poucos e abri-lhes a Palavra de Deus ao entendimento entenebrecido. Conservai-vos vigiando como quem deve prestar contas pelas almas dos homens, e fazei o máximo dos privilégios que Deus vos dá em trabalhar com Ele em Sua vinha moral. BS 64.2
Não negligencieis o falar a vossos vizinhos e o fazer-lhes todo o bem possível, a fim de que “por todos os meios”, possais salvar alguns. Necessitamos buscar o espírito que constrangeu o apóstolo Paulo a ir de casa em casa, suplicando com lágrimas e ensinando o “arrependimento para com Deus e fé para com nosso Senhor Jesus Cristo”. — The Review and Herald, 13 de Março de 1888. BS 64.3
As primeiras abras da igreja do novo testamento — As primeiras obras da igreja foram vistas quando os crentes procuraram seus amigos, parentes e conhecidos, e com o coração pleno de amor, contaram a história do que era para eles. — Special Testimonies, Série A, 2a:17. BS 64.4
Sucesso do plano do novo testamento — Quanto mais de perto for o plano do Novo Testamento seguido no trabalho missionário, mais bem-sucedidos serão os esforços empregados. Devemos trabalhar como trabalhou nosso divino Mestre, semeando as sementes da verdade com cuidado, ansiedade e abnegação. Precisamos ter a mente de Cristo, se não quisermos cansar-nos de fazer o bem. A Sua vida foi uma vida de contínuo sacrifício em favor de outros. Temos de seguir o Seu exemplo. — Testimonies for the Church 3:210. BS 65.1